quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

 Bacia do Barigui
108 famílias vão passar o Natal de casa nova


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Mais 108 famílias que viviam em condições insalubres na bacia do Rio Barigui estão sendo reassentadas pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) nesta semana. As famílias estão sendo transferidas de moradias precárias em 10 ocupações irregulares nas imediações do rio para casas de alvenaria do empreendimento Moradias Corbélia, no bairro São Miguel.
“Estas famílias passam a viver em condições dignas, afastadas do risco de enchentes e transmissão de doenças. Vão morar em uma propriedade que lhes pertencerá e poderá ficar para seus descendentes.
Além disso, com a desocupação da margem do rio, será possível fazer a recuperação ambiental da área”, explica o prefeito Luciano Ducci.
Ao todo, o Moradias Corbélia contará com 555 unidades habitacionais (517 casas e 38 sobrados). A entrega é feita de forma gradativa, conforme as unidades ficam prontas. Ao longo deste ano, 292 unidades foram entregues até novembro, que somadas às 108 desta semana, totalizam 400 famílias atendidas com casa nova. As moradias têm de um a três quartos e a distribuição é feita conforme a composição familiar.
Nesta etapa foram reassentados moradores das seguintes vilas: Eldorado, Vila Nápolis, Nova República, Vila Rigone, Recanto da Paz, Alto Barigui, Vila Sandra, Morro da Esperança, Vila Olinda e Vila Nossa Senhora da Paz.
Depois que as famílias deixam a área de origem, as casas precárias são demolidas para posterior recuperação ambiental da margem do rio. Com intuito de impedir uma nova invasão, a faixa desocupada ganhará ciclovia, canchas esportivas e equipamentos de recreação.
O reassentamento de famílias da margem do Barigui faz parte de uma ação, coordenada pela Cohab e Secretaria Municipal do Meio Ambiente, para recuperação da faixa de preservação permanente do rio, com atuação em 13 vilas e transferência de um total de 807 famílias para outros três empreendimentos, além do Moradias Corbélia: Aquarela, Arapoti e Ibaiti, todos na região da Cidade Industrial.
Vida nova
O açougueiro Tarcísio Dacio Francisco e sua esposa Salete Gudin Francisco, ambos de 32 anos, estavam trabalhando na mudança e não escondiam a felicidade. Vão morar na casa nova com as três crianças, após sofrerem durante oito anos em uma moradia precária na Vila Eldorado.
A casa antiga, construída em um beco ao lado de um córrego, possuía pouca ventilação e por isto era muito úmida. “As paredes estavam mofando. Quando chovia era muito nervosismo, correria para levantar os móveis. Uma vez perdi dois colchões e um guarda-roupa. Mas agora é vida nova. Esta casa que recebemos é uma benção”, afirma Salete.
A recepcionista Mercedita Bertoli, 27 anos e seu marido Márcio André, 32 saíram de uma casa de madeira em situação insalubre, na Vila Rigone. A filha do casal, Eloize, de 7 anos, é quem conta. “A casa era velha, toda quebrada, cheia de cupim. Quando chovia molhava dentro. Era horrível”, diz a menina que viveu lá por toda sua vida.
Mercedita conta que agora eles estão realizados, pois a casa da Cohab é de boa qualidade e vai permitir que eles mudem de vida. “Estamos muito contentes e queremos começar uma outra vida. Chega de tanta dificuldade, agora teremos conforto em casa”, diz ela. Agora a família pretende construir muro, colocar piso e arrumar a calçada.
O eletricista Adão de Moura, 36 e a esposa Marilia Leal de Moura, 40, estão aliviados com a mudança.
Na segunda - feira eles e os dois filhos deixaram a situação de risco na beira do rio, para passar a viver em uma moradia segura no Corbélia. “Somos muito agradecidos à Prefeitura por estar fazendo isto por nós. Quando chovia a gente tinha medo. Agora é um recomeço. Estamos muito felizes”, ressalta.
Infraestrutura
O investimento para construção do Moradias Corbélia e equipamentos urbanos no local chega a R$ 20,7 milhões, com recursos da Prefeitura e do governo federal. A infraestrutura do loteamento inclui ruas asfaltadas, redes de água, energia elétrica, iluminação pública, coleta e tratamento de esgoto e drenagem.
Na mesma área do empreendimento, estão sendo construídas, com recursos do PAC, uma escola de 1ª à 4ª série do 1º grau e uma creche (CMEI), para atender a população reassentada. Com recursos do município, serão construídos uma unidade de atendimento social (CRAS) e um Armazém da Família.
O local abrigava antigamente a sede campestre do Clube Literário e, por isso, tem infraestrutura esportiva, incluindo uma piscina, que está sendo preservada e será posteriormente recuperada e adaptada para servir como área de lazer para os moradores.