quinta-feira, 6 de março de 2014

“Hoje não é mais atrativo trabalhar nos Correios”, diz sindicato após 35 dias de greve


Por Marina Sequinel e Felipe Ribeiro/BandaB

“Se o acordo coletivo não for feito, nós podemos confirmar de vez que trabalhar nos Correios não é mais atrativo hoje”. A afirmação, do diretor do sindicato da categoria, Wilson Dombrovsk, foi feita à Banda B na tarde de ontem, após 35 dias de greve da categoria. Segundo ele, os funcionários sofrem com a falta de benefícios e, ainda assim, precisam lutar para que eles não sejam retirados.
“Exemplo disso é a paralisação deste ano. Nós não podemos ‘engolir por goela abaixo’ a terceirização dos planos de saúde. Será um custo a mais para os trabalhadores, devido à mensalidade”, afirmou Dombrovsk. Como nada foi decidido em um mês de greve, de acordo com ele, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que a Federação dos Correios tem até esta sexta-feira (7) para passar ao sindicato a data para o julgamento do dissídio coletivo.
greve-correios-050314-bandab
Trabalhadores estão parados desde o dia 30 de janeiro deste ano. (Foto: Divulgação)
Para o diretor, no início da próxima semana as negociações já devem continuar e apresentar um desfecho. “Nós estamos confiantes de que vamos, finalmente, ganhar essa causa. A empresa não pode desrespeitar a decisão do TST sem realizar um acordo, isso seria uma vergonha. A movimentação está grande, com cerca de 70% dos funcionários parados aqui no Paraná”. Em âmbito nacional, segundo ele, 18 dos 30 sindicatos não estão funcionando.
Início da greve
Os trabalhadores dos Correios do Paraná deflagraram a greve no dia 30 de janeiro deste ano. A paralisação é resultado do suposto descumprimento do dissídio coletivo pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) com a criação do Postal Saúde, que é considerado pela categoria uma “terceirização” do plano de saúde dos trabalhadores.
“Queremos, sim, a melhoria dos serviços e procedimentos, mas não vamos aceitar a cobrança de mensalidade e não vamos permitir que retirem nosso maior benefício”, informou o sindicato da categoria na ocasião.
A empresa dos Correios diz que os trabalhadores não teriam prejuízos com o Postal Saúde e nem aumento das despesas.