sábado, 17 de agosto de 2013

Curitiba instala monumento pelas liberdades democráticas



 Foi inaugurado na tarde de ontem sexta-feira (16), na Praça Rui Barbosa, o Monumento pelas Liberdades Democráticas – Monumento à Resistência e à Luta pela Anistia no Paraná, homenagem aos perseguidos políticos pelo regime militar brasileiro.
Obra da artista plástica Cristina Toniolo Pozzobon e do arquiteto Tiago Balem, é uma iniciativa da Comissão da Anistia, Ministério da Justiça (Projeto Marcas da Memória), com o apoio da Prefeitura de Curitiba.
“Curitiba, que foi a cidade brasileira pioneira nos comícios das eleições diretas em 1983, está sempre aliada às lutas das liberdades públicas”, disse o prefeito Gustavo Fruet, que participou da inauguração. O prefeito informou que o Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (Ippuc) vai implantar painéis em toda a cidade com textos informativos sobre a importância e representatividade dos prédios que abrigaram, de alguma forma, a história da Ditadura Militar em Curitiba.
Paulo Abraão, Secretário Nacional de Justiça e presidente da Comissão da Anistia, disse que o monumento é um exercício de memória. “É para lembrar o passado de um povo de valor que soube defender a democracia brasileira”, disse.Esse mesmo monumento será construído em outras sete cidades brasileiras.

Caravana julga processos de presos políticos


Brunno Covello/Gazeta do PovoBrunno Covello/Gazeta do PovoMonumento foi inaugurado na Praça Rui Barbosa, onde havia o quartel da Polícia do Exército


Gazeta do Povo/ Katna Baran e Amanda Audi
A 72ª Caravana da Anistia julgou ontem em Curitiba oito processos de pessoas perseguidas no Paraná durante a ditadura militar (1964-1985). “São pessoas que pretendem obter indenizações em razões das perseguições sofridas. É mais uma indenização simbólica, que reconhece o pedido de desculpas formal do Estado Brasileiro pela prática das violações dos direitos humanos”, disse o Procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior.
Foram julgados os processo de Renato Carvalho Tapa­jós, Mário Luiz Anto­nello, Dácio Villar, Julio Cezar Covello Neto, Ariel Mujica de Paula, Anjor Mujica de Paula, José Antonio Fonseca, João Parizotto (requerido por Ceverino Luiz Parizotto) e Angelo Negri (requerido por Eloar Alves dos Santos Negri). Apenas o processo de Mário Luiz Antonello teve pedido de vista e será incluído em nova sessão, ainda sem data marcada. Os outros sete foram deferidos por unanimidade.
A caravana fez ainda homenagens póstumas a 25 ex-presos políticos e seus familiares. Entre os lembrados estavam o ex-governador José Richa, pai do governador Beto Richa (PSDB), e o ex-prefeito de Curitiba Maurício Fruet, pai do prefeito Gustavo Fruet (PDT). O evento foi realizado no auditório da seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR).
A programação foi encerrada com a inauguração do Monumento à Resistência e à Luta pela Anistia no Paraná, na Praça Rui Barbosa, no local onde funcionou o Quartel da Polícia do Exército, para onde eram encaminhados presos políticos durante o regime militar. É o segundo monumento erguido em homenagem às vítimas da ditadura no país. O primeiro foi inaugurado em maio, em Belo Horizonte. Outras cidades, como São Paulo e Brasília, também terão monumentos.

Segundo pesquisa, 43% dos brasileiros não se identificam com a programação da TV



Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A televisão é assistida diariamente por 82% dos brasileiros, mas 43% da população não se reconhecem na programação difundida pelo veículo e 25% se veem retratados negativamente. Apenas 32% se sentem representados positivamente. Os dados são da pesquisa de opinião pública Democratização da Mídia, lançada hoje  pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT. Para o estudo foram feitas 2,4 mil entrevistas domiciliares em zonas rurais e urbanas de 120 municípios, entre 20 de abril e 6 de maio deste ano.
Quase um terço dos entrevistados (29%) disse que nunca vê a defesa de seus interesses na televisão, enquanto que para 55% essa defesa ocorre de vez em quando. Em relação às mulheres, 17% acha que quase sempre são tratadas com desrespeito na programação, problema que ocorre eventualmente para 47% dos entrevistados. O tratamento dos nordestinos também recebeu avaliação semelhante, sendo que foi considerado quase sempre desrespeitoso para 19% e só às vezes para 44%. Sobre a população negra os percentuais foram de 17% e 49%, respectivamente.
De acordo com o estudo, a maioria da população (61%) acha que a TV concede mais espaço para o ponto de vista dos empresários do que dos trabalhadores (18%). Para 35% dos brasileiros, os meios de comunicação, não só a televisão, defende principalmente os interesses dos próprios donos. Na opinião de 32%, a versão que prevalece na mídia é a dos que têm mais dinheiro e para 21% é o interesse dos políticos que é mais defendido pelos meios. Apenas 8% avaliaram que os meios de comunicação estão prioritariamente ao lado da maioria da população.
A maioria dos entrevistados (71%) é favorável a que a programação televisiva tenha mais regras. Para 16%, as regras atuais são suficientes para disciplinar o conteúdo e 10% disse que é preciso reduzir o número de normas. Na opinião de 54%, não deveriam ser exibidos conteúdos de violência ou humilhação de homossexuais ou negros. Para 40% da população, esse tipo de programação pode ser aceita sob determinadas regras. Percentual semelhante ao humor que ridicularizam pessoas, 50% são contra a exibição desse conteúdo e 43% admite desde que normatizado.
Edição: Fábio Massalli

Petrobras decide vender ativos no valor de US$ 2,1 bilhões



Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Conselho de Administração da Petrobras, em reunião hoje (16), no Rio, decidiu pela venda de ativos no valor de US$ 2,1 bilhões. A maior transação é a alienação da participação de 35%, no Bloco BC-10, na Bacia de Campos, no Parque das Conchas, ao grupo chinês Sinochem, por US$ 1,54 bilhão.
Esse bloco fica a cerca de 100 quilômetros do litoral sul do Espírito Santo. A estatal tem como sócios a Shell, com 50% de participação; e a ONGC com 15%. Essas duas empresas parceiras têm direito de preferência, no prazo até 30 dias após a notificação. A transação estará concluída, após aprovação do Conselho Administratrivo de Defesa Econômica (Cade), da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) e da National Development and Reform Conmission da China (NDRC), órgão regulador do governo chinês.
Em outra transação, a Petrobras negociou 100% das ações de emissão da Petroquímica Innova S.A. (Innova) para a Videolar S.A. e seu acionista majoritário, pelo valor de R$ 870 milhões (US$ 372 milhões). Pela venda, os compradores vão assumir uma dívida de aproximadamente R$ 23 milhões.
A Innova, sociedade atuante no setor petroquímico de segunda geração, fica no Polo Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul. A conclusão da transação também depende da aprovação do Cade.
A estatal anunciou ainda que está se desfazendo de contratos de farm-out (processo de venda parcial ou total dos direitos de concessão cedidos de uma companhia) no valor de US$ 185 milhões, referentes à totalidade da participação da Petrobras nos blocos MC 613 (Coulomb), GB 244 (Cottonwood) e EW 910, todos em produção e no Golfo do México, nos Estados Unidos.
A estatal também fechou contrato de compra e venda de 20% do capital votante da Companhia Energética Potiguar (CEP), com seu acionista controlador, Global Participações em Energia S.A, pelo valor total de R$ 38 milhões (aproximadamente US$ 16 milhões), a ser ajustado de acordo com condições previstas no contrato.
A CEP é responsável pela implantação, desenvolvimento e exploração das usinas termoelétricas Potiguar e Potiguar 3 em Macaíba, Rio Grande do Norte, além da comercialização da energia gerada, sob a forma de produtor independente de energia elétrica, e da transmissão.

