terça-feira, 11 de novembro de 2014

Fila quilométrica para aproveitar a tarifa antiga de ônibus


Mais de seis mil pessoas foram comprar créditos na Urbs ou nas credenciadas antes do aumento

BemParana

Fila na Urbs, ontem: mais de duas mil pessoas passaram parte do dia para comprar créditos de passagem (foto: Franklin de Freitas)

Começa a vigorar hoje a nova tarifa do transporte coletivo de Curitiba e região de R$ 2,85. Ontem, a corrida para aproveitar o último dia de tarifa a R$ 2,70 provocou fila na Urbs. Segundo a Urbs, o movimento nos guichês para recarregar o cartão transporte foi seis vezes maior do que em dias comuns. O aumento também foi verificado nas 23 bancas que vendem créditos pela cidade.
A fila de usuários que foram até a Urbs para recarregar o cartão a R$ 2,70 era grande desde a manhã. A fila chegou a dar voltas no prédio central durante quase todo o tempo. A compra de créditos na Urbs seguiu até as 17 horas. Até o fim da tarde, mais de 2.100 pessoas haviam recarregado o cartão com a tarifa antiga, quando a média diária é de 400 pessoas.
Nos pontos de venda adicionais que começaram a vender os créditos neste ano o movimento também chegou a ficar oito vezes maior. Ontem, perto de 4 mil pessoas compraram créditos na rede credenciada. Só no sábado, quase 30 mil créditos haviam sido vendidos em bancas credenciadas. A compra de créditos ao preço antigo podia ser feita até o fim da noite de ontem pela internet.
Também foi verificado a venda de cartões avulsos de transporte, que também podem ser recarregados em bancas de jornais de Curitiba.
O aumento da tarifa do transporte coletivo na Rede Integrada de Transporte (RIT) — que inclui Curitiba e mais 13 municípios vizinhos — foi anunciada pela Urbs na sexta-feira passada, voltando ao valor de março de 2013. Em junho de 2013, depois das intensas manifestações por todo o Brasil, a tarifa foi reduzida para R$ 2,70. O valor novo foi definido em conjunto pela Urbs e Coordenação da Região Metropolitana (Comec).
A medida reduz a diferença entre o valor pago pelo usuário e o custo real do transporte, que atualmente exige um subsídio mensal de R$ 12 milhões. No total, de fevereiro do ano passado a outubro deste ano, foram destinados R$ 194 milhões dos cofres de Curitiba e do Estado para cobrir essa diferença.
A Prefeitura laega que fez este ano uma série de cortes administrativos que permitiram reduzir a tarifa técnica em R$ 0,13. O Município também ingressou na Justiça com um pedido de antecipação de tutela para reduzir a tarifa técnica em mais R$ 0,15. Mas o pedido foi negado, o que tornou inviável a manutenção da tarifa em R$ 2,70.