sábado, 21 de novembro de 2009

Richa anuncia R$ 750 mil para obras emergenciais contra inundações

Francisco Garcez, que esteve percorrendo as regiões afetadas pelas chuvas no Grande Boqueirão, disse que o Prefeito Beto Richa estará direcionando recursos para obras de recuparação em toda regional onde se verificou estragos causados pelas fortes chuvas da última quinta -feira.


Recursos

O prefeito Beto Richa liberou otenm R$ 750 mil reais para obras emergenciais para corrigir problemas de inundações ao longo dos rios Belém, Barigui e outros córregos da cidade afetados pela chuva da noite desta quinta-feira (19). Segundo o Simepar, das 22h às 23h30, choveu em Curitiba 123,8 milímetros, praticamente a média de todo o mês de novembro, que é de 125 milímetros.
"Foi um volume atípico de chuva que, infelizmente, causou uma série de problemas localizados, mas a Prefeitura está tomando todas as providências, atendendo às famílias desabrigadas e iniciando as obras necessárias para retomar a normalidade", disse o prefeito, que nesta sexta visitou o local onde o rio Mossunguê transbordou e a água arrastou a galeria de drenagem, abrindo um buraco no cruzamento das ruas Eduardo Sprada e Luiz Tramontin, no Campo Comprido. Três automóveis caíram e foram arrastados pela água. A Comissão Municipal de Defesa Civil está fazendo buscas para encontrar um casal que ocupava um dos carros e está desaparecido.
Richa determinou também a construção imediata de uma ponte reforçada de madeira naquele ponto da rua Eduardo Sprada para restabelecer a ligação viária entre o Campo Comprido e o Centro. A obra definitiva deve ser concluída em quatro meses. Ouvindo moradores da comunidade local, o prefeito determinou que a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) faça um estudo urgente para atender as famílias que vivem à beira do rio, sob o risco de alagamentos no Jardim Santos Andrade, na mesma região.
Novas obras: Richa também anunciou que a Prefeitura está concluindo uma licitação e na próxima semana será contratada uma empresa para fazer a limpeza e recuperação de taludes da calha do rio Belém afetada por erosão. A obra compreende um trecho de 4,5 quilômetros, a partir da Linha Verde. "Vamos colocar uma máquina de grande porte para retirar o sedimento acumulado e recompor as margens para aumentar a capacidade de escoamento do rio. Isso vai reduzir problemas como o represamento que afetou um trecho da Linha Verde e os alagamentos em partes do Uberaba e Boqueirão ontem à noite", disse o prefeito.
O rio Barigui também terá uma intervenção nos próximos dias. Uma empresa venceu a licitação e vai iniciar as obras para solucionar os problemas de alagamento que ocorrem no conjunto habitacional Moradias Olaria, entre os bairros Campina do Siqueira e Mossunguê. Outra intervenção importante a ser iniciada nos próximos dias será em um afluente do rio Atuba, no Bairro Alto. A Prefeitura vai aumentar a capacidade de vazão do afluente do rio que inunda dezenas de casas na altura da rua Epaminondas Santos. Juntas, estas três intervenções em rios somam quase quatro milhões de reais.
A Prefeitura apresentou um projeto e aguarda aprovação do Ministério das Cidades para outra grande obra contra as cheias que afetam a região ao longo do rio Belém. "Vamos construir lagoas para conter a água que hoje transborda do rio em alguns trechos", disse o secretário de obras, Mário Tookuni. O projeto básico está pronto e deve ser objeto de emendas parlamentares ao Orçamento da União em 2010.