Quadros e poesias de artistas famosos são expostos em Brasília



Da Agência Brasil
Brasília - A Exposição Narrativas Poéticas, apresentada pela coleção Santander Brasil, está na capital federal e pode ser vista até o dia 29 de setembro, no Museu Nacional da República. A mostra ao público tem o objetivo de estabelecer um diálogo entre a produção de artes plástica e a poesia brasileiras na visão dos curadores Helena Severo, Antonio Cícero, Eucanaã Ferraz e Franklin Espath Pedroso.
Foram selecionadas para a exposição 83 peças de 49 artistas como os pintores Candido Portinari, Emiliano Di Cavalcante, Ivan Serpa, Iberê Camargo além da exibição de trechos de poemas de Manuel Bandeira, Murilo Mendes, João Cabral de Melo Neto, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Mário Quintana, entre outros.
De acordo com o mediador Wan Senna um dos objetivos é mostrar um recorte do grande acervo de obras do banco. “A exposição não está separada em movimento, ele é uma exposição livre pela galeria, a ideia é mostrar os acervos que muitas vezes não está acessível a todos e divulgar um pouco da cultura a essas pessoas”, disse.
A bibliotecária Nancy Marcondes Pinheiro, de Belo Horizonte, está a passeio em Brasília e foi conferir a exposição. “Essa exposição é muito interessante, adorei a ideia da gravação focada no chão com os poemas, o lugar é muito agradável, esta de parabéns quem bolou essa ideia toda”, relatou a bibliotecária.
Quem for visitar a exposição poderá participar de oficinas da Produção de Poema Haicai, uma poesia de origem japonesa que constitui de dois elementos: concisão e objetividade. E dinâmicas baseadas na imagem. A coleção recebe por dia cerca de 600 visitantes e a estimativa é que no fim de semana esse número aumente para 2 mil pessoas.
Os interessados em participar das oficinas, pode fazer o agendamento com Lua Bueno Cyriaco, supervisora do educativo no telefone (61) 9616 6070.

Portal vai ajudar professores a ensinar português para estrangeiros



Gilberto Costa
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Lisboa – Os docentes que ensinam a língua portuguesa para estrangeiros devem ganhar neste semestre o Portal do Professor Português Língua Estrangeira (PPPLE), um site com recursos pedagógicos para usar em sala de aula e nas tarefas dos alunos.
Especialistas da língua portuguesa estiveram reunidos ao longo desta semana em Florianópolis (SC) para analisar as unidades de ensino e propostas didáticas enviadas por professores dos países falantes do português (Angola, Brasil, Moçambique e Portugal). Cerca de 100 unidades para três níveis de proficiência na língua foram escolhidas para estar disponíveis inicialmente no portal.
site, em preparação há cerca de um ano, será para uso aberto, sem custos, disponibilizará conteúdoon line de ensino e banco de atividades nas diversas variáveis do idioma. Poderá ser enriquecido por usuários (como acontece com o Wikipedia). Atualmente, só duas vertentes do português são ensinadas a estrangeiros: a variável lusitana (a cargo do Instituto Camões) e a variável brasileira (a cargo dos centros culturais brasileiros).
De acordo com o diretor do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, Gilvan Müller de Oliveira, a plataforma permite “um trânsito cosmopolita para o aprendizado”. Segundo ele, o portal foi elaborado “em ambiente de cooperação multilateral, em que os diferentes países trabalham com a mesma metodologia, com cada uma expressando a sua variedade nacional da norma do português e suas variedades culturais”.
Para Gilvan Müller, a participação conjunta na elaboração do portal “potencializa as bases geográficas da língua e inclui novos agentes na promoção do português. Isso permite, por exemplo, que “um sul-africano interessado em aprender português possa estudar com unidades preparadas por professores de Angola e Moçambique e não necessariamente do Brasil ou de Portugal”, comentou.
Conforme Edleise Mendes, presidente da Sociedade Internacional de Português Língua Estrangeira (Siple), entre os países “há diferenças de abordagem, de metodologia e de tradição de ensino”. Ela avalia que a diversidade do portal “vai impactar no desenvolvimento dos materiais” e permitir ensino com material “mesclado”. “Isso vai ser de uma riqueza muito grande. A disponibilidade de materiais e o contato com variedades do português antes era praticamente impossível. Precisávamos de uma orientação comum. A ideia é que as unidades sejam equivalentes e possam ser utilizadas de maneira equilibrada”, detalhou.
A expectativa dos organizadores é apresentar o portal na 2ª Conferência sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que ocorrerá no final de outubro em Lisboa, junto com o Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, previsto no Acordo Ortográfico de 1990 e também a cargo do instituto internacional, de acordo com o chamado Plano de Ação de Brasília para a Promoção, a Difusão e a Projeção da Língua (2010).
“A segunda conferência é o momento de apresentação dos resultados de todo esforço que foi feito até aqui. É importante que esses projetos possam ser comentados”, disse Edleise Mendes à Agência Brasil. Apesar da expectativa, a programação da conferência que antecede a reunião dos chanceleres da Comunidade de Países da Língua Portuguesa, em novembro, não inclui a apresentação do portal e do vocabulário.

Egito: forças de segurança retiram apoiadores de Mursi de mesquita



Da Agência Brasil*
Brasília e Cairo – Após tiroteio na mesquita de Al Fateh, na Praça Ramsés, no Cairo, o prédio foi completamente evacuado, de acordo com fontes das Forças Armadas, conforme noticiou a BBC Brasil. Centenas de apoiadores da Irmandade Islâmica, que pede a volta do presidente deposto Mohamed Mursi, estavam na mesquita. Vários manifestantes que permaneciam em frente ao local, formando uma barricada humana, foram presos.
Imagens da TV egípcia mostraram troca de tiros entre um homem em uma das torres da mesquita e as Forças Armadas, que estavam do lado de fora. Policiais chegaram a entrar na mesquita para tentar convencer os manifestantes a deixarem o local. Porém, os apoiadores de Mursi disseram que não acreditavam na promessa do governo de que poderiam sair de maneira segura, por isso se recusaram a deixar  a mesquita.
De acordo com a agência Lusa, mais cedo, o porta-voz do Conselho de Ministros, Sherif Shauqi, disse que o governo está avaliando "meios jurídicos" para dissolver a Irmandade Islâmica, que pede a volta de Mursi ao poder, que foi deposto pelo Exército. Um governo interino assumiu o comando do país.
Ontem (16), um violento confronto entre a polícia e membros da Irmandade resultou na morte de 173 pessoas (conforme últimos dados das autoridades de saúde do Egito) e a prisão de mil manifestantes. Esse último confronto ocorreu depois que um protesto organizado pela Irmandade Islâmica que tomou novamente as ruas do Cairo em resposta aos atos do governo egípcio, que desocupou os dois acampamentos do grupo na capital - a ação deixou pelo menos 638 mortos e milhares de feridos.
* Com informações da BBC Brasil e Lusa

