sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Hong Kong vive dia de distúrbios em ruas ocupadas por ativistas


  |  Folhapress


 Confrontos violentos eclodiram em duas áreas comerciais de Hong Kong nesta sexta-feira (3), quando centenas de partidários do regime chinês atacaram o acampamento e arrancaram faixas de manifestantes pró-democracia, forçando muitos a recuar. Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Hong Kong na semana passada para exigir democracia plena na ex-colônia britânica, incluindo um sistema de votação livre quando for escolhido o novo dirigente da região em 2017. O governante de Hong Kong, Leung Chun-ying, concordou em abrir negociações com manifestantes pró-democracia, mas recusou-se a renunciar. Com o apoio do governo chinês, Leung deixou claro que não irá recuar diante dos piores distúrbios da cidade em décadas. Os manifestantes, na sua maioria estudantes, haviam dado um ultimato para a renúncia de Leung, ameaçando ocupar prédios públicos. O secretário de Finanças, John Tsang, advertiu que os contínuos protestos no distrito financeiro poderiam causar danos permanentes para a cidade, centro financeiro asiático. Os confrontos aconteceram em Causeway Bay e Mong Kok, provocando a intervenção da polícia. Em Admiralty, epicentro do protesto, onde os manifestantes seguem bloqueando as sedes governamentais, os estudantes estão pessimistas perante a oportunidade de diálogo oferecida pelo governo. As principais avenidas da cidade permaneciam bloqueadas e vários bairros da ex-colônia britânica estavam paralisados após cinco dias de protestos. Os protestos apresentaram menor número de ativistas, já que nesta sexta a população de Hong Kong voltou ao trabalho depois de um feriado de dois dias para comemorar os 65 anos do regime comunista chinês. Embora Pequim tenha anunciado que o novo governante de Hong Kong será eleito por sufrágio universal, os candidatos deverão ser aprovados pelo governo antes de concorrerem. Os manifestantes denunciam interferências de Pequim e exigem o sufrágio universal sem condições nas eleições de 2017.