sábado, 8 de fevereiro de 2014

Passagens aéreas e gasolina ajudam a desacelerar a inflação em janeiro, diz IBGE

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RIO - A inflação brasileira começou o ano em desaceleração. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial no país, fechou janeiro em alta de 0,55%, Esse foi o menor IPCA para um mês de janeiro desde 2009, quando o índice foi de 0,48%. Em dezembro, o índice havia atingido 0,92%, a maior variação para um mês desde abril de 2003, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. O acumulado em 12 meses desacelerou de 5,91% em dezembro para 5,59% em janeiro.

- O IPCA recuou de forma bastante forte de dezembro para janeiro, uma redução de 40% da taxa, o que é uma redução significativa - afirmou a coordenadora do IPCA, Eulina Nunes, que destacou, ainda, a redução generalizada nas 13 regiões metropolitanas.

O grupo de Transportes foi o principal responsável pela desaceleração na inflação de dezembro para janeiro, com deflação de 0,03%, ante inflação de 1,85% em dezembro. O preço das passagens aéreas recuaram 15,88%, frente a alta de 20,13% em dezembro. E o da gasolina subiu 0,60%, quando em dezembro tinha subido 4,04%, refletindo a alta do combustível nas refinarias em 30 de novembro. A alta no preço de combustíveis desacelerou de 4,12% em dezembro para 0,77% em janeiro.

O grupo Vestuário teve deflação de 0,15% em janeiro, após alta de 0,80%, refletindo as liquidações após o período do fim do ano.
A maior pressão de alta da inflação veio do preço dos alimentos, que subiu 0,84% em janeiro, ante alta de 0,89% em dezembro. O maior impacto individual foi do item carnes, que subiu 3,07%. Outros alimentos ficaram mais caros em janeiro. A cenoura subiu 20,72%, frente a alta de 6,02% em dezembro. O açaí, por sua vez, avançou 18,80, após alta de 3,51% no mês anterior. A cebola ficou 16,11% mais cara no mês passado, depois de subir 7,24% em dezembro. Em 12 meses, no entanto, registra deflação de 6,40%. O preço das hortaliças aumentou 6,01% em janeiro, frente a 2,19% em dezembro.
O grupo Despesas Pessoais acelerou de 1% em dezembro para 1,72% em janeiro. Três itens tiveram forte influência: cigarro, que avançou de 0,57% em dezembro para 7,79% em janeiro, excursão, que passou de 8,89% para 9,26% e empregado doméstico, de 0,86% para 1,03%, todos na mesma base de comparação.
A maior contribuição individual para a inflação de 0,55% de janeiro foi cigarro, com impacto de 0,08 ponto percentual, refletindo os reajustes feitos ao longo do mês para algumas marcas, em algumas regiões.
Novas regiões incluídas na pesquisa
Esta é a primeira divulgação do IPCA em que estão incluídas a região metropolitana de Vitória (ES) e o município de Campo Grande (MS). Até dezembro, o índice de preços incluía as regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, e Porto Alegre, além de Brasília e o município de Goiânia.
O município de Campo Grande tem peso de 1,51% na formação da inflação, enquanto a fatia da região metropolitana de Vitória é de 1,78%. Para se ter uma ideia, São Paulo tem peso de 30,67% e o Rio de Janeiro, de 12,06%.
A maior alta da inflação entre as regiões metropolitanas foi em Curitiba, de 0,77%, frente a 0,86% em dezembro. Brasília, por sua vez, registrou deflação de 0,07%, ante alta de 1,01% dos preços no mês anterior. Os preços subiram 0,56% em Vitória e 0,41% em Campo Grande.
O IPCA-15 de janeiro, uma espécie de prévia da inflação oficial, foi de 0,67%, abaixo dos 0,75% de dezembro. Em 2013, a inflação encerrou o ano em 5,91%, acima do registrado em 2012, quando o percentual foi de 5,84%. Foi a quarta vez consecutiva em que a inflação fica acima do centro da meta anual perseguida pelo Banco Central (BC) que é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para baixo ou para cima.
Alimentos e bebidas tiveram o maior impacto em 2013, com alta de 8,48%. Sozinho, o grupo deteve 2,03 ponto percentual, ou 34% do índice. Os alimentos fora do domicílio subiram 10,07%, mais que 2012, quando a alta havia sido de 9,51%. A refeição fora de casa liderou os impactos individuais, com 0,47 ponto de peso.


Fonte: O Globo - Online