Manchetes dos jornais e capas de revistas deste sábado



Jornais do Paraná

Gazeta do Povo: Licitação dá início à corrida por novos táxis em Curitiba
Folha de Londrina: SOB SUSPEITA – Kireeff cancela concurso da Saúde e anuncia sindicância para identificar responsáveis
O Diário (Maringá): Verticalização de Maringá dispara na última década
Diário dos Campos: TCE adverte nove políticos da região sobre subsídios
Jornal da Manhã: Caixa Econômica libera R$ 933 milhões de créditos na região
Tribuna do Interior: Prefeitos levarão 7 pedidos para Richa na quarta-feira
O Paraná: TCE notifica prefeituras e câmaras de 163 cidades por pagamentos ilegais
Jornal Hoje: Conselho investiga recurso ao Fundo de Meio Ambiente
Gazeta do Iguaçu: Alta do dólar frente ao real afasta compristas do comércio de CDE
Diário do Noroeste: Autoridades destacam importância para o desenvolvimento do município
Tribuna de Cianorte: Richa inaugura segunda usina hidrelétrica em menos de um ano
Umuarama Ilustrado: “Perdi para o crack”, diz pai ao encontrar filho morto
Tribuna do Norte: TCE notifica políticos da região a devolver salários
Jornais de outros estados
Globo: Efeito câmbio: Dólar dispara, vai a R$ 2,39 e ameaça controle da inflação
Folha: Haddad desiste de obras viárias do Arco do Futuro
Estadão: Apesar da ação do BC, dólar tem maior cotação em 4 anos
Correio: Alta do dólar já restringe uso de cartão de crédito
Estado de Minas: Rir e o melhor negócio
Zero Hora: Jovens e trânsito: Novatos na direção, campeões em multas
Capas de revistas:
CartaCapital: Ruim para todos – O desastre da saúde brasileira
Veja: O bando dos caras tapadas
IstoÉ: Todos os homens do propinoduto do metrô
Época: Doutor Smartphone

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A problemática dos crimes contra humanidade abriram painel da Semana da Verdade



Site da OAB/PR



A gravidade dos crimes contra a humanidade e a problemática das leis de anistia marcaram os debates do primeiro painel do evento "Resgate da Verdade, Memória e Justiça", promovido pela Comissão da Verdade da OAB Paraná. O painel “Justiça transicional como superação do legado autoritário” aconteceu na noite da última quarta-feira (14), no auditório da Seccional e contou com a participação do jurista espanhol Baltasar Garzón.
Para Baltasar Garzón, as Comissões da Verdade têm um efeito reparador e restaurador em si mesmas. “Instituir comissões da verdade é o mínimo a ser fazer. Depois se discute como formá-las, mas para mim é importante que tenham transparência e contem com a participação das vítimas”, disse. Sem poupar críticas ao seu próprio país, Garzón comentou que a Espanha fechou qualquer possibilidade de justiça e de reparação às vítimas da ditadura franquista. A lei de anistia espanhola foi omissa em relação aos crimes daquele período. “Uma lei de anistia não pode amparar a impunidade de crimes contra a humanidade”, afirmou. 



Nesse sentido, Baltasar Garzón felicitou os movimentos que ocorrem no Brasil e em outros países do continente, citando exemplos bastante positivos, como o da Argentina e do Peru, que “abriram as portas da justiça”. “Defendo com veemência tudo o que se passa na América Latina, porque aqui estão sendo dados passos muito importantes”.  Garzón destacou que a Justiça penal não é a única solução e que devem ser buscadas outras formas de reparação integral, que tenham por base os direitos humanos das vítimas. Para o jurista espanhol, atos como o debate promovido pela Ordem dos Advogados já representam uma forma de reparação.
O presidente da OAB Paraná, Juliano Breda, abriu a noite lembrando a luta permanente do ex-presidente da Seccional, José Rodrigues Vieira Neto, contra o autoritarismo, a violência ditatorial, o sequestro dos direitos fundamentais, a brutalidade estatal e a intolerância política. “Nossa democracia tardia ainda não se libertou de algumas das mais perversas tradições do regime armado. As Comissões da Verdade investigam os casos de desaparecidos políticos da ditadura militar, mas de 2007 a 2013 nossa democracia conseguiu produzir, sem qualquer explicação, milhares de pessoas desaparecidas apenas no estado do Rio de Janeiro, em que pese a propaganda oficial afirmar que se trata de um território pacificado”. Breda também destacou o silêncio daqueles que desaparecem, retratado no espetáculo teatral “Murro em ponta de faca”,  de Augusto Boal, apresentado na noite do domingo (11) no Teatro do Paiol, dentro das programações do Mês do Advogado. “Mesmo que eu me cale, escutem. Mesmo que se calem todos, escutem o silêncio, o silêncio que fala”, diz um dos trechos do texto.
A representante da Comissão Estadual da Verdade, Neide Lima, falou da necessidade de participação da  juventude em audiências da Comissão da Verdade. “A juventude precisa compreender o que nós passamos para que isso não se repita mais”, comentou. Já Sueli Bellato, integrante do Tribunal de Justiça Restaurativa El Salvador, abordou a perseguição e repressão sofrida pela população do referido país em longo período de exceção e a luta para reparação dos danos. “O Tribunal é resultado do reconhecimento dos massacres e tira o silenciamento que foi imposto com  a lei de anistia de El Salvador”, afirmou. “É preciso ter criatividade para fazer justiça restaurativa. E o que as pessoas mais pedem é que os algozes e responsáveis pela repressão que ainda exibem patentes e recebem soldos do poder público deixem de receber esses benefícios”, comentou.
O juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Roberto de Figueiredo Caldas, falou da importância dos advogados na defesa da sociedade e da democracia e o dever de expandir a promoção dos direitos humanos. “As comissões da Verdade e da Anistia são importantes para o resgate da verdade, mas precisa ter investigação, processamento e punição dos responsáveis por crimes graves contra direitos humanos”, afirmou. Caldas também reforçou a necessidade dos advogados utilizarem no seu cotidiano os princípios da Convenção Americana de Direitos Humanos - o Pacto de San Jose da Costa Rica. “A convenção é uma espécie de Constituição dos direitos humanos, daí a importância da sua utilização pelos advogados já em petições iniciais”, salientou. Ele também lamentou a lacuna no ensino jurídico na área de direitos humanos.
Conforme Daniel Godoy, presidente da Comissão da Verdade da Seccional, a OAB Paraná foi uma das pioneiras em organizar o debate. “Hoje recebemos o Baltasar Garzón, jurista de renome internacional, com experiência em vários países do mundo em redemocratização, além dos representantes de Comissões da Verdade, da Anistia e do Fórum de Entidades de Defesa da Memória e Justiça”, avaliou Godoy.

PresençasA mesa de abertura do evento foi composta pelo presidente da OAB Paraná, Juliano Breda; pelo jurista Baltasar Garzón; por Sueli Bellato, do Tribunal de Justiça Restaurativa El Salvador; pelo juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Roberto de Figueiredo Caldas; pela integrante da  Comissão Nacional de Anistia, Caroline Proner; pela representante da Comissão da Verdade do Paraná, Neide Lima; por José Antonio Gediel do Fórum de Entidades em Defesa da Memória e Justiça, pelo presidente da Comissão da Verdade da Seccional, Daniel Godoy e pelo presidente da Câmara Municipal de Curitiba, Paulo Salamuni.

O evento ainda contou com a presença do reitor da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel Sobrinho; do presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional, Renato Kanayama; do presidente da Caixa de Assistência dos Advogados (CAA-PR), José Augusto Araújo de Noronha; das conselheiras estaduais Edni Arruda, Márcia Maluf e Luiz Fernando Casagrande Pereira; da diretora da CAA-Pr, Iolanda Gomes; do advogado Carlos Eduardo Manfredini Hapner; do representante da Comissão da Verdade da OAB Santa Catarina, Prudente Melo e da  Comissão da Verdade da OAB Minas Gerais, Cantino Duarte, além de ex-presidentes da Seccional e advogados.

