quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vandalismo traz prejuízos de mais de R$ 2 milhões a Curitiba


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Na madrugada desta quarta-feira (28), uma ponte de madeira pedida por moradores da Vila Leão, no Novo Mundo, foi queimada por vândalos. A passarela, entregue pela Prefeitura de Curitiba na última segunda-feira (26), foi totalmente destruída, impedindo a passagem de estudantes e idosos na região. Nesta quarta, equipes da Prefeitura fizeram a vistoria da ponte, para ver o que pode ser aproveitado, para reconstrução da passagem.
Os gastos com a recuperação do patrimônio público ultrapassam a cifra dos R$ 2 milhões por ano na cidade. A Prefeitura de Curitiba tem ação permanente na prevenção, combate e repressão às ações de vândalos que servem de exemplo, inclusive, a municípios vizinhos.  As experiências da cidade contra pichações foram apresentadas nesta quarta-feira (28) no Seminário Metropolitano de Prevenção e Combate ao Vandalismo realizado na Superintendência Regional da Polícia Federal.
"A pichação e as depredações são crimes que causam prejuízos à sociedade. Precisamos da participação dos municípios da Região Metropolitana e de toda a sociedade para formarmos um potente cinturão de proteção ao patrimônio", afirmou o secretário municipal da Defesa Social, Nazir Chain, que abriu o encontro. O seminário foi centralizado no tema pichação, com a participação de representantes da Prefeitura de Curitiba, de municípios da Região Metropolitana e de guardas municipais e policiais militares e civis.
Altos valores são aplicados na recuperação de bens públicos pichados. Dados da Secretaria Municipal de Obras Públicas revelam que anualmente a Prefeitura de Curitiba gasta cerca de R$ 1 milhão, mais custos operacionais, na recuperação de patrimônio alvo de pichações.
"São recursos que poderiam ser aplicados em outros projetos, mas deixar os lugares pichados ou depredados é virar refém dessa prática e contribuir para a insegurança na cidade", complementou Chain.
Prejuízo público - Além do custo para eliminar as pichações, a depredação de luminárias, postes, lâmpadas e furto de cabos causam um prejuízo anual de R$ 400 mil. De cada quatro lâmpadas trocadas pela Prefeitura, pelo menos uma é motivada por vandalismo.
Outros R$ 90 mil são investidos todos os anos na substituição de tampas e bueiros de ferro furtados na região central da capital. A recuperação de plantas e do mobiliário de parques e praças depredados consome mais R$ 45 mil anualmente.
Segundo a URBS, no ano passado 932 ônibus, 106 deles em dias de jogos de futebol, foram alvo de vândalos, deixando para o sistema de transporte um prejuízo de R$ 202 mil. Se computados os custos com reparos diários em terminais e estações tubo, a despesa sobe para R$ 301 mil.
Se fossem trocadas as janelas de vidro de ônibus que estão riscadas este custo subiria para R$ 2,8 milhões. O sistema tem 35 mil janelas e destas, 11,3 mil estão riscadas. Neste ano, até 30 de agosto, o prejuízo com o vandalismo em 499 ônibus é de R$ 95 mil.
Reconstrução - A ponte alvo de vandalismo na Vila Leão foi construída no fim da rua Pedro Kurzarva, para interligar as ruas Baldur Magnus Grubba e a rua Professor Doutor Irineu Antunes. Feita de madeira, a estrutura atendia ao pedido da população, encaminhado ao prefeito na última audiência pública no Novo Mundo, no mês de agosto. No encontro, o prefeito Luciano Ducci autorizou a construção, porque a passagem ajudava estudantes da região a ir à escola e também no acesso de outros equipamentos públicos.
A Prefeitura está analisando para ver se houve comprometimento da estrutura e da base onde foi construída a ponte. Após esta avaliação, a Prefeitura vai buscar recursos para construção de outra ponte e garantir o acesso aos moradores da região.
Prevenção – No combate ao vandalismo, a Prefeitura também faz ações preventivas na Rede Integrada de Transportes e nos parques e praças.
 
Em abril deste ano, a Guarda Municipal prendeu 30 jovens no Setor Histórico de Curitiba, que participavam de um encontro que reuniu mais de 400 pichadores na cidade.
As ações preventivas também são discutidas nas comunidades com o suporte do Comunidade Escola é o programa que mantém abertas 89 escolas municipais aos sábados e domingos para a oferta de atividades gratuitas de lazer e culturais. "Debatemos o tema com muitos jovens em nossas atividades e percebemos que eles passam a respeitar mais o patrimônio público ao terem opções de lazer oferecidas em escolas perto de suas casas", contou Luciano Martins de Oliveira, coordenador do programa.
Recuperação – A Secretaria Municipal da Defesa Social e o Poder Judiciário firmaram convênio inédito para recuperação de adolescentes infratores. Pelo acordo, os jovens que são flagrados pichando cumprem pena alternativa. Os infratores têm que acompanhar palestra socioeducativa, com o tema “educação ambiental”, aplicada por instrutores do curso de formação da Guarda Municipal.
Já os maiores de idade respondem pelo crime de pichação, previsto no artigo 65 da Lei de Crimes Ambientais. Eles também recebem uma multa administrativa de R$ 714,20. Além destas punições, os envolvidos ficam impedidos de participar de concurso público municipal pelo período de dois anos.
O Seminário Metropolitano de Prevenção e Combate ao Vandalismo teve a participação da superintendente da Secretaria Antidrogas Municipal, Rosane Neumann, do coordenador do Programa Comunidade Escola da Secretaria Municipal da Educação, Luciano Martins de Oliveira e do superintendente da Secretaria de Assuntos Metropolitanos, Angelo Batista .