A Copa do Mundo de Futebol só começa no dia 11 de junho, mas nas escolas da rede municipal de ensino o assunto mobiliza estudantes e profissionais do ensino há várias semanas. As escolas estão decoradas com as cores da seleção brasileira. A paixão e o interesse das crianças por futebol têm feito deste tema o ponto de partida para os conteúdos de sala de aula.
O torneio tem sido abordado em diferentes disciplinas, como educação física, geografia e história, explorando as características dos países participantes a partir da localização de cada um, economia, política e cultura. Português, matemática e artes também estão incluídas no amplo cardápio de conteúdos que a Copa do Mundo oferece. Textos, placares e gráficos são elementos que têm servido para motivar os estudantes a aprender.
Além do futebol, uma grande variedade de assuntos está sendo trabalhada a partir das raízes do Brasil na África. As manifestações culturais africanas e o respeito à diversidade estão entre eles. "As escolas têm se mobilizado para transformar em conhecimentos e oportunidades um evento que mexe intensamente com a vida dos brasileiros", diz a secretária municipal da Educação, Eleonora Bonato Fruet.
Para Eleonora, as professoras têm conseguido explorar o evento com foco educativo, relacionando o que as crianças vivem dentro e fora de sala de aula. É o que está acontecendo na Escola Municipal Colônia Augusta, onde estudam 200 estudantes de 1º a 4ª série. As crianças começaram ainda no ano passado a participar de atividades incluindo o continente africano e o futebol.
O projeto África está em Nós fez com que as crianças aprendessem pela música, dança, jogos encenações teatrais e confecção de artesanatos a cultura, a geografia e a política do continente.
Cada série se envolveu em uma ação e o resultado foi a escola transformada num verdadeiro museu temático. Até uma floresta com representações de animais e da fauna africana foi montada na escola.
Neste ano, as atividades ganharam enfoque maior na participação da seleção brasileira no maior evento esportivo da Terra.
Todas as salas de aula, corredores e pátio foram decoradas com trabalhos das crianças e bandeiras. Pesquisas na biblioteca e no laboratório de informática ampliaram o repertório dos alunos, que escreveram recados para os jogadores e para Dunga, o técnico da seleção. Também criaram opções de camisas para um novo uniforme da seleção e iniciaram a confecção de cornetas de torcida feitas com materiais recicláveis para serem usados durante os jogos do Brasil. As cornetas são feitas com garrafas descartáveis, plástico e papelão.
"Adoro futebol e por isso estou gostando das aulas que ficaram mais divertidas", disse a estudante da 4ª série, Gabriele Machado, de 10 anos. Na quinta-feira (10) os estudantes farão uma apresentação na escola; vão cantar o hino da Copa e dançar usando roupas inspiradas no Brasil e na África. Na Escola Municipal CEI Curitiba Ano 300 alguns dos temas abordados foram os costumes, vestimentas, instrumentos e culinária africana.
A Escola Municipal Pedro Viriato Parigot de Souza aproveitou a Copa do Mundo para enriquecer as aulas, oferecendo aos alunos informações dos países participantes do evento. Os estudantes estão sendo orientados a observar as mudanças que ocorrem no meio ambiente em função do campeonato mundial.
Para envolver os estudantes da Escola Municipal São Miguel em atividades culturais e despertar no grupo uma visão mais crítica e ampla da Copa do Mundo, a escola organizou um encontro com um estudante angolano, natural da província de Luanda, pertencente da Tribo Bantu. Na biblioteca da escola. Mauro Joaquim Miranda, de 26 anos, conversou com as crianças e falou sobre a importância da leitura e do estudo, para uma boa formação.
Mauro contou histórias e curiosidades do continente africano e abordou a diversidade de dialetos, política, economia e da música africana. O projeto na escola segue com a exposição de trabalhos, rodas de leitura, apreciação de obras de arte referentes à cultura africana e contação de histórias com enfoque na cultura africana.