Resgate da Verdade

Programação prossegue nesta quinta-feira (15), às 19 horas, com o painel sobre o tema “Amplitude da Lei da Anistia Brasileira: debates sobre a ADPF 153 e a decisão da Corte Interamericana de Justiça no caso Gomes Lund e outros”. Vão participar do debate Melina Girardi Fachin e Daniel Godoy Junior, ambos da Comissão da Verdade da OAB Paraná e Cristiano Paixão e José Carlos da Silva Filho, os dois da Comissão de Anistia. Na manhã de sexta-feira (16) a Caravana da Anistia se reúne da sede da Seccional a partir das 9 horas,  para julgamento de processos e reuniões de trabalho. 
Foto: Os integrantes da mesa de debate

Cinema Surrealista é tema de mostra no Museu da Imagem e do Som




O Movimento Surrealista, que surgiu entre as duas guerras mundiais, é um dos mais importantes na arte do século 20. Explorando as fronteiras entre o sonho e a realidade, entre a razão e o inconsciente, o Surrealismo encontrou no cinema um campo fértil para desenvolver seus conceitos.

Promovida pelo Museu da Imagem e do Som do Paraná (MIS-PR), a mostra "Obras Primas do Cinema Surrealista" vai exibir três curtas e três longas-metragens de renomados diretores que se notabilizaram pela realização de filmes utilizando a estética surrealista. Serão exibidos filmes de Luis Buñuel, Jean Cocteau, Kenneth Anger, Maya Deren e David Lynch.

As sessões ocorrem de 21 a 23 de agosto, no Auditório Brasilio Itiberê, com início às 19h30. A cada dia serão exibidos um curta e um longa, sempre com entrada franca.

Saiba mais sobre o trabalho do governo do Estado em:

www.facebook.com/governopr e www.pr.gov.br

Edital do concurso do Banco Central é publicado no Diário Oficial



Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O edital do concurso para analistas e técnicos do Banco Central (BC) foi publicado na edição de hoje (16) do Diário Oficial da União.
Serão 400 vagas para o cargo de analista e 100 para o de técnico. A taxa de inscrição para analistas é R$ 120, e para técnico, R$ R$ 70. As inscrições somente poderão ser feitas pela internet, no endereço eletrônico http://www.cespe.unb.br, entre as 10h do próximo dia 22 até as 23h59 do dia 9 de setembro.
A remuneração inicial para analistas é R$ 13.595,85, até 31 de dezembro deste ano, e R$ 14.289,24, a partir de 1º de janeiro de 2014. Para técnicos, o subsídio será R$ 5.158,23, até 31 de dezembro deste ano, e R$ 5.421,30, a partir do próximo ano.

Procuradores vão acompanhar ações de prevenção de desastres no Rio



Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Um grupo de trabalho formado por 18 procuradores do Ministério Público Federal vai acompanhar, nos próximos meses, as ações que estão sendo feitas pelas autoridades públicas para prevenir desastres naturais no estado do Rio de Janeiro, como as chuvas que mataram quase mil pessoas na região serrana fluminense em 2011. O grupo se reúne hoje (16) com representantes das secretarias de Defesa Civil Nacional e estadual.
Daqui a 15 dias, está prevista uma reunião com o secretário estadual de Obras, Hudson Braga. Segundo a procuradora Luciana Gadelha, o Brasil gasta mais na recuperação de desastres do que na prevenção, o que provoca desperdício de recursos público e, mais importante, mortes. “No Brasil, o Poder Público tem uma cultura de só adotar medidas, depois dos desastres.”
Segundo ela, o MPF quer saber como funcionam os sistemas de defesa civil, como é a comunicação à população, que obras vêm sendo realizadas para a prevenção, entre outras informações.
“Pretendemos atuar de forma coordenada e em parceria com o poder público no estado e nos municípios. Nossa atuação será através de reuniões e, eventualmente, de recomendações ao estado do Rio ou às prefeituras. Se as recomendações não forem suficientes, aí sim, entraremos com uma ação judicial [contra as autoridades]”, disse a procuradora.

Entidades de classe dos jornalistas repudiam agressões à imprensa durante as manifestações de rua



Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro divulgou nota hoje (15) condenando as agressões aos profissionais de imprensa durante as manifestações de rua na capital fluminense. De acordo com a entidade, "a liberdade de imprensa corre perigo. A situação está cada vez mais grave para os jornalistas que cobrem, ou melhor, que tentam cobrir as manifestações de rua, no Rio de Janeiro”.
O sindicato destaca ainda que “um pequeno grupo de manifestantes, no melhor estilo de milícias fascistas, passou a intimidar rotineiramente as equipes de jornalismo. Nos protestos de segunda-feira (12), em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, várias equipes foram acuadas e impedidas de trabalhar. Um repórter cinematográfico da TV Bandeirantes chegou a levar um soco nas costas. Não foi para isso que lutamos contra a ditadura que durante 21 anos perseguiu a imprensa, prendeu, torturou e assassinou tantos brasileiros. Entre eles, jornalistas", diz a nota.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também repudiou as agressões. Em nota, a entidade relatou que desde meados de junho a imprensa vem sendo hostilizada durante protestos nas principais cidades do país. "A Abraji contabilizou quase 60 casos de agressão a repórteres. Sedes de emissoras foram cercadas ou apedrejadas, e diversos veículos de reportagem ou de transmissão foram depredados. Esses dados justificam a posição do Brasil entre os países mais perigosos para o exercício de jornalismo no mundo".
Para a Abraji, essas agressões não condizem com um Estado democrático. "Quaisquer tipos de agressões e violações a jornalistas, sejam elas perpetradas pelo Estado ou por manifestantes, constituem ofensa violenta ao livre exercício da comunicação. Nenhuma instituição que apoie a democracia pode tolerar conduta desse tipo".

Brasil manterá embaixada em funcionamento no Egito



De acordo com o porta-voz do Itamaraty, Tovar da Silva Nunes, continuam no país o embaixador Marco Antonio Diniz Brandão e sua equipe. Por enquanto, o governo brasileiro não pretende convocar o embaixador do Egito em Brasília, Hossam Edlin Mohamed Ibrahim Zaki, para obter informações. O agravamento da crise levou à morte 525 pessoas.

Caravana da Anistia em Curitiba: monumento lembra resistência democrática


Será inaugurado nesta sexta-feira,16,às16h30, Monumento à Resistência e à Luta pela Anistia no Paraná.O monumento ficará na Praça Rui Barbosa, em frente à Rua da Cidadania. A Praça Rui Barbosa, a mais movimentada de Curitiba, foi escolhida pelo simbolismo que representa pois no passado situou-se em frente ao que foi o principal local de tortura de presos políticos no Paraná durante o regime militar: o Quartel da Polícia do Exército.O monumento é uma homenagem todos os brasileiros que no Paraná que resistiram contra a ditadura militar e muito especialmente àqueles cujas vidas foram tomadas pela força e violência da Ditadura Militar.
O “Monumento pelas Liberdades Democráticas”, em homenagem aos perseguidos políticos pelo regime militar brasileiro (1964-1985), é uma  iniciativa da Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, através do projeto Marcas da Memória, que já inaugurou monumento semelhante na em Belo Horizonte e  irá instalar outros 8 monumento em todo o país.
O projeto marca uma atuação cada vez mais incisiva do Ministério da Justiça e da Comissão de Anistia em dar visibilidade à memória da resistência e da repressão, apresentando ao público em geral e, em especial, às novas gerações, um lado da história recente do país que pouca gente conhece e que teve muita importância na luta pela reafirmação da democracia.
O monumento é uma obra da artista plástica gaúcha Cristina Toniolo Pozzobon e do arquiteto Tiago Balem. com o apoio da Fundação Cultural de Curitiba, do IPPUC  e a Prefeitura de Curitiba e expressa em suas formas, um pouco da arte, da cultura e da natureza paranaenses.

