terça-feira, 21 de abril de 2015

Envolvido em escândalo, premiê da Coreia do Sul apresenta renúncia


Lee Wan-koo é suspeito de ter aceitado suborno de empresário.
Denúncia é um dos maiores escândalos políticos da história recente do país.

Da EFE

O premiê da Coreia do Sul, Lee Wan-koo, durante homenagem às vítimas da balsa Sewol em 16 de abril deste ano (Foto: Park Chul-hong/Yonhap/Reuters)O premiê da Coreia do Sul, Lee Wan-koo, durante homenagem às vítimas da balsa Sewol em 16 de abril deste ano (Foto: Park Chul-hong/Yonhap/Reuters)
O primeiro-ministro da Coreia do Sul, Lee Wan-koo, apresentou sua renúncia nesta terça-feira (data local), acossado pelas suspeitas de ter aceitado suborno de um empresário no que se considera um dos maiores escândalos políticos da história recente do país.
O número dois do governo, cujo cargo é designado diretamente pela presidência, pôs seu cargo à disposição da presidente Park Geun-hye, segundo informou a emissora sul-coreana "KBS".
No entanto, a chefe de Estado está em viagem oficial pela América Latina e decidirá se aceita ou não a renúncia quando retornar no próximo dia 27 de abril.
Park afirmou que confia que a Justiça irá esclarecer o assunto "mediante uma investigação profunda", declarou a presidente após receber a notícia da renúncia de Lee durante sua visita ao Peru, na qual se reuniu ontem com o presidente Ollanta Humala.
Analistas políticos dão como certo que Park aceitará a renúncia do primeiro-ministro, envolvido em um obscuro caso que começou a ser revelado no último dia 9 de abril, com o suicídio de Sung Wang-hong, um empresário da construção civil do país.
Após se enforcar em uma montanha ao norte de Seul, pressionado pelas acusações de desvios de dinheiro contra ele pela promotoria sul-coreana, o empresário deixou uma lista com os nomes de oito políticos, todos próximos à presidente.
Junto aos nomes destas autoridades estavam os valores que Sung pagou de propina em troca de favores e concessões ilícitas.
Segundo o bilhete, o empresário pagou ao primeiro-ministro um total de 30 milhões de wons (US$ 27.699) em 2013 para receber auxílio na campanha que o levou à Câmara dos Deputados.
Lee, que no mês passado tinha declarado "guerra total à corrupção", negou todas as acusações e garantiu que nunca recebeu dinheiro de Sung, mas a oposição e grande parte da opinião pública pressionaram, exigindo que ele deixasse o cargo.
Devido à renúncia, a reunião do Conselho de Ministros prevista para hoje em Seul será presidida pelo titular do Ministério de Estratégia e Finanças, Choi Kyung-hwan.
Por sua parte, o partido "Saenuri", ao qual pertencem os oito políticos citados na "lista de Sung", apoiou a abertura de uma investigação para esclarecer se as acusações de suborno são verdadeiras, declarou o líder parlamentar da legenda, Yoo Seung-min.
O primeiro-ministro assumiu o cargo no dia 16 de fevereiro deste ano, substituindo Chung Hong-won, que chegou a renunciar em 2014 pressionado pelo naufrágio do navio "Sewol', mas acabou voltando ao cargo pouco depois, antes da troca definitiva por Lee.
Desde que Park Geun-hye assumiu a presidência do país em fevereiro de 2013, vários aliados de confiança foram envolvidos em denúncias de corrupção, o que provocou demissões em alguns casos.
A implicação do primeiro-ministro neste escândalo, no entanto, gerou uma polêmica de maiores dimensões e ameaça prejudicar gravemente a imagem da chefe de Estado e de seu governo.