domingo, 8 de maio de 2011


Feliz Dia das Mães

Curitibana estuda mais e tem filhos mais tarde, diz pesquisa


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A curitibana está estudando mais e deixando para engravidar mais tarde, mostra o acompanhamento feito pelo Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde.
Para o coordenador do programa de atenção materno-infantil Mãe Curitibana, Edvin Javier Boza Jimenez, isso significa que a maternidade continua sendo objetivo de vida da mulher mesmo depois das conquistas acadêmicas e profissionais.

Segundo a série histórica que relaciona o número de nascidos vivos com a idade materna, 2% das mães moradoras da cidade tinham entre 10 e 15 anos no ano 2000; 16,9% entre 16 e 19 anos; 53,1% de 20 a 29 anos; 26,2% entre 30 e 39 anos; e 1,8% tinham a partir de 40 anos.
Dez anos depois, o quadro havia mudado bastante: 1,6% dos nascidos vivos eram filhos de mães entre 10 e 15 anos de idade; 12,5% de mães com 16 a 19 anos; 48,9% de 20 a 29 anos; 34% de 30 a 39 anos; e 3% filhos de mulheres de 40 anos de idade em diante.

O acompanhamento mostra também, na parte que relaciona número de nascidos vivos e grau de instrução das mães, que o maior nível de escolaridade contribui para a redução das gestações entre as mulheres mais jovens.
“Elas estão trabalhando e estudando mais e, na fase em que essas questões estão mais ou menos resolvidas, optam por engravidar”, observa o coordenador do Mãe Curitibana. Isso explica o decréscimo do número de mães de 20 a 29 anos  - período ideal para engravidar sob o ponto de vista fisiológico  – e o incremento  da taxa de gestantes de 30 a 39 anos e de 40 anos e mais. Há quinze anos, o total de grávidas a partir dessa idade era metade do atual.

No campo educacional, informam os dados do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, cada vez menos mães têm nenhuma ou pouca instrução. De 1% de mães que nunca haviam ido à escola no ano 2000, a taxa passou a 0,1% em 2010.
O mesmo comportamento foi observado entre as mães com até três anos de escolaridade (queda de 6,6% para 1,1%) e também entre as que estudaram de 4 a 7 anos (queda de 31,9% para 14%). Ao mesmo tempo, cresceu o total de mães com 8 a 11 anos de escolaridade (incremento de 30,7% para 47,5%) e com 12 anos de estudo e mais, equivalente a nível superior (crescimento de 29,8% para 37,5%).

De acordo com Boza, a maturidade, o melhor nível de instrução e decorrente situação financeira estabilizada da mãe são positivos para o bebê. “Essa mulher deseja engravidar, planeja o nascimento do filho, está consciente sobre a escolha de ter o filho tardiamente e entende a maternidade como parte fundamental da sua realização como mulher”, completa.
Na hora certa
Maria Aparecida de Lima, de 45 anos, pertence ao grupo de mulheres que experimentaram a maternidade depois dos 40 anos. Ela estava com quase 43 anos quando Vitória, nascida em 12 de maio de 2009, chegou. “Foi como ganhar na Mega Sena acumulada por dez anos”, compara Maria Aparecida, referindo-se à gravidez tardia acompanhada na Unidade de Saúde Mãe Curitibana e que rendeu uma gravidez e uma filha saudável.

Não foi apenas a chegada da menina que mudou a vida de Maria Aparecida. Por causa da filha, ela optou por deixar a carreira profissional de assistente financeiro.
“Já tínhamos uma vida estabilizada e entendemos que seria melhor assim. Tudo acontece na hora certa: ela veio quando eu estava no melhor momento para cuidar dela e o pai dela em condições de manter nossa família”, observa, referindo-se ao companheiro, José Antônio Cardoso. Junto com Maria Aparecida, ele acompanhou todo o pré-natal e participou das oficinas preparatórias do Mãe Curitibana