Paraná vai construir mais 12 centros de proteção às famílias


O Governo do Estado vai construir mais 12 Centros de Referência Especializados de Assistência Social. Os novos Creas vão atender 160 mil pessoas, investimento de R$ 6 milhões – recursos do Tesouro Estadual. “É fundamental fortalecer e aumentar a inclusão das famílias na sua comunidade. A expansão dessa rede de proteção é importante para que o atendimento dessas pessoas aconteça o mais próximo possível de onde moram”, afirma a secretária da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa.

Justiça decide que crédito de pré-pagos não pode expirar



As operadoras de telefonia móvel estão proibidas de estabelecer prazo de validade para créditos pré-pagos, em todo o país, por uma decisão da 5ª Turma do TRF da 1ª Região, segundo nota publicada nesta quinta-feira (15).
O relator do processo entendeu que o prazo de validade dos créditos pré-pagos são “um manifesto confisco antecipado” e que esbarram no Código de Defesa do Consumidor.
A decisão foi unânime, mas ainda cabe recurso. Se descumprida, há multa diária de R$ 50 mil.

Manchetes dos jornais desta sexta-feira


Jornais do Paraná

Gazeta do Povo: Estado descumpre investimento mínimo na saúde, aponta TC
Bem Paraná:
Com licitação, Curitiba inicia a ampliação da frota de táxi
Jornal Metro: MP denuncia quatro delegados por extorsão
Jornal de Londrina: Prefeitura de Londrina estuda cancelar concurso da saúde
Folha de Londrina: PAGAMENTO INDEVIDO – TJ condena Lerner por improbidade
O Diário (Maringá): Ministra Laurita pede vistas e julgamento do caso Pupin é suspenso
Diário dos Campos: PG elevará produção de energia elétrica
Jornal da Manhã: Ponta Grossa terá R$ 40 milhões para reforma do aeroporto
Tribuna do Interior: Geada Região registra quebra de 60% na safra de trigo
O Paraná: Região registra quase 7 mil casos de dengue
Jornal Hoje: Mapeamento vai indicar áreas de criminalidade
Gazeta do Iguaçu: Horacio Cartes anuncia guerra à pobreza no Paraguai
Diário do Noroeste: Vereadores podem cancelar audiência pública sobre abertura dos mercados aos domingos
Tribuna de Cianorte: Lei sancionada por Beto Richa garante apoio às Apaes do PR
Tribuna do Norte: Bandidos assaltam joalheira em shopping de Apucarana
Jornais de outros estados
Globo: Protestos em série – Duzentos param o Rio por sete horas
Folha: Presidente do STF acusa revisor de chicana pró-réus
Estadão: Em dia tenso, STF rejeita recursos de Jefferson
Correio: Mensalão esquenta o clima no Supremo
Valor: Empresas freiam expansão e procuram rentabilidade
Estado de Minas: Metade dos brasileiros não tem plano de saúde
Zero Hora: Em 10 anos, R$ 179 bi para educação e saúde

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Google, Facebook e Microsoft negam acesso irrestrito dos EUA a informações de usuários



Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes do Google, da Microsoft e do Facebook negaram hoje (15), no Senado, que as empresas tenham dado ao governo dos Estados Unidos "acesso irrestrito" ou "de grande escala" a informações de seus clientes. Eles participaram de audiência pública para debater as denúncias de espionagem norte-americana a e-mails e ligações telefônicas de brasileiros.
“Até o fim do ano passado, 0,00002% [das informações solicitadas ao Facebook] foi requisitado por autoridades norte-americanas de qualquer âmbito, seja federal ou estadual, [o que abrange] desde delegados procurando crianças desaparecidas e roubos até questões de segurança nacional”, disse o gerente de Relações Governamentais do Facebook no Brasil, Bruno Magrani. “Não houve nenhum acesso em grande escala”, acrescentou.
Posições similares foram apresentadas pelo diretor de Políticas Públicas do Google Brasil, Marcel Leonardi, e o diretor-geral Jurídico e de Relações Institucionais da Microsoft Brasil, Alexandre Esper.
Leonardi disse que a Google não aderiu a qualquer programa de espionagem do governo norte-americano e que a empresa não permite instalação de equipamentos daquele governo para fins de segurança. “Não existe nenhum mecanismo de acesso a essas informações, apesar de diversos países terem sugerido isso. Ninguém pode pegar esses dados em nossa empresa”, garantiu. “Agimos apenas de acordo com a lei. [Por isso,] muitas vezes esses pedidos são negados. E quando somos obrigados, [a informação] é entregue às autoridades”.
O diretor da Google acrescentou que, se tivesse a permissão do governo dos EUA para publicar o número de requisições que envolvem a segurança nacional daquele país, as pessoas chegariam à conclusão de que “o cumprimento está aquém das alegações generalizadas feitas na imprensa”, e que o que gera suspeitas é justamente a falta de transparência sobre como essas requisições são feitas.
Já o diretor da Microsoft disse que, desde o dia 16 de julho, a empresa fez pedido ao Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira dos EUA (Fisc, na sigla em inglês) para divulgar amplamente os dados, mas ainda não recebeu a autorização. “A privacidade e a segurança dos nossos usuários são preservadas e não oferecemos acesso irrestrito a dados de clientes a nenhuma autoridade. O que a mídia escreveu, ela levantou em cima de fatos, mas são percepções ou impressões. Essa não é a forma como a empresa opera”, disse Esper.
Em audiência pública feita na semana passada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado, o jornalista Glenn Greenwald, do jornal britânico The Guardian, denunciou que o monitoramento de comunicações eletrônicas, pelos EUA, sob a justificativa de combate ao terrorismo, visavam, na verdade, à obtenção de informações privilegiadas relativas a acordos econômicos, estratégias políticas e competitividade industrial de outros países.

Egito autoriza polícia a usar munição verdadeira em protestos



O Ministério do Interior anunciou que a polícia está autorizada a usar munições verdadeiras quando manifestantes atacarem bens públicos ou forças da ordem. O anúncio foi feito depois de manifestantes islâmicos atearem fogo a um edifício do governo e de a polícia e o Exército terem dispersado apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi.

Pena de Roberto Jefferson no julgamento do mensalão é mantida



Por unani- midade, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram negar o recurso apresentado pelo presidente licenciado do PTB Roberto Jefferson na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Ele foi condenado a sete anos e 14 dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Codefat mantém reajuste do seguro-desemprego em 6,2%


O reajuste do seguro-desemprego foi mantido em 6,2%, segundo resolução do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). O índice foi motivo de desencontro entre setores do governo, quando foi cogitada a possibilidade de elevação do reajuste para 9%, de acordo com a base de cálculo usada até janeiro.

