sábado, 17 de maio de 2014

Lábio leporino acomete mais de cinco mil crianças nascidas a cada ano no Brasil

Redação/BandaB

O lábio leporino – conhecido também como fenda labial – é caracterizado pelo desenvolvimento incompleto do lábio enquanto o bebê ainda está se formando. Após o nascimento, a criança apresenta uma abertura na lateral dos lábios superiores, entre a boca e o nariz, que pode comprometer também dentes, gengiva, maxilar superior e o próprio nariz. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada 650 crianças nascidas no Brasil sofrem com o problema, o que totaliza mais de cinco mil novos casos por ano. “Os pacientes que não recebem tratamento adequado podem enfrentar dificuldades no convívio social, na ingestão de alimentos, na respiração e na fala”, explica Tiago André Ribeiro, médico cirurgião plástico.
A cirurgia para correção do lábio leporino pode ser feita logo após 24h do nascimento do bebê, o que reconstruirá o lábio superior e reposicionará o nariz. “Na maioria dos casos, ocorre um desabamento na asa do nariz pela falta de apoio do músculo, por isso ele também deve ser corrigido”, observa Ribeiro.
Acompanhamento médico
A pesar de a correção da má formação ser feita por meio de cirurgia plástica, a reconstituição da fissura labial não é apenas uma alteração de caráter estético, já que pode acarretar desnutrição, distúrbios respiratórios, da fala e da audição, além de infecções crônicas. “Durante todo o tratamento, é essencial que o paciente seja acompanhado por uma equipe médica composta por cirurgião plástico, fonoaudiólogo, nutricionista e ortodontista”, alerta Ribeiro.
Fenda palatina
Em alguns casos, a fissura labial pode ser associada a fenda palatina, que acontece quando o palato, conhecido como “céu da boca”, também não se forma corretamente. Nesta situação, a operação ocorre em etapas a partir do primeiro ano de idade, a fim de assegurar a estrutura óssea e a funcionalidade da musculatura de oclusão. “A reconstituição completa do palato só é finalizada na adolescência, com a consolidação total dos ossos da face”, finaliza Ribeiro.