Atendimentos

A Secretaria Municipal da Defesa Social registrou 122 atendimentos a partir das 21 horas de quinta-feira. Foram 107 chamados por alagamentos, 9 quedas de árvores, uma erosão de galeria pluvial (de água da chuva), duas quedas de muros, uma queda de poste. As duas áreas com enchentes provocadas pelo rio Belém foram as que trouxeram maior impacto, nas regionais Cajuru e Boqueirão.
A Fundação de Ação Social (FAS) mantém desde a noite de quinta (19) o atendimento às famílias que tiveram as casas inundadas ou destelhadas em decorrência da chuva e do vento durante o temporal. Nesta sexta-feira (20), equipes da FAS e da Defesa Civil percorreram os bairros atingidos para prestar o atendimento emergencial. Foram lonas de proteção para casas destelhadas, cobertores, agasalhos e colchões.
Nas diversas regiões da cidade foram atendidas 1.397 famílias em decorrência principalmente de alagamentos. Na Cidade Industrial, uma das áreas mais afetadas, 500 famílias foram atendidas com a entrega de 200 colchões, 200 cobertores, 200 kits de cestas básicas, para atendimento emergencial e roupas, em benefício de aproximadamente 2.000 pessoas. Trinta pessoas receberam abrigo emergencial durante a chuva e retornarão para suas residências.
Outra área afetada foi o Boqueirão, onde estão sendo atendidas 620 famílias devido aos alagamentos. Foram feitas visitas domiciliares e o atendimento social com doações emergenciais, fornecidos pelo Instituto de Pró Cidadania de Curitiba (IPCC) e Disque Solidariedade, como colchões, cobertores, roupas e alimentos. No Pinheirinho estão sendo atendidas 120 famílias nas mesmas condições.
Um muro desabou a atingiu o Lar Batista Esperança, no Pilarzinho. A equipe da FAS foi ao local e acionou a Defesa Civil e a Secretaria Municipal do Urbanismo, para atendimento emergencial. A FAS também encaminhará dois armários e nove colchões solicitados pela instituição.

Saúde: A rotina da área de saúde também foi afetada na área de assistência. O excesso de água forçando a descida pelas calhas resultou no alagamento parcial dos centros municipais de urgências médicas Cajuru, Boqueirão, Pinheirinho e Campo Comprido, além da sede do Distro Sanitário CIC e do centro operacional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O Hospital do Trabalhador também registrou problemas em alguns setores. Todos os locais já estão limpos e funcionam normalmente.

Os transtornos causados pela chuva se estenderam também às equipes da Secretaria Municipal da Saúde encarregadas de fiscalizar o cumprimento da lei 13.254, que proíbe o fumo em todos os ambientes fechados e de uso coletivo.

Apenas quatro locais foram vistoriados até o início do temporal, que inviabilizou o deslocamento das equipes e fez com que muitos estabelecimentos fechassem mais cedo.

Houve uma infração em um bar perto da PUC. Pessoas fumando, sob a indiferença da gerência, foram flagradas no bar, apesar de ele ter sido um dos locais visitados pelas blitze educativas anteriores à vigência da lei.

Trânsito: Equipes da Diretoria de Trânsito (Diretran) da Urbs, Urbanização de Curitiba S/A foram mobilizadas na noite desta quinta-feira (19) para orientação no trânsito e recuperação de equipamentos afetados pelo temporal que se abateu sobre a cidade. No total, 29 cruzamentos, em diferentes pontos da cidade, exigiram manutenção de semáforos. Os semáforos são dotados de um controlador de segurança que desliga ou deixa o aparelho em alerta sempre que há uma descarga de eletricidade ou impacto que possa comprometer o equipamento.

Além de equipes destacadas para orientar motoristas, os agentes atuaram na remoção de árvores caídas, retirada de fios e sinalização de desvio feita com cavaletes em pontos de erosão. Os principais pontos onde foi necessária a intervenção dos agentes para auxiliar os motoristas e na retirada de galhos e fios, foram em trechos nas ruas João Alencar Guimarães, Capiberibe, Eduardo Sprada, Luiz Tramontin, Carlos Klentz, Fernando Amaro, Martin Afonso, Padre Giácomo Gusmão, João Bettega e João Kalinowski.

