sábado, 7 de novembro de 2009

Famílias da Vila Icaraí, no Uberaba, ganham casa nova e esperança de um futuro melhor

.Foto: Ricardo Almeida/SMCS

Vida Nova e Casa Nova

A Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) reassentou na quinta-feira (5) 17 famílias da Vila Icaraí, uma ocupação irregular no Uberaba. Os reassentados viviam uma situação de dupla irregularidade: estavam na margem da via férrea, em uma região baixa, sujeita a alagamentos freqüentes. Agora, eles moram em casas de alvenaria no loteamento Moradias União Ferroviária, localizado no mesmo bairro.
"Estamos proporcionando qualidade de vida para estas famílias e dando dignidade para comunidades que viviam à margem da cidade formal", diz o prefeito Beto Richa. O reassentamento de famílias da Vila Icaraí faz parte de um programa mais amplo da Prefeitura que atua em 43 áreas de ocupaçãop irregular e prevê o atendimento a 10,8 mil famílias, com 6.090 reassentamentos e obras de urbanização para 4.778 domicílios.
A Vila Icaraí integra um aglomerado de ocupações situadas entre a via férrea e o rio Iguaçu e delimitada pela BR-277 e avenida das Torres, onde vivem mais de 3 mil famílias. Neste bolsão estão sendo realizadas obras de infra-estrutura, contenção de cheias e construção de 419 casas para reassentamento de famílias que vivem em situação de risco e insalubridade.
Este é o caso da diarista Terezinha Sierpinski, que morou durante 11 anos na Vila Icaraí, com a filha Renata, de 15 anos. "Fui uma das primeiras pessoas a chegar nesta área, onde tinha mato alto. Fiquei tanto tempo neste lugar por falta de opção, porque não podia pagar aluguel. Mas, graças a Deus, meu sofrimento acabou", falou ela. Durante a mudança, Terezinha teve ajuda dos parentes e estava animada com a casa nova. "Agora, vou recomeçar minha vida", disse.
A dona de casa Roseli Vaz de Lima disse que estava contando não os dias, mas os minutos que faltavam para a mudança. Na última noite na Vila Icaraí ela nem dormiu direito. Agora, na casa nova, com o marido e dois filhos, ela se diz realizada. "Estou me sentindo como no Ano Novo, cheia de esperança", falou.
Filipina Martinez também estava satisfeita com a mudança. Ela morava com o marido, uma filha, o genro e um neto de sete meses de idade numa casa que sempre alagava. Na última chuva que enfrentou, no mês passado, a água chegava até o joelho. Além disso, havia o barulho do trem que passava a poucos metros e sempre incomodava. "Na casa nova, não terei mais preocupação", disse.
Terezinha, Roseli e Filipina mudaram-se para casas de alvenaria com até três quartos. A destinação das unidades foi feita com base nos dados do cadastro do serviço social da Cohab e considerou a composição familiar. Famílias mais numerosas ficaram com as casas maiores, mas todas, independente do tamanho, permitem ampliação no futuro.
O Moradias União Ferroviária, área de reassentamento, tem 419 casas, que estão sendo entregues gradativamente, a medida que as obras ficam prontas. Além da Vila Icaraí, o projeto atende também moradores de outras áreas do bolsão, como as Vilas Audi, Jardim União, União Ferroviária e Alvorada. Anteriormente haviam sido transferidas 38 famílias para o local. Outras 90 serão reassentadas até o final do ano.
As unidades do Moradias União Ferroviária foram construídas numa área de 158 mil metros quadrados, em um ponto do bolsão que não há impedimento para o uso habitacional. A construção das casas significou um investimento de R$ 6,6 milhões, com recursos da Prefeitura e do governo federal.
A Vila Icaraí é um dos trechos mais críticos do bolsão. Ali, os moradores não contam com nenhuma infraestrutura e os alagamentos fazem parte da rotina. Na área, existem 684 domicílios, dos quais 349 serão reassentados. As outras famílias serão atendidas na próxima etapa de intervenção na área, com obras de urbanização.
"A atuação da Prefeitura na área vai mudar totalmente o seu perfil e mudar para melhor a vida das famílias", diz o presidente da Cohab, Mounir Chaowiche, que acompanhou o início do reassentamento, junto com o secretário do Meio Ambiente, José Antonio Andreguetto.