sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Yahoo denuncia ter sido ameaçado pelos EUA para cooperar com NSA


Grupo teria que entregar dados de usuários para programa de vigilância.
Outras grandes empresas americanas entregaram informações à NSA.

Da EFE

O gigante de internet Yahoo denunciou ontem ter recebido "ameaças" do governo americano para forçá-lo a cooperar com a Administração e entregar dados dos usuários para o programa de vigilância PRISM da Agência de Segurança Nacional (NSA).
"Tivemos que lutar a cada passo para evitar as tentativas de vigilância do governo dos EUA. Em um dado momento, o governo nos ameaçou com uma multa diária de US$ 50 mil se continuássemos a nos recusar a obedecer", afirmou o Chefe de Assuntos Jurídicos do Yahoo, Ron Bell, em uma postagem no blog da companhia.
A acusação remonta a 2007, quando o governo americano fez uma emenda em uma lei para poder solicitar informação sobre os usuários de serviços online, um pedido que o Yahoo considerou inconstitucional, e se negou a entregar os dados pedidos e recorreu ao Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira dos EUA (FISC).
O Yahoo, que durante esse tempo recebeu "ameaças" da Administração, perdeu o caso e finalmente foi forçado a compartilhar os dados que o governo pedia, mas, revelou Bell, centrou então seus esforços em conseguir desclassificar o arquivo do caso, para que se tornasse público e pudesse provar as pressões do governo, o que conseguiu.
"Lutamos para desclassificar o caso e para tornar pública a investigação", indicou Bell, que garantiu que agora que o FISC desclassificou as 1,5 mil páginas sobre o caso, o Yahoo está trabalhando para que elas estejam disponíveis para consulta pública.
O programa PRISM da Agência de Segurança Nacional (NSA), cuja existência foi revelada a partir dos vazamentos do ex-analista da NSA Edward Snowden em 2013, obriga as empresas tecnológicas a compartilharem informações sobre seus usuários com o governo.
Além do Yahoo, outras grandes empresas americanas entregaram informação à NSA, entre elas Google, Facebook, Apple, AOL e Microsoft.
"Tratamos a segurança pública como um assunto muito sério, mas também estamos comprometidos com a proteção dos dados de nossos usuários. Continuaremos enfrentando pedidos e leis que consideramos ilegais, pouco claros ou exagerados", concluiu Bell
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