sábado, 10 de agosto de 2013

“A maioria dos acidentes acontece dentro de casa”


Paraná e Brasil


Christian Rizzi/Gazeta do PovoChristian Rizzi/Gazeta do Povo


Rui Pilotto, médico geneticista e professor da Universidade Federal do Paraná

Denise Paro, da sucursal/GazetadoPovo


Mobilidade dentro de casa deixou de ser um assunto exclusivo para quem está na terceira idade ou é portador de deficiência. Quando se pensa em construir é prudente fazer um projeto com itens de acessibilidade, independente da idade, diz o médico Rui Pilotto, geneticista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pilotto participou do 2.º Seminário Internacional de Acessibilidade promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) em Foz do Iguaçu. Na entrevista abaixo, ela fala sobre os desafios da mobilidade.
A partir de qual idade as pessoas precisam pensar em adaptar as residências para garantir a mobilidade?
Eu diria que a partir dos 50 anos. Por exemplo, a barra do banheiro do box. Até antes dessa idade poderia ser feita uma adaptação, porque qualquer um pode cair. A escadaria. Às vezes há escadarias escorregadias. Então é possível colocar uma fita antiderrapante. Se no seu quarto tem um tapete bem bonito, é recomendável colocar uma lâmina antiderrapante. Uma boa parte dos acidentes acontece dentro de casa. Ou na cozinha, no banheiro ou na sala. Isso muda só com a educação.
Isso também vale para jovens?
O planejamento deve ser feito, independente da idade. Nós temos que pensar na acessibilidade do idoso, mas dos outros também. Hoje você vai construir uma casa e tem 20 anos. Será que essa casa está de acordo com sua vivência? E quanto aos engenheiros, eles precisam pensar na questão de acessibilidade antes de construir, mesmo que o casal seja jovem. Por exemplo, na minha casa, quando meus filhos eram pequenos, havia uma cabeceira na escadaria.
Como o senhor vê a absorção do conceito de acessibilidade hoje?
Só o fato de ter aqui o segundo encontro sobre acessibilidade já se demonstra interesse, além do apoio dos gestores, secretaria de estado e prefeitura. Quando as pessoas começam a ficar sensibilizadas, a população cobra por melhores condições. Todo mundo fica contente. É a educação. Hoje por exemplo, você vai em uma escola especial e já encontra um banheiro normal e um adaptado para o cadeirante.
Quais as dicas para melhorar o ambiente doméstico?
É preciso cuidar com os tapetes, com a barra fixa dentro do box e a iluminação – tem idoso que precisa levantar para ir ao banheiro – se tiver tudo escuro, é preciso ter um iluminação em penumbra para evitar as quedas. Hoje também se usa o chamado SOS, um sinalizador para chamar alguém para ajudar.