quarta-feira, 20 de maio de 2015

CPI da Petrobras ouve nesta quarta executivos investigados na Lava Jato

Dalton Avancini e Erton Medeiros foram presos na 7ª fase da operação.
Ambos já admitiram que havia propina em contratos com a Petrobras. 

Do G1, em Brasília
A CPI da Petrobras na Câmara, que investiga denúncias de iregularidades em contratos da estatal, vai ouvir nesta quarta-feira (20) os depoimentos de Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa, e Erton Medeiros, diretor de negócios da Galvão Engenharia. Ambos foram presos na sétima etapa da operação Lava Jato, em novembro de 2014, e atualmente cumprem regime domiciliar. A sessão da CPI está marcada para começar às 14h30.
Avancini fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público para contar o que sabe em troca da redução de uma eventual pena. Na delação, ele confirmou que existiu o chamado "clube" de empreiteiras que combinavam preços para ganhar contratos com a Petrobras e que o principal objetivo do cartel era manter os preços dos contratos “em um patamar bom para as empreiteiras, não existindo uma pretensão de majorar artificialmente o valor a ser pago pela estatal”.
A defesa de Medeiros já admitiu que o cliente pagou propina ao esquema de corrupção que atuava na Petrobras, com objetivo de evitar que a Galvão Engenharia fosse prejudicada em contratos que mantinha com a estatal do petróleo. Os advogados chegaram a protocolar comprovantes de pagamentos de R$ 8.863.000.

Denúncia
O cartel, segundo a denúncia, era viabilizado através da corrupção de diretores da estatal. Já a lavagem do dinheiro oriundo dos pagamentos irregulares ficava por conta do doleiro Alberto Youssef, dentre outros. A dissimulação e ocultação do dinheiro, conforme a denúncia, por vezes acontecia com subcontratações de outras empresas, como a Sanko-Sider.
Dentre as operações investigadas - ocorridas entre 2006 e 2014, a Camargo Corrêa saiu vencedora das licitações para obras na Refinaria Getúlio Vargas (Repar) e à Refinaria Abreu e Lima.
Conforme a acusação, os dirigentes das empreiteiras destinaram cerca de 1% sobre o valor de contratos para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Parte do dinheiro foi paga no período em que a diretoria era comandada por Paulo Roberto Costa, e outro montante após a saída dele, através de simulação de contrato de consultoria com a empresa Costa Global.