terça-feira, 14 de abril de 2015

Prisão temporária de 4 presos da 11ª fase da Lava Jato vence nesta terça


11ª fase da Lava Jato prendeu sete pessoas e foi realizada na sexta (10). 
Prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada. 

Do G1 PR
A prisão temporária de quatro presos na 11ª fase da Operação Lava Jato vence nesta terça-feira (14). O grupo está detido na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba desde sexta-feira (10), quando os mandados foram expedidos. A prisão temporária tem prazo de cinco dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo período. O pedido de prorrogação pode ser feito pela PF ou pelo Ministério Público Federal (MPF) e depende da autorização da Justiça. Caso nenhum dos órgãos faça o pedido, os presos serão soltos.
Os investigados que cumprem prisão temporária são: Leon Vargas, irmão do ex-deputado André Vargas, Élia Santos da Hora, secretária do ex-deputado Luiz Argôlo, Ivan Mernon da Silva Torres, apontado como 'laranja' do ex-deputado Pedro Corrêa, e Ricardo Hoffmann, diretor de uma agência de publicidade em Curitiba.
Também foram presos nesta fase o ex-deputados André Vargas, Luiz Argôlo (SDD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE). Eles cumprem prisão preventiva, ou seja, que não tem prazo pré-definido e ficam à disposição da Justiça.
 
Pedro Corrêa foi o último a chegar na carceragem da PF, em Curitiba. Ele já foi condenado a 7 anos e 2 meses de prisãono processo do Mensalão por recebido dinheiro em troca de apoio político no Congresso ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi transferido para o Paraná na tarde de segunda-feira (13).
A Operação Lava Jato foi desencadeada pela PF em março de 2014 e desmontou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Desde então, várias pessoas foram presas.
Entre elas está o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que cumpre a prisão em domicílio, e o doleiro Alberto Youssef, que está preso na carceragem da PF em Curitiba.
Esta última etapa da operação chegou aos contratos de publicidades firmados pela Caixa Econômica Federal (CEF) e pelo Ministério da Saúde, e foi batizada de “A Origem”.
O nome, segundo a Policia Federal, se deu em virtude do cumprimento de dois mandados em Londrina, cidade onde morava Alberto Youssef e onde iniciaram as investigações da Lava Jato.
Ainda conforme a PF, a agência de publicidade dirigida por Ricardo Hoffmann era contratada pela Caixa e pelo Ministério da Saúde. Ela fazia subcontratações de fornecedoras de materiais publicitários que eram de fachadas e tinham como sócios André Vargas e seu irmão, Leon Vargas.
"O Ministério da Saúde e a Caixa Econômica contratam uma empresa de publicidade. Ela subcontrata empresas em que o Leon e o André são sócios. Essas empresas não existem fisicamente e recebem um percentual equivalente a 10% do contrato firmado com a empresa principal. Então, nos leva a crer que, provavelmente, seja um percentual a ser desviado para agentes públicos", explicou o delegado federal Igor Romário de Paula.
Mais prazo
Nesta segunda-feira, a PF pediu ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, ampliação do prazo concedido para a investigação de políticos supostamente beneficiados pelo esquema de corrupção na Petrobras, descoberto pela Operação Lava Jato.
Até o início da noite, tinham sido protocolados pedidos de prazo adicional em 15 inquéritos sobre o caso, que envolvem 13 parlamentares – no total, 26 inquéritos investigam políticos. Não há informação sobre qual prazo especificamente a Polícia Federal requisitou para cada uma das investigações.
Em 6 de março, Zavascki autorizou a abertura de inquéritos para investigar suspeitos de envolvimento nos crimes investigados na Lava Jato (veja os políticos que estão na lista de investigados – 48 no Supremo e 4 no Superior Tribunal de Justiça).
Os pedidos de ampliação do prazo ainda serão analisados por Zavascki, relator do caso no STF e responsável por autorizar as diligências da investigação, que podem incluir quebras de sigilo (telefônico, bancário, fiscal) ou mesmo interceptações telefônicas, só autorizadas judicialmente.
É praxe no STF que, antes de decidir sobre a prorrogação, o ministro peça um parecer da Procuradoria Geral da República, que conduz os inquéritos junto com a Polícia Federal. No início do mês passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu inicialmente 30 dias para realizar as investigações.