terça-feira, 12 de outubro de 2010


Maternidades públicas

Bebês fazem teste de audição

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A verificação da saúde auditiva dos recém-nascidos já faz parte da rotina das seis maternidades integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba. Agora, antes de sair dos hospitais com suas mães, esses bebês também passam por uma triagem que indica se estão ouvindo bem. Em caso negativo, são encaminhados para novos testes e, quando necessário, a sessões de reabilitação e até cirurgia.
Segundo a secretária municipal da Saúde, Eliane Chomatas, o objetivo do exame é difundir o diagnóstico precoce da deficiência auditiva, que de acordo com estudos internacionais afeta de um a três em cada mil recém-nascidos. As chances de ter problemas auditivos aumentam em bebês de risco. São fatores de risco para deficiência auditiva neonatal o baixo peso ao nascer, hereditariedade e o alcoolismo materno, entre outros. 
 
“A meta é que essa deficiência seja diagnosticada o mais rápido possível e corrigida antes de interferir no desenvolvimento infantil. Para isso, em Curitiba, o sistema público de saúde se estruturou e tem condições de garantir o atendimento completo e gratuito desde a triagem inicial até os procedimentos que forem necessários”, explica Eliane.
 
Triagem - Têm exame assegurado quem nasce nos hospitais de Clínicas, Bairro Novo, Trabalhador, Evangélico, Mater Dei e Vítor do Amaral. Os bebês são avaliados a partir de 36 horas de vida, tempo suficiente para que o líquido normalmente alojado no ouvido em decorrência do nascimento não interfira no resultado do exame.
Os bebês são testados por meio de uma estrutura macia, adaptada ao desenho do ouvido e protegida por uma superfície descartável, acoplada a um aparelho que identifica se o estímulo sonoro emitido é percebido pelo ouvido. Ao final do exame, esse aparelho emite um laudo, que é anexado à Caderneta de Saúde da Criança.
Os bebês que apresentam alterações são submetidos a nova triagem em até 30 dias. Se a falha se repetir, a criança é encaminhada para novas avaliações no serviço de otorrinolaringologia da Universidade Tuiuti, parceira da Secretaria Municipal da Saúde. Além dos testes, esse serviço oferece tratamento, que deve se iniciar antes do sexto mês de vida. Crianças com perdas auditivas severas e profundas têm acesso garantido a um procedimento denominado implante coclear, feito nos hospitais de Clínicas e Pequeno Príncipe.
 
“Até então o usual era a percepção da deficiência quando a criança, já na escola, manifestava dificuldade de aprendizagem. A testagem na maternidade antecipa esse diagnóstico, evitando prejuízos da fala, do aproveitamento escolar e da inserção social da criança”, compara a fonoaudióloga Adriana Grochoski, encarregada de testar os recém-nascidos do Centro Médico Comunitário Bairro Novo – o hospital mantido pela Prefeitura em parceria com o Hospital Evangélico.   
 
Ana Júlia da Silva de Souza nasceu no dia 5 (terça-feira) e foi testada no dia 7 (quinta-feira). A audição da menina é perfeita. “É uma tranquilidade a mais porque, mesmo se o bebê tiver algum problema, tem chances de corrigir cedo”, opina a vendedora de bijuterias Kassiele Mônica da Silva, mãe de Júlia, e que fez pré-natal da Unidade de Saúde Rio Bonito.
A impressão de Kassiele é a mesma da desenhista industrial Fernanda dos Santos, mãe de Luís Victor Pinheiro, nascido no dia 6 (quarta-feira) e avaliado logo depois de Ana Júlia. A audição do garotinho também é perfeita. “É importante saber desde cedo que está tudo certinho com ele. É uma segurança a mais”, define Fernanda, que teve sua gestação acompanhada na Unidade de Saúde Bairro Novo.