sábado, 5 de abril de 2014

Ipea volta atrás e diz que 26% e não 65% apoiam ataque a mulheres

Agência Brasil


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Foto: Banda B
Após até a presidente Dilma Rousseff se comover, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) informou nesta sexta-feira (4) que errou ao divulgar no último dia 27 que 65,1% dos brasileiros concordam inteiramente ou parcialmente com a frase “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. De acordo com o instituto, o percentual correto é 26%. O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Rafael Guerreiro Osório, pediu exoneração do cargo assim que o erro foi constatado, informou o instituto.
Na ocasião, o instituto tinha anunciado que 42,7% concordaram totalmente com a afirmação e 22,4%, parcialmente. Porém, residentes no Sul e Sudeste, jovens e pessoas com educação média e superior, apresentam menores chances de concordar com a afirmação.
Os demais números, como o que 58,5% acredita que o número de estupros no país seria menor “se as mulheres soubessem como se comportar” continuam valendo.
“Vimos a público pedir desculpas e corrigir dois erros nos resultados de nossa pesquisa”, retratou-se a entidade, em nota. “Com a inversão de resultados entre as duas questões, relatamos equivocadamente, na semana passada, resultados extremos para a concordância com a segunda frase, que, justamente por seu valor inesperado, recebeu maior destaque nos meios de comunicação e motivou amplas manifestações e debates na sociedade ao longo dos últimos dias”.
A jornalista Nana Queiroz, criadora da frase, chegou a ser ameaçada após o início dos protestos. “Amanheci de uma noite conturbada. Acreditei na pesquisa do Ipea e experimentei na pele sua fúria. Homens me escreveram ameaçando me estuprar se me encontrassem na rua, mulheres escreveram desejando que eu fosse estuprada”, relatou Nana, em sua página em uma rede social. A presidenta Dilma Rousseff chegou a manifestar apoio à campanha e à jornalista.