sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Falhas do Serviço Secreto permitiram invasão à Casa Branca

  |  Folhapress




Uma investigação do Departamento de Segurança Interna mostra que o invasor que pulou a cerca e conseguiu entrar na Casa Branca em setembro só teve sucesso por uma sucessão de falhas "técnicas, de organização e performance" do Serviço Secreto. Segundo a análise, à qual o "New York Times" teve acesso, o sistema de alarme e os rádios não funcionaram de forma apropriada, e muitos dos funcionários do Serviço Secreto não viram o invasor escalar a cerca, o que fez com que a resposta demorasse ainda mais. Na noite de 19 de setembro, o texano Omar J. Gonzalez, 42, escalou a cerca da Casa Branca, correu aproximadamente 65 metros até o pórtico norte e entrou na residência oficial. De acordo com a investigação, o invasor poderia ter sido parado por um agente que estava na ala norte com um cão de guarda. O funcionário, contudo, não percebeu que Gonzalez havia entrado porque estava sentado em uma van falando em seu celular pessoal. Ele não estava com seu rádio preso à orelha e havia deixado o segundo rádio que deveria estar com ele em seu armário. Só depois que ele viu um outro agente correndo é que deu ordem para que o cão atacasse o invasor -mas já era tarde demais. TIROS Agentes que estavam na Pennsylvania Avenue, que fica em frente à Casa Branca, chegaram a ver o homem escalando a cerca e correram em sua direção, ordenando que ele descesse, mas também sem sucesso. Um policial então avisou sobre a invasão pelo rádio e um dos alarmes soou. Dois policiais se aproximaram de Gonzalez, já dentro dos jardins da residência, com armas de fogo apontadas para ele. Mesmo com o invasor ainda correndo, os oficiais decidiram não atirar por acreditar que ele não estivesse armado. Mais tarde, descobriu-se que ele levava uma faca. Ao entrar na Casa Branca, pela porta destrancada, Gonzalez se desvencilhou de um oficial do Serviço Secreto e subiu correndo a escadaria que leva aos aposentos da família do presidente Barack Obama. Ele então se dirigiu ao East Room, salão frequentemente usado para recepções ou discursos presidenciais, onde um agente tentou contê-lo. O invasor, porém, teria conseguido chegar até a porta do Salão Verde, que tem vista para o gramado da Casa Branca, segundo fontes ouvidas pelo "Washington Post". Naquele dia, Obama e suas filhas tinham deixado, havia poucos minutos, a Casa Branca de helicóptero rumo à residência de Camp David. A investigação do Departamento de Segurança Interna não foi divulgada, mas integrantes do Congresso foram informados sobre ela nesta quinta (13). Dias após o incidente, a diretora do Serviço Secreto, Julia Pierson, renunciou.