No caso dos semáforos, a maioria deles voltou a funcionar em pouco tempo depois da tempestade e na madrugada, e ainda pela manhã todos estavam operando normalmente, à exceção do cruzamento das ruas Guilherme Pugsley e Goiás, onde foi necessário um trabalho mais demorado com a previsão de voltar a funcionar até o fim da tarde. Entre os principais cruzamentos onde foi necessária intervenção, estão das ruas Muricy com Pedro Ivo; Guararapes com Água Verde; Hugo Simas com Roberto Barrozo; Julia da Costa com Euclides da Cunha; Mario Tourinho com Jerônimo Durski; Ermelino de Leão com Cândido Lopes; Coronel José Luiz dos Santos com Francisco Derosso e Humberto de Alencar castelo Branco com Agamenon Magalhães.

Prefeitura trabalha para evitar enchentes

A Prefeitura está realizando em Curitiba ação emergencial visando à redução de pontos de enchente. Entre os trabalhos está a correção de margem e a limpeza do rio Barigui que vai evitar futuros alagamentos perto da rua Vicente Michelotto, na CIC. O serviço, executado pela Secretaria Municipal de Obras Públicas, faz parte de um pacote de ações emergenciais em rios e no sistema de galerias pluviais. No início do mês, o prefeito Beto Richa lançou o plano de macrodrenagem, que investirá R$ 4 milhões em melhorias de drenagem.
A alta nos rios tem provocado erosões de margens e a força das águas arrastou lixo, entupindo galerias. "Todos os estragos serão recuperados pelas equipes da Prefeitura, mas, devido ao grande número de atendimentos, pedimos a colaboração das pessoas, pois serão priorizados os casos urgentes", afirma Tookuni. Em média, foram mais de 100 atendimentos ao dia, quando o normal para outubro é de 10 atendimentos.
O secretário municipal de Obras Públicas, Mario Tookuni, informa que alguns rios estão acima do nível normal. De acordo com o Instituto Simepar, responsável pela meteorologia no Paraná, as chuvas estão três vezes acima da média para este período do ano.

Obras em andamento

Foi interditado, na última terça-feira, o acesso a ponte da Estrada do Ganchinho, na divisa de Curitiba e São José dos Pinhais. A interdição foi necessária por ameaça de queda da ponte, em função de erosão na cabeceira da ponte, no lado de Curitiba. Coma interdição os moradores da região que vão da capital para São José dos Pinhais, terão que seguir pela rua Nicola Pellanda.
Para recuperar a ponte as equipes da Prefeitura farão a recomposição da cabeceira. O trabalho vai iniciar assim que o nível do rio Iguaçu baixar. A previsão após o início da obra é que a ponte seja reaberta em 60 dias.
Na CIC, o trabalho foi de recuperação de mais quase 200 metros de margem que teve desmoronamento parcial para dentro do rio. As equipes também fizeram a limpeza das margens, retirando grande quantidade de lixo, como pneus, garrafas PETs e sofás. "Existe um sistema de coleta de lixo, que atende 100% da cidade. A população pode evitar alagamentos usando corretamente o sistema de coleta de lixo", afirmou o diretor do Departamento de Pontes e Drenagem, Augusto Meyer Filho. Atualmente, são recolhidos mais 8 toneladas ao mês de lixo jogado em rios e galerias.
Outra ação da Prefeitura é a limpeza do córrego Osternack, na interligação do Ribeirão dos Padilhas, no Sítio Cercado. Recentemente a Prefeitura fez uma nova galeria, para melhorar a vazão do rio. Mas os alagamentos continuam na rua Eduardo Pinto da Rocha, por causa do excesso de lixo jogado no rio. Dentro da galeria, foram retirados sofás e pacotes de lixo.

Ações do pacote de macrodrenagem

Limpezas de rios e galerias pela cidade
Limpeza e desassoreamento de 4,2 quilômetros do Rio Belém
Construção de canais paralelos ao córrego Formosa e rio Atuba
Retirada da soleira do rio Barigui
Reconstrução de duas passarelas metálicas no rio Belém
Recuperação de ponte na Estrada do Ganchinho, Umbará