sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Entram em vigor novas sanções econômicas da UE contra a Rússia


Sanções foram publicadas no Diário Oficial da União Europeia.
Medidas contra Rússia ocorrem após envolvimento na crise da Ucrânia.

Da EFE

As novas sanções econômicas da União Europeia (UE) contra a Rússia, por seu envolvimento na crise da Ucrânia, entraram em vigor nesta sexta-feira (12), após serem publicadas no Diário Oficial da UE.
As medidas, que pela primeira vez afetarão o setor petroleiro, serão revisadas antes do fim do mês para decidir se é necessário anulá-las ou modificá-las em função da evolução do cessar-fogo e do plano de paz.
As novas sanções são mais restritivas do que as adotadas em julho passado nos mercados de capital, defesa, produtos de uso dual e tecnologias sensíveis.
Em particular, limitarão o financiamento a três empresas petrolíferas: Rosneft, Transneft e Gazprom Neft, e a três sociedades do setor de defesa; United Aircraft Corporation, Oboronprom e Uralvagonzavod.
Por enquanto o setor do gás ficou fora das sanções.
À lista de empresas que não podem exportar bens de duplo uso civil e militar se somam agora nove sociedades mistas do setor da defesa.
Também foram ampliadas as restrições de viagem e o congelamento de bens de outros 24 dirigentes e oligarcas russos, crimeanos e da zona pró-russa de Donbass. Com esta nova ampliação da lista de pessoas sancionadas já são 119 os indivíduos em que a UE pôs a mira.
Entre os novos incluídos figuram os líderes separatistas pró-Rússia Alexander Zakharchenko, premiê da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD), e Gennadiy Tsypkalov, premiê da autoproclamada República Popular de Lugansk. Também os chamados ministros da Defesa e de Segurança do Estado da RPD, Vladimir Kononov e Andrey Yurevich Pinchuk, respectivamente.
A UE decidiu há uma semana ampliar a restrição de acesso ao financiamento nos mercados de capitais dos grandes bancos estatais a consórcios russos de defesa e energia controlados em pelo menos 51% pelo Estado ou cuja receita seja oriunda em pelo menos em 50% da venda de petróleo ou produtos petroleiros.
Também pactuaram encurtar de 90 para 30 dias o vencimento dos instrumentos financeiros que poderiam comprar e vender para financiamento, e proibir os empréstimos sindicados para os bancos controlados pelo Estado russo, as empresas energéticas e de defesa.
O presidente do Conselho Europeu, Herman ven Rompuy, detalhou na quinta que as novas medidas entrariam em vigor nesta sexta e que antes de final do mês se levará a cabo um exame exaustivo da aplicação do plano de paz.
Se essa revisão indicar que são necessárias, as medidas poderão 'ser modificadas, suspensas e até revogadas', explicou Van Rompuy.
A revisão acontecerá no Comitê de Representantes Permanentes (Coreper) para a UE, sobre a base de uma avaliação realizada pelo Serviço Europeu de Ação Exterior (SEAE).
Se os embaixadores consideratrm necessário modificar as sanções, será a Comissão Europeia ou o SEAE que promoverão as novas medidas, que deverão ser aprovadas pelo Conselho (Estados- membros). EFE
Nesta quinta (11), o governo ucraniano reconheceu pela primeira vez que os separatistas pró-russos controlam a fronteira leste com a Rússia até o mar de Azov.
Em agosto, os separatistas lançaram uma contra-ofensiva em direção às cidades estratégicas costeiras do sul da região de Donetsk, às margens do mar de Azov.
Se os rebeldes tomarem o porto de Mariupol, última grande cidade ucraniana ainda sob controle do exército, isso permitiria criar uma ligação terrestre entre a fronteira russa e a Crimeia, península ucraniana anexada em março pela Rússia.
Neste contexto de tensão, após vários dias de intensas discussões, os 28 países membros da UE concordaram em reforçar as sanções econômicas contra a Rússia, para manter a pressão sobre Moscou após um acordo de cessar-fogo alcançado entre Kiev e os rebeldes.
A resposta russa às sanções ocidentais pode incluir restrições a importações de carros usados e alguns outros bens de consumo, mas Moscou espera que o bom senso prevaleça no Ocidente, disse um representante do Kremlin, segundo a agência de notícias estatal russa "RIA"
.