quarta-feira, 19 de março de 2014

Paraná recolhe amostras de leite da marca Líder com suspeita de adulteração


Da Agência Estadual de Notícias

A Secretaria de Saúde do Paraná está acompanhando as denúncias de fraude em lotes de leitelonga vida da marca Líder, produzido no Rio Grande do Sul. Os lotes sob suspeita foram produzidos em fevereiro e podem estar sendo comercializados no Norte do Paraná.
leite-adulterado-180314-bandab
(Foto: Venilton Küchler)
A Vigilância Sanitária está coletando amostras dos produtos suspeitos e vai encaminhá-las ao Laboratório Central do Estado para análise. De acordo com o coordenador do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana, a medida é preventiva, pois a empresa fabricante já afirmou ter retirado de mercado os lotes em questão.
“Como a empresa não divulgou informações sobre o lote suspeito, determinamos a coletada de amostras de produtos produzidos durante todo o mês de fevereiro. Com isso, poderemos avaliar se existe a presença de substâncias nocivas à saúde das pessoas”, disse o coordenador.
A denúncia partiu do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), que desde o ano passado investiga casos de fraude na cadeia produtiva do leite produzido no Estado. Segundo o órgão, 199 mil litros de leite adulterado foram enviados à unidade da LBR Alimentos em Lobato, no Norte do Paraná.
A adulteração do leite ocorre por meio do uso de ureia, que contém formol e pode causar sérios danos à saúde do consumidor. A ureia é utilizada para mascarar a adição de água ao leite, o que aumenta o volume do produto. Se o leite adulterado for consumido em grandes quantidades ou por um longo período de tempo, a intoxicação por formol pode até causar câncer.
Desde 2013, o Governo do Estado reforçou o sistema de monitoramento da qualidade do leite produzido e comercializado no Paraná. Além da fiscalização na etapa de produção, o Estado ampliou o trabalho realizado na etapa final, quando o produto já está disponível à venda em supermercados.
“Após a confirmação da venda de leite fraudado no Paraná, em maio do ano passado, incluímos a análise de adulterantes no processo de fiscalização. Isso permite que verifiquemos se houve mudanças na qualidade do leite durante a etapa de transporte entre o laticínio e o comércio”, explica a coordenadora da divisão de Vigilância Sanitária de Alimentos, Karina Ruaro.
Karina afirma que, desde maio de 2013, 65 amostras de leite UHT já foram analisadas pelo Laboratório Central do Estado. Dois lotes de leite da marca Batavo apresentaram formol em suas amostras e por isso foram retirados de mercado.
Além disso, outras 271 amostras de leite pasteurizado, do programa Leite das Crianças, também foram avaliadas. Nenhuma apresentou irregularidade.