Folhapress
Milhares de pessoas saíram às ruas ontem (16) em Madri para pedir a independência do Saara Ocidental, uma antiga colônia espanhola do noroeste da África, ocupada hoje, em grande parte, pelo Marrocos. Cerca de 3.000 manifestantes marcharam da estação de Atocha até a praça da Província, em um percurso de aproximadamente dois quilômetros, com uma bandeira pedindo a liberdade do Saara Ocidental. "Nós acreditamos que o povo do Saara Ocidental tem direito à autodeterminação", declarou José Taboada, presidente da Federação de Associações Solidárias ao Saara Ocidental, que organizou o protesto. "Trata-se de um grito para exigir do governo espanhol que ajude o povo sarauí a votar e decidir o que eles querem ser", disse à agência AFP. O Saara Ocidental -um território maior do que Grã Bretanha, mas com uma população de apenas 260.000 pessoas- tem lucrativas reservas de fosfato e possivelmente petróleo. O Marrocos se apossou de todo esse território em novembro de 1975, em uma guerra de guerrilha pela independência depois que a Espanha abriu mão da colônia. Em 1991, a ONU pactuou um cessar-fogo e enviou uma missão de paz para a região. Milhares de sarauís vivem hoje em campos de refugiados na fronteira da Argélia. Há anos que os sarauís fazem campanha por seu direito à autodeterminação, mas a maioria dos marroquinos consideram a região como parte de seu território. O Marrocos está disposto a discutir uma autonomia para a região, mas não abre mão de que o território continue sob a sua soberania. O movimento separatista, apoiado pela Argélia, exige uma votação sobre a independência.
