segunda-feira, 30 de março de 2015

Servidores da Saúde entram em greve e unidades só atendem emergência em Curitiba


Da Redação/BandaB



Acusando o prefeito Gustavo Fruet (PDT) de retirar direitos conquistados, os servidores municipais de Saúde pararam as atividades na madrugada desta segunda-feira (30). As consultas eletivas nas Unidade de Pronto Atendimento (UPA) não estão sendo atendidas, apenas casos de emergência são recebidos pelos profissionais. Até às 7h45, anda não era possível precisar a dimensão da paralisação, mas a expectativa é que a adesão nas Unidades Básicas de Saúde seja de 80%, de acordo com o sindicato.
“Nós servidores estamos indignados. Como pode de um mês para o outro o prefeito de Curitiba tirar R$ 200 de nosso contra-cheque. Não há justifica e não há outra solução que não seja a greve. Ou ele faz alguma coisa ou a gente não retorna ao trabalho. Todos os profissionais de Saúde estão mobilizados”, disse à Banda B uma servidora que não quis se identificar.

No Pinheirinho, Unidade 24 horas também recebia apenas emergências (Foto: Antônio Nascimento – Banda B)
Com a greve, o atendimento odontológico deverá ser prejudicado, já que os profissionais desta área também tiveram desconto no contra-cheque, segundo o Sismuc, sindicato que representa a categoria.
Ainda de acordo com o Sismuc, a comissão eleita na assembleia da saúde ontem (26) foi convidada pela Secretaria Municipal de Saúde para negociar os termos do Plano de Contingência da Prefeitura frente à greve. A administração queria as Unidades Básicas de Saúde funcionando com 30%, mas a comissão negociou, baixando para 20% “do quadro de trabalhadores lotados e em efetivo exercício na unidade.Servidores da Saúde entram em greve e US amanhecem sem atendimento em Curitiba
Outro lado
Por meio de nota, a Prefeitura de Curitiba afirmou que a paralisação é injustificável:
Sobre as informações divulgadas pelo sindicato da categoria, cabe esclarecer:
1-A entidade omite a informação de que Prefeitura se comprometeu a pagar até o dia 17 de abril, integralmente, todos os valores referentes ao reajuste do vencimento básico da categoria retroativo aos meses de dezembro de 2014 e janeiro e fevereiro de 2015. Isso representa um montante de aproximadamente R$ 5 milhões, que o Município disponibilizará apesar do cenário econômico e financeiro desfavorável. O pagamento integral foi comunicado ao sindicato por ofício na quinta-feira, dia 26.
2-A extinção do antigo IDQ (Incentivo ao Desenvolvimento de Qualidade dos Serviços) não acarretou em qualquer perda para os servidores. Parte dessa gratificação foi incorporada aos salários, a partir de março – o que atende a uma reivindicação histórica da categoria. Com isso, todos os servidores da Saúde tiveram aumento no vencimento base, sobre o qual são calculados os avanços na carreira e também a aposentadoria.
3-A outra parcela do antigo IDQ foi paga em março na forma de IDQ residual – uma solução transitória até que esteja implantado o Qualifica SUS, nova gratificação a ser paga aos servidores da Saúde e cuja implantação será definida por comissão paritária formada por representantes da Prefeitura e do sindicato. O IDQ residual visa garantir que nenhum servidor tenha perdas salariais nesse período de transição.
4-O aumento salarial, em alguns casos, também implicou em descontos previdenciários e de imposto de renda maiores, como determina a legislação, resultando em salário líquido inferior ao do mês anterior. O fundamental, porém, é que os servidores serão beneficiados com aumento no vencimento básico, que é a base de cálculo para todos os crescimentos na carreira.
5-Uma força-tarefa montada pela administração municipal trabalha desde o último dia 23 para analisar todos os contracheques que eventualmente tenham apresentado alguma inconsistência em março. O sindicato da categoria foi convidado a indicar representantes para esse grupo, mas até o momento não respondeu ao convite.
6-Em relação às horas extras, os servidores receberam metade do valor devido em março e o restante será pago em abril. A divisão foi acorda com o sindicato e visa adequar os pagamentos à disponibilidade financeira do Município.

7-A Prefeitura mantém aberto o diálogo com os servidores da Saúde, o que já resultou em vários avanços e conquistas para a categoria nos últimos dois anos, como a redução da jornada de trabalho para 30 horas por semana, o fortalecimento do vencimento básico, da carreira e da possibilidade de aposentadoria digna, e o aumento dos pisos remuneratórios — que, desde janeiro de 2013, foram reajustados em índices de 18% a 32% para categorias como as de enfermeiros, dentistas e médicos.