terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Sem a Copa, Curitiba pode ter prejuízo de R$ 1 bilhão


Estimativa tem como base a movimentação projetada pelo setor de turismo para os quatros jogos da 1ª fase

  |  Ana Ehlert /Bem Paraná
Obras na Arena têm que estar avançadas até o dia 18 de fevereiro, a data limite imposta pela Fifa (foto: Franklin de Freitas)

O atraso das obras da Arena da Baixada e a possibilidade de que Curitiba deixe de sediar os jogos da Copa de Mundo de 2014 colocou empresários do setor de turismo em alerta. Caso isso ocorra, a estimativa é de que o prejuízo mínimo supere o valor de R$ 1 bilhão. A projeção é do presidente da Associação de Bares, Restaurantes e Casas Noturnas (Abrabar), Fábio Aguayo, com base na movimentação prevista para o período dos quatro jogos classificatórios da 1ª fase, agendados para ocorrer em Curitiba.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Henrique Lens Cesar Filho, calcula, se isso ocorrer, um prejuízo mínimo de R$ 78 milhões, apenas com as diárias dos hotéis que deixarão de ser recebidas. Nesta conta, ele considerou apenas as diárias dos 13 mil leitos bloqueados para a Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), a um custo médio de R$ 300 por 20 dias — período de realização dos jogos na Capital paranaense.
Cesar Filho ressalta que vários hotéis foram construídos com o objetivo de atender aos turistas da Copa do Mundo. “Aqueles que já existiam investiram em reformas, reengenharia das instalações e readequação dos restaurantes”, relata.
Além do prejuízo financeiro, Curitiba poderá arcar com um alto prejuízo moral e político. “Curitiba vai ficar com a imagem de caloteira e totalmente desmoralizada diante da comunidade internacional”, afirma Cesar Filho. “O maior prejuízo será com relação à imagem da cidade. Aquele que realmente não tem preço, como diria a propaganda de um cartão de crédito”, argumenta Aguayo.
O presidente da Abrabar questiona a Secretaria Especial para Assuntos da Copa. “Ela foi criada para evitar situações como essa e, pelo que está claro, não cumpriu o seu papel”, afirma. Ele cita a comissão tripartite criada para gerenciar o andamento das obras de preparação para o campeonato mundial.
“Não chamaram os empresários e nem a sociedade, e tampouco a sociedade se movimentou para participar, como aconteceu em Natal, onde os moradores da cidade montaram uma comissão popular para acompanhar tudo.”