O biodiesel B100 foi apresentado no painel Biocombustíveis pelo gestor de Inspeção e Cadastro do Transporte Coletivo da Urbs, Elcio Karas. Ele fez um breve histórico das inovações do sistema de transporte voltadas à redução da poluição, estacando o reconhecimento internacional conquistado pela cidade por contar com uma frota de ônibus abastecidos apenas com o biodiesel B100, sem mistura de óleo mineral.
O objetivo, explicou Karas, é buscar soluções para poluir cada vez menos. Ele contou que entre 1995 e 1998 foi usado o álcool hidratado na então linha Volta ao Mundo, atual Linha Turismo. Nos dois anos seguintes, foi utilizada uma mistura de 20% de biocombustível (B20) em uma frota de 20 ônibus. Depois, entre 1999 e 2004, foi a vez do álcool anidro, MAD8, também testado em 20 ônibus. Em 2006, a experiência foi feita durante um mês com o B5, mistura de 5% de biocombustível no óleo diesel.
“Surgiu então um novo projeto, um projeto inovador”, disse Elcio Karas na palestra, explicando os desafios para uso do biocombustível a 100%. “Não existiam referências no país para uso do B100. Já tínhamos trabalhado com diversas misturas, não queríamos voltar a usar os combustíveis antigos”, afirmou.
O primeiro passo para o B100 foi buscar o desenvolvimento de ônibus que pudessem rodar só com biocombustível.
Os primeiros seis ônibus, desenvolvidos pela Scania e pela Volvo, começaram a rodar na Linha Verde em agosto de 2009. Hoje, são 30 ônibus – 24 Ligeirões e seis na linha Circular Sul - com um consumo mensal de 220 mil litros de biocombustível à base de soja. A meta é chegar ao final de 2012 com 140 ônibus movidos apenas a biodiesel B100.
"Os resultados são animadores", explicou Karas, destacando que a emissão de gás carbônico, nesta frota, é 30% menor do que nos demais ônibus. Menos poluente, o novo combustível também reduziu as trocas de óleo e filtros do motor em cerca de 50%.
Os participantes do painel mostraram-se interessados na experiência de Curitiba, inédita na América Latina e, até onde se tenha notícias, também no mundo. A bióloga Aluana Ariane Schleder assistiu à palestra e considerou o uso do biodiesel B100 como muito importante para diminuir as emissões de poluentes na cidade. “É interessante conhecer a história de um projeto assim, saber dos anos de estudos e pesquisas que foram feitas”, afirmou.
Além do representante da Urbs, outros técnicos e especialistas apresentaram palestras sobre biomassa, mercado e energias renováveis, gás, sustentabilidade e meio ambiente, culturas energéticas, biomassa residual e geração de energia elétrica alternativa.