Homenagem ao ex-governador José Richa faz parte das ações da 72ª Caravana da Anistia em Curitiba




Em reunião realizada nesta quinta-feira (15/08), no Palácio Iguaçu, as Comissões nacionais e paranaenses que tratam do resgate da verdade e da memória do período militar brasileiro definiram estratégias comuns de ação no Paraná. Essas comissões organizam a 72ª Caravana da Anistia que se realiza em Curitiba de quarta (14/08) a sexta-feira (16/08).


Entre as decisões tomadas, estão a realização de encontros regulares de trabalho, o encaminhamento conjunto dos casos de ex-presos políticos ouvidos em audiência pública e de acusados de tortura e o estudo para emissão de um relatório conjunto a ser enviado à Comissão Nacional da Verdade, encarregada de elaborar o relatório nacional referente à violação de direitos humanos no período da ditadura militar.

As Associações Paranaenses também decidiram enviar uma carta à Presidente Dilma Rousseff solicitando a ampliação do prazo de entrega do relatório final previsto para 17 de maio de 2014 e a recomposição da Comissão Nacional da Verdade. 

CAVARANA – A realização da 72ª Caravana da Anistia, no Paraná, coincide com a Semana do Advogado, marcada por debates sobre justiça de transição e lei de anistia no Brasil. O início das atividades foi na noite desta quarta-feira, na sede da OAB-PR, com lançamento do livro “José Rodrigues Vieira Neto - A vida e a obra de um grande mestre”, de Cecília Maria Vieira Helm, e um debate sobre “Justiça Transicional como Superação do Legado Autoritário”, com Juliano Breda (presidente da OAB-PR) e Baltasar Garzón, jurista espanhol, conhecido internacionalmente por diversas ações, entre as quais a condenação à prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet. 

Na tarde desta quinta-feira, houve a exibição do filme “Marighella”, no Colégio Estadual do Paraná, seguido de debate com Carlos Marighella Filho, Paulo Abrão (presidente da Comissão de Anistia), Rosa Cardoso (coordenadora da Comissão Nacional da Verdade) e Pedro Bodê(coordenador da Comissão Estadual da Verdade). Carlos Marighella, que foi ex-deputado federal (PCB/BA) e um dos principais opositores ao regime militar, foi assassinado em 4 de novembro de 1969, em São Paulo.

À noite, na sede OAB-PR, um novo tema em debate: “Amplitude da Lei de Anistia Brasileira”, com Melina Girardi Fachin e Daniel Godoy Jr. (ambos da Comissão da Verdade da OAB), Cristiano Paixão e José Carlos da Silva (ambos da Comissão de Anistia).

O último dia da 72ª Caravana da Anistia, sexta-feira, começa às 9 horas da manhã com uma sessão de homenagens póstumas a 25 ex-presos políticos e seus familiares, no auditório da OAB-PR. Durante a sessão também serão homenageados o ex-governador do Paraná, José Richa, e o ex-prefeito de Curitiba, Maurício Fruet, que lutaram pela redemocratização do país. 

Os 25 ex-presos políticos homenageados são: Aldo Fernandes, Amilcar Gigante, Anibal Abbate Soley, Antonio dos Treis Reis de Oliveira, Coronel Jeferson Cardin, Daniel Carvalho, Enrique Ernesto Ruggia, Ildeu Manso Vieira, Joaquim Pires Cerveira, Joel José de Carvalho, José Idésio Brianezi, José Lavéchia, José Rodrigues Vieira Netto, Jurandir Rios Garçoni, Laudemir Turra, Luiz André Fávero, Noel Nascimento, Onofre Pinto, Régines Prochmann, Riad Salamuni, Tereza Urban, Víctor Carlos Ramos, Walfrido Soares de Oliveira, Otto Bracarense e Walter Alberto Pecoits.

Logo em seguida, às 10h, começa o julgamento de pedidos de anistia política. O encerramento da 72ª Caravana da Anistia será às 16h, na praça Rui Barbosa, com a inauguração do Monumento à Resistência e à Luta pela Anistia no Paraná, no local onde funcionou o Quartel da Polícia do Exército, centro de tortura durante a ditadura militar.

PARTICIPANTES - Participaram da reunião representantes da Comissão Estadual da Verdade (vinculada à Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos – SEJU), Comissão Nacional de Anistia, Comissão Nacional da Verdade, Comissão de Mortos e Desaparecidos, Comissão da Verdade da OAB-PR, Comissão da Verdade da UFPR, Grupo de Trabalho pela Memória do Sindicato dos Jornalistas, Comissão do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Comissão da OAB de Santa Catarina e Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça.

Caravana da Anistia: homenagens a ex-presos políticos




Na sessão de abertura da Caranava da Anistia, que acontecerá na sede da OAB-PR, em Curitiba, na sexta-feira,16, haverá homenagens póstumas a ex-presos políticos e seus  familiares, além de homenagem ao ex-prefeito de Curitiba, Maurício Fruet, e ao ex-governador, José Richa, que lutaram pela redemocratização do país.
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A jornalista Teresa Urban será uma das homenageadas. Ela militou contra a ditadura militar, tendo sido presa três vezes e torturada.
Veja alguns dos nomes que serão homenageados:
1. ALDO FERNANDES
Juiz de Direito, preso por duas ocasiões durante o período da ditadura militar, foi severamente prejudicado na sua vida profissional devido as suas posições ideológicas divergentes ao regime . Teve seus direitos políticos cassados, nos primeiros dias do novo regime, e foi aposentado compulsoriamente nos meses seguintes.
2. AMILCAR GIGANTE
Professor Adjunto de clínica médica e diretor do Hospital das Clínicas da UFPR. Pelo seu envolvimento em atividades políticas, foi proibido de lecionar em 1969, em função do Ato Institucional n° 5. Com a anistia, em 1979, voltou à docência, na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). A sua experiência de taquígrafo da Assembleia Legislativa do Paraná, profissão através da qual custeou os seus próprios estudos médicos, lhe ensinara que o homem pode mudar, sim, o seu destino. E Amílcar agigantou-se contra o seu destino de perseguido político, ressurgindo brilhantemente em muitas de suas horas históricas, quer como médico, quer como professor, quer como autor de livros, quer como Magnífico Reitor da Universidade Federal de Pelotas.
3. ANIBAL ABBATE SOLEY
Veio para Foz do Iguaçu em 1959 como exilado político do país vizinho, devido à ditadura do general Alfredo Stroessner.Numa operação relâmpago a repressão da ditadura civil-militar sequestrou em dezembro de 1974, Aníbal Abbatte Soley, Rodolfo Mongelos, Cesar Cabral e Alejandro Stumpfs. Os empresários paraguaios foram conduzidos até um sítio em Goiás, onde foram barbaramente torturados.  A operação  foi executada pelo Centro de Informações do Exército envolvendo cerca de 20 homens fortemente armados e seis veículos de modelos diferentes
4. ANTONIO DOS TREIS REIS DE OLIVEIRA
Militante da Ação Libertadora Nacional, foi estudante de Ciências Econômicas na Faculdade de Apucarana, no Paraná. Junto com José Idésio Brianesi, também assassinado pela ditadura, produzia programas para a rádio local. Foi indiciado por sua participação no Congresso da União Nacional de Estudantes (UNE). Segundo denúncia dos presos políticos de São Paulo, em documento datado de março de 1976, Antônio foi metralhado, juntamente com Alceri Maria Gomes da Silva no dia 10 de maio de 1970, em sua residência, no Tatuapé, São Paulo, por agentes da Operação Bandeirantes (OBAN), chefiada pelo Capitão Maurício Lopes de Lima.

