quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Dilma defende Marta e diz que não deu prazo para ministros saírem


Folhapress

LEANDRO COLON, ENVIADO ESPECIAL DOHA, QATAR -
 A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira (12) que não deu prazo para ministros entregarem os cargos e afirmou que soube com antecedência do teor da carta de demissão de Marta Suplicy do Ministério da Cultura. "Não estabeleci prazo para ninguém sair. O Palácio não fala, é integrado por paredes mudas. Só quem fala sobre reforma é essa pessoa modesta que vos fala aqui", disse aos jornalistas, após encontro em Doha, no Qatar, com autoridades locais. "Não vou fazer a reforma ministerial imediatamente. Vou fazer por partes", ressaltou a presidente.
Dilma tentou minimizar a polêmica sobre a decisão de Marta em divulgar a carta de demissão nesta terça-feira (11) durante sua viagem presidencial ao exterior. "A ministra Marta não fez nada de diferente, de errado, não teve atitude incorreta, seria uma injustiça [criticá-la]. Ela me disse o teor da carta antes de eu viajar. Logo depois da minha eleição, disse que sairia e eu aceitei. Ela me disse que enviaria uma carta", afirmou Dilma.
Marta divulgou a carta em sua conta no Facebook dizendo que espera que a presidente escolha uma equipe econômica independente e experiente para resgatar a credibilidade do governo e garantir o crescimento do país. Dilma evitou rebater. Afirmou que a ministra apenas expressou o que pensa sobre o tema: "Não fez nada de diferente de outros ministros. As pessoas têm direito de dar opinião."
MUDANÇAS
Questionada se pretende começar as mudanças ministeriais a partir da próxima terça-feira (18), quando retorna ao Brasil do G20 na Austrália, a presidente respondeu: "Terça-feira? Nem pensar". Ela disse também que "não tem cabimento" a especulação de que o ex-presidente Lula vai influenciar na escolha da nova equipe ministerial.
O Qatar foi a parada escolhida para a presidente dormir na terça (11) antes de seguir, nesta quarta, para o encontro do G20 (grupo das maiores economias do mundo) na Austrália.
As declarações de Dilma foram dadas após encontro com a xeica Moza bint Nasser, na Fundação Qatar.