segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Em Curitiba, 9 mil fazem tratamento contra a aids pelo SUS


Novo programa da Prefeitura pretende aumentar acesso a exame de HIV e aos remédios

BemParana

Apartir desta semana, a população de Curitiba poderá realizar testes rápidos de HIV em dois trailers (foto: Valquir Aureliano)
Desde 1984, quando foram registrados os primeiros casos de aids, 10.256 pessoas desenvolveram  a Aids em Curitiba. Além desses, há ainda 3.792 portadores do vírus. Atualmente, cerca de 9 mil pessoas fazem o tratamento e recebem os medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba. Hoje, os órgãos de saúde realizam diversas atividades para lembrar o  o Dia Mundial de Luta Contra Aids. Anualmente, 2 mil casos novos de HIV ou Aids são registrados em média no Paraná, o que reflete em mais de 500 mortes por ano.
Entre a população de homens que fazem sexo com homens, 55% realizaram ao menos um teste de HIV e apenas 60% sabe para onde se dirigir para ter acesso ao exame gratuito. O novo programa da Prefeitura A Hora É Agora pretende aumentar esses índices para 65% e 80%, respectivamente. Outro objetivo é inserir  9 em cada 10 homens que fazem sexo com homens diagnosticados com HIV a um serviço de saúde em até 30 dias após o resultado do teste. 
O programa A Hora É Agora é uma parceria entre a Prefeitura de Curitiba, Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Grupo Dignidade, Universidade Federal do Paraná e Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
Com o programa, a partir da semana desta semana, a população de Curitiba poderá realizar testes rápidos de HIV em duas unidades móveis (trailers), que fornecerão os resultados em pouco mais de 20 minutos. Uma das unidades ficará em praças da cidade e a outra reforçará o programa Consultório na Rua. A iniciativa é parte do programa “A Hora É Agora – Testar Nos Deixa Mais Fortes”, da Prefeitura de Curitiba.
Além da testagem de punção digital em trailers, o programa prevê a criação de uma plataforma virtual (e-Testing), que permitirá aos interessados receber em casa o teste de fluido oral. Assim, a pessoa poderá fazer o autoteste, cujo resultado também será lido em 20 minutos. Esta nova tecnologia deve entrar em funcionamento no início de 2015.
De acordo com o infectologista Moacir Pires Ramos, assessor da Secretaria Municipal da Saúde, a aids passou de uma condição de doença aguda, grave e com alta taxa de mortalidade para as atuais características de cronicidade. “Desde meados dos anos 1990 os índices de infectados pelo HIV e de óbitos por causa da aids vêm se mantendo mais ou menos estáveis”, diz.
O especialista afirma ainda que a evolução no tratamento da aids teve uma consequência negativa: a redução na prevenção. Segundo Ramos, percebe-se um considerável aumento de exposição ao vírus, principalmente entre jovens, homens que fazem sexo com homens e usuários de drogas.