quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Pesquisa sobre violência contra a mulher tem 4 mil participações

A pesquisa para mapear a violência contra a mulher em Curitiba, organizada pelo Conselho Municipal da Condição Feminina, já entrevistou 4.050 pessoas, que responderam ao questionário disponibilizado nos totens multimídia da Prefeitura de Curitiba, em diversos bairros e parques da cidade. A pesquisa está sendo feita também pelo site www.curitiba.mulheres.org.br.

"Nossa meta é atingir um universo de 5.929 pessoas, através de busca ativa nas regionais Matriz, Boqueirão, Cajuru, Boa Vista, Santa Felicidade, Portão, Pinheirinho, Bairro Novo e CIC", explica Beth Maia, presidente do Conselho Municipal da Condição Feminina.

Para conscientizar as mulheres, lideranças comunitárias e órgãos de classe sobre a garantia dos direitos da mulher e a eliminação de discriminações que limitem a plena inserção da mulher na vida econômica, política, social e cultural da cidade, o Conselho da Condição Feminina vem promovendo o seminário Violência de Gênero, nos auditórios das regionais.

Nos encontros, são apresentados a pesquisa e programas de assistência à mulher e sua família, como o Gestão de Informação da Mulher Curitibana, o CREAS - Centro de Referência Especializado da Assistência Social da Fundação de Ação Social (FAS) e o programa Mulher de Verdade, da Secretaria Municipal da Saúde.

O projeto Gestão de Informação da Mulher Curitibana visa o mapeamento da violência contra a mulher na cidade, identificando o perfil socioeconômico da vítima e do agressor.

Beth Maia, presidente do Conselho da Condição Feminina, afirma que a meta é contribuir para a definição de políticas públicas que auxiliem a mulher vítima de violência e promovam a reeducação do agressor.

Lei Maria da Penha
A pesquisa do Conselho da Condição Feminina tem por base o cumprimento da lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, e que prevê o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher. Segundo estimativa da Anistia Internacional, pelo menos uma em cada três mulheres no mundo sofre algum tipo de violência durante a vida.

Dados da OMS - Organização Mundial da Saúde apontam que 70% das vítimas de assassinato do sexo feminino foram mortas por seus maridos; que a violência contra as mulheres é um fenômeno universal que atinge todas as classes sociais, etnias, religiões e culturas; e que mais de 40% das violências resultam em lesões corporais graves decorrentes de socos, tapas, chutes, amarrações, queimaduras, espancamentos e estrangulamentos.

Beth Maia destaca a importância de conhecer o tamanho do problema. "De acordo com a executiva Inés Alberdi, do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), 90 países já criaram leis específicas como a Maria da Penha, do Brasil, que é uma das mais modernas e completas", diz.

"Mas o grande problema é a falta de dados, porque as denúncias ainda são pequenas. Só conhecendo o tamanho da violência poderemos planejar ações efetivas", afirma Beth. "O projeto Gestão de Informação da Mulher Curitibana, foi pensado como forma de mudar a mentalidade da sociedade em relação à violência contra a mulher", acrescenta.