segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Roubos e furtos de bicicletas crescem e aparecem em Curitiba e no Paraná


Cadastro nacional revela que estado e cidade estão em terceiro no ranking nacional dos crimes. Delegado admite aumento do problema

 Rodolfo Kowalski - Especial para o Bem Paraná

Ciclovia entre a linha férrea e a Avenida Nossa Senhora da Luz, é um dos pontos de maior risco para ter a bicicleta roubada, dizem os próprios ciclistas da cidade (foto: Valquir Aureliano)
Ao mesmo tempo em que conquistam cada vez mais espaço e respeito no trânsito com o aumento do número de bicicletas pelas ruas, os ciclistas também começam a ter de lidar com os furtos e roubos de bikes. Embora o problema não seja novidade, ele agora começa a ganhar proporções inéditas. E o estado do Paraná e Curitiba aparecem com destaque negativo, com o município e o estado aparecendo em terceiro lugar no ranking de estados e cidades com maior número de roubos.
No Cadastro Nacional de Bicicletas Roubadas, o estado do Paraná responde por 10,36% dos roubos registrados, totalizando 171 furtos e 48 roubos. Apenas Rio de Janeiro (312 ocorrências) e São Paulo (878) aparecem na frente. Já entre os municípios, Curitiba também aparece em terceiro lugar, com 132 furtos e 33 roubos (7,81% do total). Outro município paranaense no “top 20” é Londrina, em 19º, com 11 furtos e cinco roubos (0,76% do total).

Embora os números não sejam oficiais (a Secretaria de Segurança Pública não tem estatística sobre furtos e roubos de bicicletas), a sensação e a constatação de quem usa a bike no dia a dia é de que a situação, de fato, está grave. “(O roubo de bicicletas) é recorrente e está ligado com o próprio aumento do uso da bicicleta na cidade, com mais gente andando de bike ”, afirma Goura Nataraj, integrante da ONG Ciclo Iguaçu. 
Segundo o delegado-adjunto da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), Marcelo Magalhães Pereira, a maioria dos criminosos visa as bicicletas que estão mais fáceis de serem roubadas. “O ladrão age conforme a facilidade. Geralmente são usuários de drogas que roubam para manter o vício”, afirma. Entretanto, os criminosos estão cada vez mais audaciosos. “É cada vez mais comum os bandidos entrarem em estacionamentos, invadirem garagem para roubar bicicleta”, comenta Goura.

Este, inclusive, foi o caso da estudante de biotecnologia Karen Jaqueline Haselroth, de 19 anos. A jovem, que utilizava a bicicleta como único meio de transporte, foi vítima de um furto na madrugada de uma sexta-feira. “Eu usava a minha bicicleta para tudo, vivia com ela. Por isso, quando levaram a bike, me atrapalhou muito. Foram duas semanas sem bicicleta”, relembra a universitária. “Depois do furto, eu deixei de guardar a bicicleta na garagem e agora guardo dentro de casa. Além disso, quando vou para a faculdade ou para a academia, uso corrente”, conta a jovem, que estuda na UFPR de Palotina, no oeste do Paraná, onde não existem ônibus.
Outra vítima é Fábio Ladeira, um estudante de comunicação de 26 anos. Por duas vezes tentaram levar a bicicleta dele. Na primeira, Fábio encontrou a corrente da bike toda danificada e quase cortada no estacionamento da Reitora da UFPR. Na segunda, foi abordado na Rua Francisco Torres, quando chegava em casa. Reagiu e conseguiu ficar com a bicicleta, mas acabou perdendo a carteira. “Eu utilizava a bicicleta diariamente, tanto para ir ao trabalho quanto para ir à aula e atividades de lazer. Sempre foi meu principal meio de transporte, mas depois das tentativas de furto e roubo, reduzi muito a utilização. Além disso, no ano passado, roubaram a bike de um amigo que morava comigo. Por isso, quase não tenho mais utilizado bicicleta, pois tenho atividades até tarde e não me sinto seguro para pedalar de noite”, afirma.
Para reduzir as ocorrências e aumentar a sensação de segurança, algumas medidas poderiam ser tomadas pelos próprios ciclistas e o poder público, na visão de Goura Nataraj. “Tem de ter um trabalho de conscientização com os próprios ciclistas, para eles aprenderem como prender melhor suas bicicletas. Além disso, o poder público precisa criar mais bicicletários e paraciclos pela cidade e deve fortalecer a ciclopatrulha da Guarda Municipal”, opina.

Dicas de Segurança

Comprar um bom cadeado (as travas no modelo “U” são as mais recomendadas)Deixar as bicicletas em local de fácil visibilidade

Pedalar em grupo, principalmente de noite

Sempre que possível, retirar o selim da bicicleta

Em caso de bicicletas muito caras ou de marcas conhecidas, tire o adesivo ou tampe o nome com alguma fita

Para bicicletas mais caras (acima de R$3 mil) já vale a pena procurar seguradoras

Ao estacionar em um bicicletário, tente prender sua bicicleta no meio de outras 

Personalize a bicicleta para torná-la única


Anote o número de série de sua bike, que normalmente fica registrado próximo ao movimento central