sábado, 16 de março de 2013

Justiça dá prazo de 72 horas para desocupação do antigo Museu do Índio no Rio



Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Uma decisão da Justiça Federal determinou que os índios que ocupam o prédio do antigo Museu do Índio - ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã – desocupem o imóvel em 72 horas, contadas a partir da tarde desta sexta-feira (15). O governo do Rio havia entrado na Justiça com um mandado de imissão de posse do prédio, comprado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O defensor público da União Daniel Macedo ingressou no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) com um recurso de agravo de instrumento, tentando reverter a situação. Macedo teme que, esgotados os meios jurídicos, possa haver resistência dos índios em sair do imóvel. “A minha leitura é que os índios querem resistir. Se isso acontecer, pode haver um banho de sangue ou até ocorrer a morte de um índio, o que certamente vai macular a imagem do país no exterior”, disse o defensor público, que prega uma saída pacífica e dentro da lei.
O líder indígena Afonso Apurinã confirmou o recebimento da ação judicial, mas disse que não assinou o documento, por falta de garantias do governo. “O governador [Sérgio Cabral] não deu nenhuma garantia para nós. Não tem nenhum documento que garanta a nossa segurança. A gente não aceitou. Neste sábado (16) vamos fazer um protesto, às 10h, com uma caminhada da Praça Saens Peña até o Maracanã. O clima está muito difícil. Se não for houver um acordo, a polícia poderá tirar todo mundo, a partir de segunda-feira (18). Se o governador quiser fazer alguma coisa com a gente, que seja documentado: o que ele quer fazer, onde vai ser e quando as obras começarão”, disse.