sexta-feira, 6 de junho de 2014

Sindicato cumpre ameaça e não deixa ônibus sem cobrador saírem das garagens


Por Luiz Henrique de Oliveira e Antônio Nascimento/BandaB


Curitiba amanheceu nesta sexta-feira (6) sem nenhum micro-ônibus nas ruas. A decisão foi tomada pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba, o Sindimoc, que realizou piquetes em frente às empresas e não permitiu a saída dos veículos. O motivo da manifestação é o não cumprimento da lei contra a dupla-função, não permitindo que o motorista faça também o papel de cobrador.
onibus
Micro-ônibus não foram às ruas nesta sexta (Foto: Banda B)
O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, garantiu à Banda B que enquanto a lei não for cumprida nenhum micro-ônibus sai. “Nem que a Polícia Militar (PM) precise ser acionada. Em 2012 conseguimos uma lei municipal, porém a URBS e as empresas não a cumpriam. Agora entramos na Justiça e conseguimos êxito. Estou com a decisão judicial do último dia 4 na mão. Ou a lei é cumprida, ou Curitiba fica sem micro-ônibus”, afirmou.
De acordo com Teixeira, o trabalhador não pode mais se sujeitar a uma dupla-função e não ganhar um centavo por isso. “Todo o stress de não atrasar, dar troco e ter que ainda dirigir não pode mais acontecer”, disse.
A Banda B buscará contato para saber o lado da URBS referente à manifestação.
O Setransp, sindicato que representa a categoria, enviou uma nota sobre a manifestação:
O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) lamenta que mais uma vez a população seja prejudicada, dessa vez com a paralisação do serviço com micro-ônibus nesta sexta-feira (6), em nova ação unilateral do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc).
O motivo para a paralisação, que envolve o debate sobre a chamada dupla-função, em que o motorista também atua como cobrador, é descabido por duas razões: 1) o trâmite legal sobre essa questão ainda está em andamento, uma vez que o Setransp já entrou com recurso; 2) mesmo que o Setransp não tivesse apresentado recurso, a Justiça do Trabalho determinou, no dia 6 de maio de 2014, prazo de 45 dias para adaptação, período que ainda não foi concluído.
O Setransp reforça que está sempre aberto ao diálogo e condena a atitude do Sindimoc, totalmente abusiva e contrária aos anseios da população.