sábado, 7 de junho de 2014

Para segurar dólar, BC vai prorrogar intervenções no mercado de câmbio

BemParana |  Folhapress


EDUARDO CUCOLO BRASÍLIA, DF - Em outra ação para segurar a cotação do dólar, o Banco Central anunciou ontem, sexta-feira (6), que vai prorrogar o programa de leilões de contratos de câmbio ("swap" cambial). Esse programa foi lançado em agosto de 2013. Em janeiro de 2014, o BC estendeu o programa de intervenções, mas reduziu os valores oferecidos diariamente ao mercado. Essa segunda fase de intervenções estava prevista para acabar no dia 30 de junho, mas o BC decidiu antecipar a informação de que haverá uma terceira fase. A instituição não informou, entretanto, os detalhes dessa prorrogação, o que será comunicado posteriormente, segundo o BC. Os contratos de "swap" oferecem proteção aos investidores contra a alta do dólar. MOTIVOS Segundo o BC, a decisão foi tomada "considerando que a necessidade de proteção cambial ("hedge") demandada pelos agentes econômicos vem sendo atendida pelo programa." A medida tem como objetivo, segundo o governo, "continuar provendo 'hedge' cambial e liquidez ao mercado de câmbio". "O detalhamento das condições do referido programa, tais como extensão, prazos e montantes das operações, horários e demais características das ofertas, será comunicado ao mercado oportunamente", disse o BC em nota. O câmbio tem sido um dos principais aliados do BC no combate à inflação. Nesta semana, o Ministério da Fazenda anunciou a redução de tributos para incentivar a entrada de mais dólares no país por meio de empréstimos obtidos no exterior com prazo de 180 a 360 dias. OFERTA ATUAL A fase atual do programa de intervenções prevê a oferta diária de 4.000 contratos de "swap", o equivalente a US$ 200 milhões (US$ 1 bilhão por semana). O prazo de vigência do contrato, período para o qual a "proteção" vale, tem variado. Hoje, há no mercado US$ 86,9 bilhões em contratos, sendo que a cada mês vencem cerca de US$ 10 bilhões. Nos últimos meses, no entanto, o BC tem optado por realizar leilões adicionais para renovar, total ou parcialmente, esses vencimentos, em operações de "rolagem", de forma a não permitir a redução desse estoque. COTAÇÃO O ânimo gerado em torno da disputa presidencial garantiu um dia de alívio no mercado de câmbio. Nesta sexta-feira (6), pesquisa Datafolha mostrou queda nas intenções de voto na presidente Dilma Rousseff (PT), de 37% para 34%. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia com desvalorização de 0,84% sobre o real, cotado em R$ 2,249 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, encerrou o dia em baixa de 0,48%, para R$ 2,250. Mesmo assim, na semana, tanto o dólar à vista quanto o comercial registraram alta de 0,40% cada um.