5. DANIEL CARVALHO
Irmão de Joel José de Carvalho. Também foi preso político, trocado pelo embaixador suíço.Ligando-se à VPR, Daniel e seu irmão Joel vão para a Argentina e tentam entrar clandestinamente no Brasil pela fronteira sul, no dia 11 de julho de 1974, juntamente com quatro outros camaradas da VPR: o sapateiro José Lavechia (55 anos); o argentino Enrique Ernesto Ruggia, estudante de Veterinária em Buenos Aires (18 anos); Onofre Pinto, ex-sargento do Exército brasileiro (37 anos); e Vitor Carlos Ramos, escultor (30 anos). Tratava-se no entanto de uma armadilha preparada por “cachorros” (militantes que haviam passado a trabalhar para a repressão).Tinha 28 anos quando foi morto na chacina do Parque Nacional do Iguaçu.

6. ENRIQUE ERNESTO RUGGIA
Com 18 anos, argentino estudante de Veterinária em Buenos Aires era o mais novo do grupo assassinado na Estrada do Colono junto com os irmãos Daniel e Joel  Carvalho, o sapateiro José Lavechia (55 anos); Onofre Pinto, ex-sargento do Exército brasileiro (37 anos); e Vitor Carlos Ramos, escultor (30 anos). Tentam entrar clandestinamente no Brasil pela fronteira sul, no dia 11 de julho de 1974. Tratava-se no entanto de uma armadilha preparada por “cachorros” (militantes que haviam passado a trabalhar para a repressão).

7.  ILDEU MANSO VIEIRA
Um dos líderes do PCB no Paraná,  escreveu dois livros sobre seu período na prisão. Seu filho, Ildeu Manso Vieira Júnior,  foi obrigado a presenciar as sevícias sofridas pelo pai, conforme este relatou na Auditoria Militar, em 1975.

8. JOAQUIM PIRES CERVEIRA
Foi preso em 1965 e encaminhado à 5ª Região Militar e entregue ao Coronel Fragomini. Em 29 de maio de 1967 foi absolvido pelo Conselho Especial de Justiça da 5ª Auditoria, da denúncia do processo 324, por crime de subversão. Foi preso novamente, em 1970, com sua mulher e o filho, que foram torturados no DOI-CODI/RJ.
Banido do país em junho de 1970, quando do sequestro do embaixador da Alemanha no Brasil, viajando para a Argélia com outros 39 presos políticos. Preso em Buenos Aires em 11 de dezembro de 1973, juntamente com João Batista Rita, por policiais brasileiros, provavelmente comandados pelo delegado Sérgio Fleury.
Ambos foram vistos por alguns presos políticos no DOI-CODI-RJ quando chegavam trazidos por uma ambulância. Estavam amarrados juntos, em posição fetal, tendo os rostos inchados, esburacados e repletos de sangue na cabeça. O arquivo do DOPS/PR, o nome do major Cerveira foi encontrado numa gaveta com a identificação “falecidos”.

9.  JOEL JOSÉ DE CARVALHO
Iniciou sua militância política no Partido Comunista Brasileiro. Depois do golpe militar de 1964, passou a atuar no PC do B. Integrou a Ala Vermelha, o Movimento Revolucionário Tiradentes e a VPR. Foi um dos 70 presos políticos trocados pelo embaixador suíço Giovanni Bucher, sequestrado pela VPR em 1971.
Ligando-se à VPR, Joel e seu irmão Daniel vão para a Argentina e tentam entrar clandestinamente no Brasil pela fronteira sul, no dia 11 de julho de 1974, juntamente com quatro outros camaradas da VPR: o sapateiro José Lavechia (55 anos); o argentino Enrique Ernesto Ruggia, estudante de Veterinária em Buenos Aires (18 anos); Onofre Pinto, ex-sargento do Exército brasileiro (37 anos); e Vitor Carlos Ramos, escultor (30 anos). Tratava-se no entanto de uma armadilha preparada por “cachorros” (militantes que haviam passado a trabalhar para a repressão).Morreu aos 26 anos, na chacina do Parque Nacional de Iguaçu.

10. JOSÉ IDÉSIO BRIANEZI
Estudante da Escola Técnica de Comércio de Apucarana inicia sua militância política na União dos Estudantes de Apucarana (UEA) no ano de 1966. Em 1968, passa a integrar a dissidência do PCB (Partido Comunista Brasileiro) em Apucarana.
Com a invasão e o fechamento da UEA em dezembro de 1968 pelo regime militar, torna-se insustentável a sua permanência na cidade. Muda-se para São Paulo, para se integrar à ALN (Ação Libertadora Nacional), juntamente com Antônio dos Três Reis de Oliveira. Documentos dos órgãos de segurança registram que ele seria um dos subcomandantes do Grupo Tático Armado da ALN, em São Paulo, no início de 1970.
Nesse mesmo ano, foi morto por agentes da Operação Bandeirantes (OBAN). Sua certidão de óbito traz a versão oficial de que faleceu em 13 de março de 1970, na pensão onde morava, no Campo Belo, capital paulista, em tiroteio. Análise pericial dos documentos existentes e de uma foto encontrada no arquivo do DOPS, leva a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos a concluir que José Idésio foi executado sumariamente, tendo levado três tiros de frente para trás, com evidente diferença de nível entre o corpo e os autores dos disparos.

11.  JOSÉ LAVÉCHIA
Sapateiro de profissão e comunista, foi membro do PCB. Depois integrou a VPR e participou da guerrilha do Vale da Ribeira, comandada pelo capitão Carlos Lamarca. Foi preso em maio de 1970 e saiu da prisão em troca do embaixador da Alemanha no Brasil. Morreu no massacre da estrada de Medianeira
12. JOSÉ RODRIGUES VIEIRA NETTO 
Da turma de 1932 da Faculdade de Direito da UFPR, alcançou fama de ser o melhor advogado paranaense. Catedrático de Direito Civil da UFPR, cassado por decreto da ditadura militar, aposentado compulsoriamente em 1964, preso pelo Exército e processado.
Eleito Deputado Estadual Constituinte em 1947 pelo Partido Comunista Brasileiro. Seu mandato parlamentar foi cassado em 1948, assim como os demais mandatos parlamentares estaduais e federais dos comunistas, após o PCB ter sua legenda extirpada pelo Tribunal Superior Eleitoral, com apoio do governo federal, em 1947.  Presidiu o Conselho Seccional da OAB-PR nos anos 57/59 e 59/61.A biografia do jurista será lançada no dia 14 de agosto na Semana do Advogado da OAB.

13.  JURANDIR RIOS GARÇONI
Nascido em Araraquara, em 1942, São Paulo, foi estudante de Arquitetura, na UFPR, sendo eleito  presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e, nessa condição, liderou os principais movimentos estudantis daquele período, como a invasão do Centro Politécnico, a tomada da Reitoria e passeatas.  Em 1968, foi preso no Congresso da UNE em Ibiúna e teve sua prisão preventiva decretada. Em 1969 foi processado em Curitiba, juntamente com outras lideranças estudantis e, em 1971, foi preso em São Paulo por sua participação na organização de esquerda Política Operária (POLOP). Barbaramente torturado, cortou os pulsos na prisão, em uma tentativa extrema de  resistir às torturas. Em 1984, assumiu o cargo de Curador do Patrimônio da Secretaria de Cultura do Paraná, onde coordenou o processo de tombamento da Serra do Mar. Como resultado de seu trabalho, veio a falecer, em 1985, quando realizava um voo de estudos técnicos sobre a Serra da Mar. O Governo do Estado homenageou Jurandir com um monumento na Estrada da Graciosa, por ocasião da conclusão do tombamento da Serra, alguns meses após sua morte. No monumento, assentado sobre uma base de terra trazida especialmente de Araraquara e misturada com a terra do Paraná, uma placa assinala que “Jurandir escolheu essa terra como sua, aqui viveu, casou, teve seus filhos e aqui lutou”. Foi casado com Cecilia Garçoni e deixou duas filhas, Ines e Isabel Garçoni.


