segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Clãs políticos mantêm domínio do Congresso, aponta levantamento


Folhapress

 As eleições deste ano não afastaram do Legislativo filhos, mulheres, netos e sobrinhos de políticos. A organização Transparência Brasil divulgou nesta semana um levantamento que mostra que a próxima legislatura do Congresso Nacional continuará formada por um grande número de deputados federais e senadores herdeiros de clãs políticos. Na Câmara dos Deputados, de acordo com o levantamento, 49% dos deputados eleitos têm parentes na política —no Senado, esse índice é ainda maior: 60%. Ou seja, 6 em cada 10 senadores integram de alguma maneira um clã político. Entre os senadores listados no levantamento estão Aécio Neves (PSDB, filho e neto de políticos), Marta Suplicy (PT, ex-mulher de um) e Renan Calheiros (PMDB, pai e filho de políticos). O estudo da Transparência Brasil mostra que entre os novos deputados federais com menos de 35 anos, 85% deles pertencem a famílias que já têm atuação política. Um exemplo é o mais jovem deputado federal eleito nas urnas, Uldurico Júnior (PTC-BA), 22. Seu pai e seu avô atuaram como parlamentares na Câmara. REGIÕES O estudo também analisou a situação de gênero e o quadro nos governos estaduais. A única mulher eleita no país foi Suely Campos (PP), em Roraima, que se tornou candidata após o marido ser impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa. A organização também fez um ranking das regiões do país onde há maior concentração de clãs políticos e os respectivos partidos. Na Câmara, o maior número de herdeiros políticos é da região Nordeste (63%). Eles estão majoritariamente filiados ao PMDB, PTB e Solidariedade -o PT é a sigla com o menor índice (27%). No caso do Senado, a região Norte está empatada na liderança ao lado de Sul e Sudeste, todos com 67%, com predominância de políticos com parentescos em partidos como PMDB, PP, DEM e PSDB.