quinta-feira, 3 de abril de 2014

Deputados paranaenses vão à Brasília por empréstimos


Parlamentares têm audiência com secretário do Tesouro Nacional para tratar de bloqueio ao Paraná

   |  Ivan Santos/Bem Paraná

Deputado Tadeu Veneri: líder do PT diz que reunião vai tirar questão à limpo (foto: Valquir Aureliano)
Um grupo de deputados federais e estaduais do Paraná se reúne na próxima quarta-feira, em Brasília, com o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, para tratar do suposto bloqueio dos empréstimos pedidos pelo Estado no governo federal. A audiência foi aprovada a partir de requerimento apresentado pelo deputado federal Fernando Francischini (Solidariedade) na comissão de Fiscalização da Câmara. Mas deputados estaduais, entre eles o líder do PT na Assembleia Legislativa, Tadeu Veneri, e Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), além do líder do governo Beto Richa, Ademar Traiano (PSDB), também devem participar do encontro.
A intenção é descobrir de vez porque a União não deu aval para a liberação de créditos de cerca de R$ 2,8 bilhões negociados pelo Paraná com instituições financeiras internacionais e nacionais. O governador Beto Richa (PSDB) e seus aliados dizem que o dinheiro não sai por perseguição política e interesse eleitoral do PT da senadora e pré-candidata de oposição ao governo do Estado, Gleisi Hoffmann, em prejudicar a atual administração. O PT rebate afirmando que os recursos não são liberados porque o Estado não cumpre exigências como o limite de gastos com pessoal e o investimento mínimo em saúde.
Na segunda-feira, Romanelli – que retornou à Assembleia há duas semanas depois de três anos como secretário do Trabalho do governo Richa – anunciou a intenção de propor a abertura de uma Comissão Especial de Investigação para apurar os motivos do suposto bloqueio federal contra as operações de crédito negociadas pelo Estado. O PT reagiu acusando o peemedebista de promover um “factoide”, e anunciando a intenção de apoiar a CEI para tirar a limpo a história. O próprio Romanelli admitiu que a comissão não teria poderes para convocar Augustin, já que pelo regimento interno da Assembleia, os deputados só tem autoridade sobre gestores estaduais ou municipais. Diante disso, ele apresentou requerimento fazendo um convite para que o secretário viesse à Casa. Como isso também era improvável, os próprios parlamentares petistas ajudaram a articular a audiência em Brasília.
“Provamos que o diálogo sempre é muito importante para que possamos avançar.  O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin deve fazer uma radiografia da situação do Paraná e do país. Discutiremos de forma técnica o por quê do bloqueio aos empréstimos Vamos expor a posição do Legislativo paranaense porque é inegável que uma ‘mão invisível’ impede a liberação dos empréstimos”, disse o peemedebista.
Romanelli insistiu na tese de que o Paraná é discriminado pela União. “O estado do Maranhão, por exemplo, recebeu empréstimos que somam cerca de R$ 4 bilhões. O Maranhão acaso tem uma situação fiscal melhor do que o Paraná? Obviamente que não, mas obteve através do Poder Judiciário liminares que viabilizaram os empréstimos”, apontou.
O líder do PT rebateu afirmando que o encontro vai tirar a questão a limpo. “O mais provável é que se conclua que essa ‘mão invisível’ está do outro lado do Centro Cívico, no próprio governo”, disse Veneri.