sábado, 23 de maio de 2015

Agentes penitenciários entram em greve em dia de visita e clima é tenso em frente à PCE


BandaB/Por Elizangela Jubanski e Djalma Malaquias


Os agentes penitenciários do Paraná entraram em greve na manhã deste sábado (23) e todos os complexos estão fechados na Penitenciária Central do Estado (PCE). Cerca de 300 familiares estão em frente à PCE para a visita de hoje, que dá direito à comida diferenciada trazida pelos visitantes. O clima é tenso no local e, de acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarsper), cerca de 2,3 mil servidores aderiram à paralisação no estado.
A presidente do Sindarspen, Petruska Sviercoski, afirma que a paralisação foi aprovada em assembleia durante a semana e que os agentes penitenciários estão insatisfeitos com a falta de segurança dentro dos presídios. “A categoria clama para que o Governo apresente um plano de melhoria para o sistema prisional . Nós estamos com as unidades sucateadas, superlotadas e a assistência material e humana não está sendo proporcionada aos presos e os agentes estão trabalhando com um nível de satisfação baixíssimo”, diz.
Para ela, o agente penitenciário sofre retaliações por não oferecer os direitos aos presos. “A insatisfação da classe carcerária acaba recaindo em cima do agente, que é a pessoa que tem que negar para o preso todos os direitos para que ele tem. Então, está a todo momento a mercê de ser refém e de sofrer ameças”, conta a presidente.
Por causa da greve, estão suspensas praticamente todas as atividades do complexo penal. Entre elas, a visita. Um sábado por mês, familiares têm direito de entrar no local com comida diferenciada. Muitos deles vem de fora, de outras regiões do Estado, como é o caso de Camila R.S., 26 anos, esposa de um preso que está detido há mais de 4 anos. Ela vem de Foz do Iguaçu uma vez por mês para visitar o marido. “Temos aqui 15 quilos de comida que estão estragando. É muita falta de respeito. Tem mulheres grávidas, idosos e, principalmente, gente que mora longe e vem pra cá só para trazer isso tudo”, se revolta. Ela contou à Banda B que veio de ônibus, chegou de madrugada, passará o dia todo em frente à PCE para, então, voltar à Rodoviária de Curitiba, na noite de domingo. “Não durma, quase não sento nesses dias, é difícil pra gente e agora fica pior”, finaliza.
Revoltados, os familiares queimaram madeiras e estão tentando impedir funcionários de entrar na PCE.  O diretor do Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen) Luiz Alberto Cartaxo Moura está reunido com representantes do Sindarspen desde as primeiras horas da manhã. O Governo do Paraná vai se manifestar após o fim da reunião.