quarta-feira, 6 de maio de 2015

Investigadores dizem que copiloto da Germanwings ensaiou descida


Relatório aponta que ele mudou altitude do avião no voo de ida.
Queda matou as 150 pessoas a bordo em março.

Do G1, em São Paulo

Foto de arquivo mostra Andreas Lubitz, o copiloto do voo 4U9525, correndo na Airportrun, em Hamburgo (Alemanha), em setembro de 2009 (Foto: Michael Mueller/AP)Foto de arquivo mostra Andreas Lubitz, o copiloto do voo 4U9525, correndo na Airportrun, em Hamburgo (Alemanha), em setembro de 2009 (Foto: Michael Mueller/AP)
Investigadores do Escritório de Investigação e Análise (BEA) da França confirmaram nesta quarta-feira (6) que o copiloto do avião da Germanwings que caiu em março nos Alpes franceses havia praticado a descida da aeronave no voo de ida. Além disso, segundo a investigação, ele ignorou dezenas de tentativas de contato de autoridades civis e militares durante o voo que caiu.
Um relatório preliminar da queda apontou que o copiloto Andreas Lubitz, apontado como responsável por derrubar deliberadamente o avião, ajustou a altitude do piloto automático do Airbus A320 para 100 pés por cinco vezes enquanto estava sozinho na cabine durante voo anterior, de Duesseldorf para Barcelona, também no dia 24 de março.
A queda aconteceu no voo de volta, de Barcelona a Dusseldorf. Os promotores acreditam que o copiloto Lubitz, de 27 anos, trancou o capitão do lado de fora da cabine e começou a reduzir a altitude do avião no início do voo.
Segundo o relatório, o copiloto, "de maneira intencional, modificou as instruções do piloto automático para fazer a aeronave descer até o impacto com o terreno".
"Não abriu a porta da cabine de comando durante a descida, apesar das solicitações de acesso realizada por meio do teclado digital, do interfone da cabine e das comunicações de rádio", afirma o BEA.
O diretor do BEA, Rémi Jouty, afirmou que no voo de ida entre Dusseldorf e Barcelona, o copiloto havia realizado a mesma manobra, que depois repetiu no voo da tragédia.
O relatório indica que "no voo anterior ao do acidente, e durante a descida, foram registradas várias seleções de altitude até 100 pés enquanto o copiloto estava sozinho na cabine".
As manipulações, além do que é necessário, foram realizadas depois que os controladores aéreos haviam autorizado o pouso e não tiveram nenhum efeito sensível, afirmou Jouty.
Lubitz sofreu de grave depressão no passado e um computador encontrado em sua casa mostrou que ele tinha usado a Internet para pesquisar maneiras de cometer suicídio nos dias que antecederam o acidente.
Os promotores também encontraram um atestado médico rasgado em sua casa, mostrando que ele não deveria ter voado no dia do acidente.