quarta-feira, 14 de março de 2012

Clássicos e cantigas na Escola Municipal Eny Caldeira






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Cerca de 70 estudantes do 4.º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Eny Caldeira se reúnem uma vez por semana para as aulas de flauta doce com a professora Ane Lenardt, da disciplina de Ensino da Arte. Eles têm ensinamentos teóricos e práticos e interpretam um repertório de primeira linha: música clássica e cantigas de roda.
Nas aulas, as crianças aprendem os elementos formadores do som, timbre, altura, duração e intensidade, melodia, dinâmica, tipos de compasso, bem como notação musical e escrita musical, instrumentos de orquestra e leitura de partitura. As aulas são desenvolvidas de forma lúdica e prática. As crianças têm acesso a jogos, vídeos, imagens e brincadeiras para que o conteúdo (teórico) seja assimilado com prazer e de forma significativa.
No ano passado, depois de quatro meses de aulas, as crianças se apresentaram na festa de encerramento de ano da escola, tocando um repertório de seis músicas, incluindo a Nona Sinfonia de Beethoven. Uma apresentação que emocionou pais de estudantes, professores e a direção da escola.

Os pais reconhecem o valor do aprendizado musical na vida dos filhos. Eles participaram do projeto comprando o instrumento musical. “Temos que prestigiar e apoiar a criança. Meu menino fica feliz e animado quando vem para a escola e sabe que tem aula de música”, disse o coordenador de sistemas Guilherme Eduardo Erzinger, pai do estudante Giovani.
A professora Ane Lenardt avalia que o projeto desempenhou um papel crucial na vida dos estudantes, influenciando positivamente na autoestima, na disciplina, na coordenação motora , na concentração e na socialização das crianças. “Percebi que as aulas teóricas e práticas de flauta estimularam a imaginação e a criatividade dos alunos”, afirma Ane.
Resultados – Os estudantes que participam do Projeto Flauta Doce da escola Eny Caldeira já sentem a mudança que a educação musical trouxe para as suas vidas. “A flauta me deixou mais alegre, mais feliz. Meu pai, minha mãe e toda a minha família gostam que eu toque flauta. Mudou a minha vida”, acredita o estudante Giovani Stein Ferreira Rego Erzinger, 9 anos.
A estudante Maria Eduarda de Souza dos Santos, 10 anos, conta que foi a mãe que comprou a sua flauta. “Eu não sabia as notas musicais na igreja que frequento, no Jardim Úrsula, mas aprendi na escola. Hoje toco na igreja. Minha mãe chorou porque achou a minha música linda”, conta Maria Eduarda.
Para Letícia Aguirre de Carvalho, 9 anos, as aulas de música da escola proporcionaram a oportunidade de tocar um instrumento musical pela primeira vez. “É legal, aprendi muitas coisas, as notas musicais e o jeito de tocar. Você se diverte com a música”, diz Letícia.
Início – A professora Ane conta que o Projeto Flauta Doce começou em agosto de 2010 a partir de uma sugestão que deu ao setor pedagógico, de incluir a música no planejamento anual da disciplina de Ensino da Arte, e a ideia foi recebida com entusiasmo.
Além de trabalhar a parte teórica, seria necessário que o conteúdo fosse aplicado na prática com algum tipo de instrumento, promovendo a música de fato. “Para que o projeto desse certo, seria necessário um professor capacitado em Música. Então ofereci minha experiência com flauta doce e me comprometi a ministrar as aulas”, relata a professora.
A experiência de Ane com a flauta doce se deu graças a sua participação no curso de Capacitação em Música, em 2010, oferecido pela Secretaria Municipal da Educação. “Tive aulas dadas por profissionais formados em Música e fazia os cursos nos horários de permanência, sendo que um desses cursos foi o de flauta doce ofertado pela docente Lilian Dalcol”, explica.
Após a aprovação do projeto pela escola, foram escolhidas as turmas para participarem do projeto: 70 estudantes do ensino fundamental. Os pais foram convocados pela escola e a professora Ane expôs o projeto, sua importância e a necessidade de comprar o instrumento musical de boa qualidade. “A notícia foi recebida com empolgação e acatada por unanimidade e sendo assim conseguimos formar as turmas".