108 famílias vão passar o Natal de casa nova
Mais 108 famílias que viviam em
condições insalubres na bacia do Rio Barigui estão sendo reassentadas pela
Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) nesta semana. As famílias
estão sendo transferidas de moradias precárias em 10 ocupações irregulares nas
imediações do rio para casas de alvenaria do empreendimento Moradias Corbélia,
no bairro São Miguel.
“Estas famílias passam a viver em
condições dignas, afastadas do risco de enchentes e transmissão de doenças. Vão
morar em uma propriedade que lhes pertencerá e poderá ficar para seus
descendentes.
Além disso, com a desocupação da
margem do rio, será possível fazer a recuperação ambiental da área”, explica o
prefeito Luciano Ducci.
Ao todo, o Moradias Corbélia contará
com 555 unidades habitacionais (517 casas e 38 sobrados). A entrega é feita de
forma gradativa, conforme as unidades ficam prontas. Ao longo deste ano, 292
unidades foram entregues até novembro, que somadas às 108 desta semana,
totalizam 400 famílias atendidas com casa nova. As moradias têm de um a três
quartos e a distribuição é feita conforme a composição familiar.
Nesta etapa foram reassentados
moradores das seguintes vilas: Eldorado, Vila Nápolis, Nova República, Vila
Rigone, Recanto da Paz, Alto Barigui, Vila Sandra, Morro da Esperança, Vila
Olinda e Vila Nossa Senhora da Paz.
Depois que as famílias deixam a área
de origem, as casas precárias são demolidas para posterior recuperação
ambiental da margem do rio. Com intuito de impedir uma nova invasão, a faixa
desocupada ganhará ciclovia, canchas esportivas e equipamentos de recreação.
O reassentamento de famílias da
margem do Barigui faz parte de uma ação, coordenada pela Cohab e Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, para recuperação da faixa de preservação permanente
do rio, com atuação em 13 vilas e transferência de um total de 807 famílias
para outros três empreendimentos, além do Moradias Corbélia: Aquarela, Arapoti
e Ibaiti, todos na região da Cidade Industrial.
Vida nova
O açougueiro Tarcísio Dacio Francisco
e sua esposa Salete Gudin Francisco, ambos de 32 anos, estavam trabalhando na
mudança e não escondiam a felicidade. Vão morar na casa nova com as três
crianças, após sofrerem durante oito anos em uma moradia precária na Vila
Eldorado.
A casa antiga, construída em um beco
ao lado de um córrego, possuía pouca ventilação e por isto era muito úmida. “As
paredes estavam mofando. Quando chovia era muito nervosismo, correria para
levantar os móveis. Uma vez perdi dois colchões e um guarda-roupa. Mas agora é
vida nova. Esta casa que recebemos é uma benção”, afirma Salete.
A recepcionista Mercedita Bertoli, 27
anos e seu marido Márcio André, 32 saíram de uma casa de madeira em situação
insalubre, na Vila Rigone. A filha do casal, Eloize, de 7 anos, é quem conta.
“A casa era velha, toda quebrada, cheia de cupim. Quando chovia molhava dentro.
Era horrível”, diz a menina que viveu lá por toda sua vida.
Mercedita conta que agora eles estão
realizados, pois a casa da Cohab é de boa qualidade e vai permitir que eles
mudem de vida. “Estamos muito contentes e queremos começar uma outra vida.
Chega de tanta dificuldade, agora teremos conforto em casa”, diz ela. Agora a
família pretende construir muro, colocar piso e arrumar a calçada.
O eletricista Adão de Moura, 36 e a
esposa Marilia Leal de Moura, 40, estão aliviados com a mudança.
Na segunda - feira eles e os dois
filhos deixaram a situação de risco na beira do rio, para passar a viver em uma
moradia segura no Corbélia. “Somos muito agradecidos à Prefeitura por estar
fazendo isto por nós. Quando chovia a gente tinha medo. Agora é um recomeço.
Estamos muito felizes”, ressalta.
Infraestrutura
O investimento para construção do
Moradias Corbélia e equipamentos urbanos no local chega a R$ 20,7 milhões, com
recursos da Prefeitura e do governo federal. A infraestrutura do loteamento
inclui ruas asfaltadas, redes de água, energia elétrica, iluminação pública,
coleta e tratamento de esgoto e drenagem.
Na mesma área do empreendimento,
estão sendo construídas, com recursos do PAC, uma escola de 1ª à 4ª série do 1º
grau e uma creche (CMEI), para atender a população reassentada. Com recursos do
município, serão construídos uma unidade de atendimento social (CRAS) e um
Armazém da Família.
O local abrigava antigamente a sede
campestre do Clube Literário e, por isso, tem infraestrutura esportiva,
incluindo uma piscina, que está sendo preservada e será posteriormente
recuperada e adaptada para servir como área de lazer para os moradores.