sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Roberto Salomão, candidato a presidente estadual do PT do Paraná, fala sobre sua candidatura e sobre as propostas da chapa Constituinte por Terra, Trabalho e Soberania.



O que representa essa candidatura?

Minha candidatura a presidente do Diretório Estadual e a chapa Constituinte por Terra, Trabalho e Soberania, que represento, surgiram do encontro entre vários militantes independentes e a corrente O Trabalho, numa conjuntura muito rica que o Brasil passou a viver nos últimos meses. Os militantes que compõem esta chapa tiveram um entendimento comum dos principais fatos e processos que marcaram este período.
O Brasil e o mundo estão sendo alvo de uma ofensiva brutal do imperialismo para aprofundar a miséria social e a exploração dos trabalhadores. Para conseguir isso, o imperialismo necessita liquidar os direitos democráticos, pois a democracia é incompatível com a ordem que o capital financeiro pretende moldar.
Essa ofensiva se combina, em nosso país, com um ataque sem precedentes ao PT e ao governo Dilma, ataque este que teve sua expressão mais escandalosa na farsesca Ação Penal 470, por meio da qual se pretende criminalizar nosso partido e a própria política.

Como resistir?

Há um senão nesta ordem que se tenta impor: a atividade própria das massas de trabalhadores e da juventude. Desde junho, os jovens primeiro e os trabalhadores em seguida ocupam as ruas das principais cidades brasileiras, exigindo o atendimento de suas reivindicações. A presidente Dilma, com sensibilidade, propôs um plebiscito pela Constituinte por uma verdadeira reforma política. A proposta obteve uma enorme receptividade da população.
Por que, então, a proposta não encontra eco no Congresso? Porque este Congresso não quer, de jeito nenhum, uma reforma política. Porque partidos da ?base aliada?, notadamente o PMDB, usaram de todos os expedientes para barrar a proposta, inclusive chantageando a presidente Dilma.
Temos, portanto, de contar com aqueles que sempre estiveram conosco na luta por mudanças, por melhores condições de vida, pelo aprofundamento da democracia: os trabalhadores e a juventude. É para eles que devemos nos voltar.

Quais as principais propostas da chapa?

A luta por uma profunda reforma política, a convocação de uma Assembleia Constituinte, a anulação da AP-470, contra a precarização das condições de trabalho, contra as terceirizações e privatizações (inclusive o cancelamento do leilão de Libra), pela reforma agrária.
No Paraná, onde o governo tucano dilapida impunemente o patrimônio público, é preciso ir às ruas para acabar com o Tudo Aqui, revogar os contratos do pedágio, impedir a entrega da Copel e da Sanepar, revogar a lei das Organizações Sociais, aplicar a Lei do Piso do Magistério, defender a reforma agrária a expropriação das propriedades rurais que escravizam trabalhadores.
A candidatura própria do PT ao governo estadual será o sinal dessa disposição de nosso partido. E o nome dessa candidatura hoje é Gleisi Hoffmann. Em torno dessa candidatura e de um programa de mudanças reais, podemos e devemos vencer.

E o PT?

O PT precisa estar à altura da situação. Precisamos de um partido verdadeiramente democrático, capaz de debater e se posicionar claramente na atual conjuntura.
Os ventos da mudança trazidos pelas manifestações iniciadas em junho certamente encontrarão seu caminho até o interior de nosso partido. É preciso abrir canais para a participação efetiva dos militantes na discussão e nas decisões partidárias. No lugar de discursos laudatórios sobre o PED, democracia de verdade. A palavra ao povo, a palavra aos militantes do PT!