quinta-feira, 11 de julho de 2013

Grampo internacional colhendo informações sobre o pré-sal


Segundo ministro, governo já discutiu o que fazer em caso de vazamento. Jornal divulgou que EUA espionaram e-mails e telefonemas no Brasil.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta quinta-feira (11) em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, que existe preocupação em caso de vazamento de informações sobre o pré-sal.
O ministro foi ao Senado para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de monitoramento pelos Estados Unidos no Brasil. No domingo, reportagem do jornal “O Globo” revelou que, na última década, pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas instaladas no país, se tornaram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês) por telefonemas e e-mail.
“Temos preocupação enorme com a possibilidade de vazamento de informações estratégicas. As informações sobre as jazidas do pré-sal, embora a Petrobras tenha aparato com grande segurança”, afirmou. “Se colocar informação dessas na rede, tem grande possibilidade de isso ficar exposto, principalmente se mandar e-mail ou qualquer comunicação, com possibilidade de alguém interceptar.”
“Quando foi anunciado o pré-sal, isso foi discutido em reuniões internas com o presidente da República, foi discutido o que se faria”, afirmou.
Apesar de ter dito no início da audiência que "não há novidade" sobre a existência de casos de espionagem internacional, Bernardo negou que o governo tivesse conhecimento dos denunciados pela imprensa, incluindo uma suposta base de interceptação de dados em Brasília. “Se houve funcionamento dessa base, foi coisa clandestina [...]. Não há acordo secreto dentro do aparato do estado”, declarou.
O ministro também demonstrou preocupação com a necessidade de proteção contra esse tipo de incidente. “O fato de nós sabermos que existe esse tipo de monitoramento, captura de dados, essa ‘xeretagem’ de dados no plano internacional, não pode nos fazer concorar com isso, não podemos deixar de ficar indignados com fatos como esse. Temo que reconhecer necessidade de os estados de um modo geral, o mundo geral, se protegerem de incidentes e até de guerras cibernética”, afirmou.
Nesta quarta, também em audiência no Senado, o ministro da Defesa, Celso Amorim, disse haver “vulnerabilidade” nos sistemas de proteção cibernética no país. O ministro chegou a a afirmar que não usa e-mail para tratar de assuntos importantes. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, informou que o governo estuda levar as denúncias de espionagem para discussão em fóruns internacionais.
Ao longo da semana, o governo anunciou medidas para apurar as denúncias de espionagem no Brasil pelos Estados Unidos. Além de convocar o embaixador norte-americano em Brasília, Thomas Shannon, para prestar esclarecimentos sobre o caso, o governo anunciou a criação de um grupo técnico interministerial para realizar investigações e a abertura de inquérito pela Polícia Federal. O caso também é investigado pela Anatel. (G1/BSB).