quarta-feira, 25 de março de 2015

Setores produtivos dizem que primeiro semestre já era. Como será o segundo?



BemParana Rodolfo Luis Kowalski


Pessimismo em voga, dólar em alta, inflação descontrolada, ameaça de demissões, queda na abertura de novas empresas e comércio em baixa. A crise econômica que assombra o Brasil já afeta o Paraná, a quinta maior economia do país, instalando um clima de tensão e afugentando os investimentos, o que reduz a perspectiva de crescimento . Se o ano de 2014 já foi ruim para a economia, o de 2015 promete ser ainda pior, e em especial este primeiro semestre.
Um dos sinais mais claros do mau momento é dado pelo comércio. Em 2015, segundo a Associação Comercial do Paraná (ACP), as vendas caíram 6% e 8% nos meses de janeiro e fevereiro, respectivamente, diante dos números dos mesmos meses do ano passado. Para março, a expectativa é de nova queda na ordem dos 10%. Sinal de que os consumidores estão mais cautelosos.
Os dados negativos não param por aí. Apenas 38% dos empresários do Paraná estão otimistas com as vendas neste primeiro semestre, o pior índice já registrado pela Fecomércio-PR, que há 14 anos faz esse levantamento. No ano passado, o indicador recuou 24 pontos e pela primeira vez ficou abaixo dos 50%.

“O ano de 2015 será de muita cautela e responsabilidade financeira. Também será um ano de bastante criatividade e muita preocupação. Não podemos deixar o pessimismo tomar conta, apesar de tudo de ruim que está acontecendo temos de ser otimistas. Mas precisamos de cautela no lado financeiro para não se endividar, não arcar com compromissos além do limite, comprometendo a estrutura da empresa”, afirma o presidente da ACP, Antônio Miguel Espolador Neto, apontando ainda que os comerciantes estão apreensivos.

“A situação é preocupante. No ano passado já tivemos uma queda grande no varejo, e se esse ano não conseguirmos recuperar, teremos queda novamente. Estamos muito apreensivos”, diz. “Como existe uma expectativa de começo de recuperação para abril e maio, por conta do Dia das Mães, e a maioria das lojas já está com seu quadro mínimo, não tem muito mais o que demitir. Mas se a queda for mantida, a partir de junho teremos mais demissões”, complementa.