14. LAUDEMIR TURRA
Morreu em 13 de julho de 2013, em Corbélia, aos 82 anos,  um dos últimos pioneiros do Oeste do Paraná. Membro de uma família que associou seu nome à luta de resistência à ditadura e, mais tarde, à reconstrução democrática. Integrante da organização brizolista Grupo dos Onze, transferiu-se para o Oeste paranaense logo após o golpe militar de 1964. Integrou ali uma geração de pioneiros que ajudou a construir uma das mais prósperas regiões do Brasil.
Em Corbélia, município criado três anos antes de sua chegada à região, Laudemir organizou com os irmãos a Madeireira Turra, que se tornaria uma das maiores da região. Retornou à política, filiado ao MDB. Foi prefeito em 1976 e 1988.

15. LUIZ ANDRÉ FÁVERO
Izabel Fávero - professora, e esposo, presos em 1970, em Nova Aurora (PR). Hoje, vive no Recife, onde é docente universitária: “Eu, meu companheiro e os pais dele fomos torturados  a noite toda ali, um na frente do outro. Era muito choque elétrico. Fomos literalmente saqueados. Levaram tudo o que tínhamos: as economias do meu sogro, a roupa de cama e até o meu enxoval. No dia seguinte, eu e meu companheiro fomos torturados pelo capitão Júlio Cerdá Mendes e pelo tenente Mário Expedito Ostrovski. Foi pau de arara, choques elétricos, jogo de empurrar e ameaças de estupro. Eu estava grávida de dois meses, e eles estavam sabendo. No quinto dia, depois de muito choque, pau de arara, ameaça de estupro e insultos, eu abortei. Quando melhorei, voltaram a me torturar”.
16. NOEL NASCIMENTO
Filho de Sebastião Nascimento e Maria Claudia Bittencourt de Castro Nascimento. Formou-se em Direito em 1949, na UFPR e foi promotor de justiça em várias cidades do interior do estado. Colaborou durante décadas em jornais e revistas com ensaios, poemas e textos literários. Considerado o maior romancista do sul do país da era pós Érico Veríssimo. Foi atingido pelo Ato Institucional nº 1, preso político em 64 e em 75, retornando ao Ministério Público na vigência da Lei da Anistia. Tomou posse da cadeira 27 da Academia Paranaense de Letras em 1979. Em 1995 ganhou o Concurso Nacional de Romances promovido pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná com “Arcabuzes”.
17.  ONOFRE PINTO
Ano de nascimento e filiação
Era o mais procurado de todos pelo governo militar. Foi um dos fundadores  da VPR  e recrutou o capitão Carlos Lamarca para essa organização. Foi preso pelos militares em março de e 1969 e solto seis meses depois junto com outros 14 presos em troca do embaixador norte-americano Charles Elbrick, sequestrado em setembro de 1969 pelos guerrilheiros do MR-8. Ao contrário dos demais, não foi assassinado no Parque Nacional do Iguaçu. Acabou morto cerca de dois dias depois, em Foz do Iguaçu. Seu corpo foi desovado pelos militares no Rio São Francisco Falso, em Santa Helena. Tinha 36 anos quando foi morto.
18. RÉGINES PROCHMANN
Militante da Ação Popular (AP) – organização oriunda da esquerda cristã –, Reginis Prochmann foi desligado da UFPR, onde era médico residente, em 1964.
19. RIAD SALAMUNI
Opositor ao regime militar e, por sua luta em defesa da democracia, sofreu inúmeras perseguições, inclusive com a invasão de sua residência para o confisco de sua biblioteca particular. Riad, que era professor e posteriormente reitor – o primeiro eleito – da UFPR, costumava abrigar em sua casa alunos que estavam sendo procurados por serem opositores ao governo militar. Membro do antigo PSB (Partido Socialista Brasileiro), defendia de forma ardorosa idéias nacionalistas, entre as quais podemos citar o apoio dado à campanha “O petróleo é nosso”. Era um intelectual humanista, que questionou sucessivamente o governo militar antidemocrático dos anos de chumbo.

20. TEREZA URBAN
Militou na  Polop (Política Operária) contra a ditadura militar, tendo sido presa três vezes e torturada. Na década de setenta, foi mandada para o exílio no Chile.Com o fim do regime militar, a jornalista se dedicou à causa ambiental e trabalhou em diversos veículos, como a revista Veja e o jornal Estado de São Paulo. Tereza escreveu mais de vinte livros. Morreu aos 67 anos de idade, em junho passado, vítima de infarto.
21VÍCTOR CARLOS RAMOS
Saiu do Brasil e foi para o Uruguai ao ter sua prisão preventiva decretada pelo Tribunal Militar. Logo após, foi para o Chile. Em 1974 ingressou no grupo de Onofre Pinto e retornou clandestinamente ao Brasil, sendo logo assassinado no Parque Nacional do Iguaçu com 30 anos de idade.

22. WALFRIDO SOARES DE OLIVEIRA
Walfrido Soares de Oliveira e os irmãos Arpad e Dário Printz figuravam entreos primeiros e principais dirigentes das atividades comunistas no Paraná na década de1930. Eram funcionários da RVPSC (Rede Viária Paraná-Santa Catarina) e atuaram,certamente, por mais de uma década no Partido Comunista. Na segunda metade dadécada de 1940, mais precisamente em 1945, eles eram referências na DireçãoEstadual, sendo que Oliveira assumiu a direção estadual e Printz, a direção do Partidona capital.

23. OTTO BRACARENSE
Foi dirigente do Sindicado dos Bancários de Curitiba e Presidente da Federação dos Bancários do Paraná no final da década de 50 e inicio da década de 60. Em 1964, por ocasião do golpe militar, era Delegado do IAPB (Instituto de Aposentadoria e Previdência dos Bancários) no Paraná. Foi preso em 1964 no antigo presídio do AHÚ e em 1968, no antigo Quartel do Exército na Praça Rui Barbosa. Pertencia ao quadro dirigente do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Foi um dos principais articuladores da Campanha Diretas Já.

24. WALTER ALBERTO PÉCOITS
Médico, natural de Erechim, Rio Grande do Sul, foi uma das mais importantes figuras políticas do sudoeste do Paraná, tendo participado ativamente na acirrada luta entre posseiros, companhias de terras e os governos estadual e federal, ocorrida em 1957 no governo de Moisés Lupion. Conhecido como Revolta dos Posseiros, o conflito envolveu milhares de colonos e foi o principal marco histórico da região sudoeste de Paraná, sendo considerada por muitos historiadores como o único levante agrário armado vitorioso na história do Brasil. Por sua defesa dos colonos, Dr. Walter foi preso, tendo perdido um olho pelas torturas que sofreu.
Sua carreira política começou sua cidade Natal, como vereador. Mudando-se para Francisco Beltrão, na década de 1950, foi eleito vereador, prefeito e deputado estadual. Em 1964, foi cassado pelo Regime Militar, perdendo seus direitos políticos por 10 anos. No governo de José Richa, foi secretário estadual de Reforma Agrária, e, mais tarde, secretário municipal de Saúde de Francisco Beltrão.