sexta-feira, 10 de maio de 2013

Fuga de amoníaco na Estação Espacial Internacional preocupa russos e americanos



Fuga de amoníaco na Estação Espacial Internacional preocupa russos e americanos
legenda da imagem
Reuters/NASA TV

Especialistas russos e americanos vão discutir entre si possíveis soluções para a fuga de gás amónia detetada num sistema de refrigeração da Estação Espacial Internacional. Um “passeio espacial” da tripulação pode vir a realizar-se para tentar estancar a avaria. A fuga, ocorrida no segmento americano da estação, foi considerada “muito grave” por um responsável russo, mas a NASA garante que as vidas dos astronautas não estão em perigo.

“Na verdade eles têm uma anomalia grave, muito grave”, disse o diretor de voo do segmento russo da Estação Espacial, Vladimir Soliviev.

“Hoje vamos estudar a possibilidade” de fazer sair a tripulação para o espaço para detetar a origem da fuga, disse Soloviev, “em princípio não temos nada a opor” acrescentou.

O diretor de voo russo garantiu que nenhuma decisão nesse sentido foi ainda tomada, mas o website especializadoSpaceflight101 já dá o facto como confirmado e adianta pormenores.

O website classifica a fuga de “importante” e diz que a saída para o espaço, com uma duração prevista de seis horas, terá lugar sábado às 12:15 UTC/GMT e será levada a efeito pelos astronautas americanos Chris Cassidy and Tom Marshburn, enquanto o comandante da missão, Chris Hadfield, ficará no interior da estação a orquestrar o procedimento.
Houston, temos um problema…
Um comunicado anterior da NASA afirmava que a equipagem tinha alertado o centro de comando da estação, baseado em Houston no Texas, para a presença de “pequenos flocos brancos que flutuavam à volta da estação”.

As imagens enviadas pelos astronautas confirmaram a fuga, proveniente de um dos sistemas de arrefecimento, onde já tinha sido detetada uma outra fuga, de menores dimensões, em novembro de 2012. O amoníaco é utilizado para refrigerar os circuitos através dos quais passa a eletricidade produzida pelos painéis solares.

Apesar de Vladimir Soloviev considerar a anomalia “muito grave”, um outro responsável do setor espacial russo minimizou a gravidade do incidente.

“Há efetivamente uma fuga de amoníaco no segmento americano da estação, mas não é crítica”, declarou o diretor de programas pilotados da Agência Espacial Russa (Roskosmos) Alexei Krasnov, citado pela agência Ria Novosti.
Segmento russo "funciona normalmente"
“Não é a primeira vez que esta situação se produz, infelizmente” acrescentou o mesmo responsável o qual precisou que o segmento russo da estação “está a funcionar normalmente”.

Desde 2009 que a Estação Espacial Internacional tem vindo a albergar equipas de seis astronautas e cosmonautas russos. Anteriormente a capacidade estava limitada a três pessoas.

A equipagem atual da estação é composta pelos cosmonautas russos Roman Romanenko, Pavel Vinogradov e Alexander Missourkine , os astronautas americanos Tom mashbrun e Chris Cassidy e o canadiano Chris Hadfield, que é comandante da missão.

O mais recente problema técnico a afligir a Estação espacial tinha ocorrido em finais de abril, quando uma antena não se desdobrou corretamente, pouco depois do lançamento de uma nave de carga russa Progress que levava equipamento e provisões para a tripulação.

Temeu-se então que essa avaria provocasse problemas aquando da acoplagem da nave russa à estação os quais poderiam exigir uma saída da tripulação para o espaço. No entanto a nave Progressacabou por acoplar sem problemas