segunda-feira, 20 de abril de 2015

Marice de Lima deve depor à PF nesta segunda-feira pela Lava Jato


Ela é cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari, que também está preso. 
Prazo da prisão temporária expedido contra ela vence nesta terça (21). 

Do G1 PR

GNews - Marice Correa Lima (Foto: Reprodução/GloboNews)Marice Correa de Lima se entregou à PF na
sexta-feira (17) (Foto: Reprodução/GloboNews)
A cunhada de Vaccari Neto, Marice Correa de Lima, que está presa desde sexta-feira (17), deve prestar depoimento à Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (20). A PF informou que ela deve ser ouvida, provavelmente, a tarde.
Marice é cunhada do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) e teve a prisão temporária expedida na quarta-feira (15) – quando foi deflagrada a 12ª fase da Operação Lava Jato. Ela se entregou na carceragem em Curitiba durante a tarde de sexta.
Como ela não estava em casa no momento da prisão e não se apresentou no mesmo dia, foi considerada como foragida. Segundo o advogado Cláudio Pimentel, Marice voltou de um congresso no Panamá, onde estava há dez dias. Ele disse que a viagem ao exterior ocorreu antes do pedido de prisão.
O mandado de prisão temporária expedido contra ela tem prazo de cinco dias e vence nesta terça-feira (21). A prisão pode ser prorrogada pelo mesmo período. Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Marice e apreendeu vários documentos.
Vaccari Neto foi preso na casa dele em São Paulo e também está na carceragem da PF. Ele é suspeito de operar um esquema de propinas cobradas de empreiteiras que fechavam contratos com a Petrobras.
As investigações do Ministério Público Federal (MPF) apontam que Marice teria comprado um apartamento por R$ 200 mil e o vendido para a empreiteira OAS por R$ 400 mil. O mesmo imóvel teria sido vendido pela empresa por um valor menor. A OAS é uma das investigadas na Lava Jato.
“Aparentemente é uma operação típica de lavagem de dinheiro”, disse o procurador do MPF Carlos Fernando dos Santos.
Entre os fatos que chamam a atenção, ainda segundo o MPF, estão as "inconsistências fiscais" de Marice. De acordo com despacho assinado pelo juiz Sérgio Moro, ela não tinha "capacidade financeira" para suportar o aumento de renda declarado.
O advogado dela, entretanto, afirmou que a suspeita não terá problemas para explicar sua movimentação financeira, já que tudo está declarado no Imposto de Renda. "Não haverá dificuldade nenhuma para provar a inocência dela", disse.
A Operação Lava Jato foi deflagrada pela PF em março de 2014 e investiga um esquema  bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. São apurados desvios da Petrobras e de outros órgãos públicos.
A última fase da operação foi deflagrada em 10 de abril e prendeu sete pessoas. Entre elas três ex-deputados federais: André Vargas (sem partido), Luiz Argôlo (SDD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE).