domingo, 20 de maio de 2012

Aos 40 anos, calçadão da XV ainda é indutor da renovação urbana


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Os atuais projetos de renovação urbana feitos pela Prefeitura de Curitiba estão direta ou indiretamente conectados ao Calçadão da Rua XV de Novembro, que completa 40 anos neste domingo (20).

Ao longo desse tempo a primeira rua exclusiva de pedestres de Curitiba passou por algumas transformações urbanísticas, mas ainda é uma das mais importantes referências para as ações que fazem o centro de Curitiba crescer com qualidade, conquistando mais pessoas e novos moradores.

“A valorização dos pedestres na central é o maior legado que o Calçadão continua deixando para a cidade. Como aponta nosso Plano Diretor da Cidade, o calçadão mostra que o pedestre tem prioridade no centro, e que é possível a convivência harmoniosa e segura com os veículos que cruzam a rua XV. O Ippuc busca em suas ações de planejamento levar esses elementos para outros lugares, perto ou longe do Calçadão”, diz o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, Cléver de Almeida.
Retorno ao Centro - A revitalização e transformação do Paço Municipal em um polo cultural, a nova iluminação do Calçadão, câmeras de monitoramento para aumentar a segurança, além das melhorias urbanísticas e arquitetônicas nas praças Tiradentes e Generoso Marques, Zacarias e Osório, ajudaram o centro a conquistar novos moradores.

Nos últimos 10 anos, o centro de Curitiba despontou como um dos únicos no Brasil a apresentar crescimento populacional, 14,3%, com um perfil de pessoas mais jovens estabelecendo moradias no espaço onde está o coração urbano da cidade, o Calçadão da Rua XV de Novembro.

O Centro de Curitiba ganhou na década passada quase cinco mil habitantes, no mesmo tempo em que a taxa de crescimento da cidade caiu para menos de 1%. Entre 2000 e 2010, a o número de moradores do Centro passou de 32,6 mil para 37,3 mil pessoas.

“É difícil dissociar o Calçadão desse ganho, ele está diretamente conectado a uma somatória de infraestrutura e de renovação urbana que vem acontecendo e faz o centro da cidade ser um espaço vivo e cheio de dinamismo”, diz a arquiteta do Ippuc, Ariadne Giacomassi Manzi.

Novas ações - Se depender das ações da Prefeitura esse crescimento continuará nos próximos anos. Mais um pacote de renovação urbana, com obras já licitadas vão acontecer nas Ruas Carlos de Carvalho, São Francisco e avenida Batel. Nos projetos do Ippuc para esses investimentos destacam-se ampliação e melhoria de calçadas com iluminação para pedestres.

O Ippuc também está estudando melhorias para o pedestre no Centro, em ruas perto do Calçadão da Rua XV. A rua Voluntários da Pátria e Saldanha Marinho fazem parte desse novo conjunto de ações.

Na Voluntários a ideia geral é criar um corredor transversal que facilitará a circulação dos pedestres entre o Calçadão e a Rua da Cidadania, passando pela praça Rui Barbosa que hoje já é Calçadão e chegando até a Saldanha Marinho, que entrará no projeto para futuramente ser revitalizada desde a Catedral até a Visconde Nácar. 

Dentro do projeto que ainda precisa ser elaborado, o Ippuc também incluirá ainda nesse trecho um ramal cicloviário. “Ainda estamos estudando as viabilidades e as futuras conexões para qual servirá esse ramal, mas a princípio a ideia é compartilhar o espaço também com a bicicleta”, conta o arquiteto Mauro Magnabosco, que será o responsável pelos novos projetos.
A arquiteta Ariadne afirma que uma das razões para que o calçadão tenha realmente dado certo é justamente pela passagem de veículos e de transporte coletivo em algumas ruas transversais como a Dr Muricy, por exemplo. Para ela isso não deixa o espaço segregado e ajuda a integrar as funções. “É o local onde mais vejo respeito entre veículos e pedestres. Se observarmos bem, ali o conflito maior e justamente entre ciclistas e pedrestes”, diz. 
Outras ações de valorização do Calçadão já são desenvolvidas durante o ano para que ele cumpra sua função de ser um espaço democrático e de convivência. O Natal de Luz é um desses eventos que reúne milhares de pessoas, muitos turistas inclusive, para celebrar a data. “O uso que faz dele é tão ou até mais importante que obras” analisa a assessora de projetos do Ippuc, Célia Bim.