sábado, 12 de abril de 2014

Estudo questiona eficácia e bilhões gastos em tamiflu

Da BBC Brasil


Em 2009, em meio à pandemia de gripe A (chamada inicialmente de gripe suína), vários governos – entre eles o brasileiro – gastaram bilhões de dólares na compra de um remédio que, segundo um novo estudo, não seria mais eficiente do que um analgésico comum.
tamiflu-110414-bandab
(Foto: Reuters)
Segundo Clique uma análise da Cochrane Collaboration, uma rede independente e global de pesquisadores e profissionais de saúde, o medicamento antiviral tamiflu (oseltamivir) não evita a disseminação da gripe e nem reduz as complicações perigosas da doença, apenas ajuda com os sintomas.
No combate ao vírus H1N1, o medicamento não seria mais eficaz do que um paracetamol, analgésico popular usado em vários países.
A Roche, fabricante do tamiflu, e outros especialistas afirmam, entretanto, que a análise do Cochrane Collaboration apresenta falhas. O medicamento foi receitado em larga escala durante a epidemia de gripe suína em 2009 em vários países do mundo.
Na Grã-Bretanha, o Tamiflu começou a ser estocado em 2006, quando algumas agências de saúde previam que uma pandemia de gripe que poderia matar até 750 mil pessoas na Grã-Bretanha. O governo britânico gastou 473 milhões de libras (quase R$ 2 bilhões) na compra do medicamento.
No Brasil, o Ministério da Saúde gastou R$ 400 milhões comprando uma quantia de tamiflu suficiente para 14,5 milhões de pessoas. Segundo o ministério, foram adotados critérios técnicos “que levaram em conta a previsão de 10% da população brasileira”, e o tamiflu era o tratamento recomendado “para casos graves e pessoas com fatores de risco”.