segunda-feira, 23 de março de 2015

Rebeldes xiitas tomam terceira maior cidade do Iêmen


 Folhapress


 A terceira maior cidade do Iêmen, Taiz, foi tomada neste domingo (22) pela milícia xiita houthi, segundo membros do governo. Os rebeldes já controlavam parte do noroeste do país, incluindo a capital, Sanaa, e agora avançam em direção ao sul do país, onde o presidente Abdo Rabbo Mansur Hadi está refugiado desde fevereiro. Com a conquista de Taiz, os houthis posicionam-se a apenas 140 km do porto de Áden, onde Hadi estabeleceu sua nova base. Os moradores chegaram a sair às ruas em protesto contra a milícia, e ao menos um deles foi morto pelos rebeldes, que atiraram e usaram bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Neste domingo, em reunião de emergência em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU declarou apoio ao presidente Hadi. "O Conselho de Segurança reafirma seu forte compromisso com a unidade, soberania, independência e integridade territorial do Iêmen, e seu compromisso de apoiar o povo do Iêmen", declararam os 15 países-membros do conselho. O Iêmen passa por uma grave crise de instabilidade, com ações da milícia xiita, do braço armado da Al Qaeda na península Arábica e, agora, de uma célula da facção radical sunita Estado Islâmico (EI) no país -esta última reivindicou três atentados contra mesquitas xiitas em Sanaa ocorridos na última sexta-feira (20), que deixaram ao menos 137 mortos e mais de 350 feridos. Neste domingo, o líder da milícia xiita, Abdel-Malek al-Houthi, prometeu, em um discurso transmitido pela TV dominada pelos rebeldes, perseguir os sunitas membros da Al Qaeda na península Arábica e do EI no país. Os atentados reivindicados pelo Estado Islâmico tiveram como alvo mesquitas frequentadas por xiitas apoiadores dos houthis.