segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Prefeitura investe R$ 46,1 milhões nas vilas Audi, União e Icaraí, no Uberaba




As Vilas Audi, União, Icaraí e outras ocupações que formam um bolsão com 3,1 mil famílias no bairro do Uberaba estão recebendo R$ 46,1 milhões de investimentos do programa habitacional do município. É a maior concentração de recursos em uma única área de sub-habitação da cidade. "As intervenções visam mudar a configuração da área e dar mais qualidade de vida às famílias", afirma o prefeito Beto Richa.

O bolsão Audi e União é um aglomerado de áreas irregulares localizado entre o rio Iguaçu e a via férrea, que se estende desde a BR-277 até a avenida das Torres, numa extensão de 1,6 milhão de metros quadrados. A ocupação se formou numa antiga área de cavas, em local sujeito a inundações e, até recentemente, não contava com qualquer infraestrutura. Agora, o perfil do local está mudando em função das obras que a Prefeitura está executando para urbanizar o bolsão.

Do total de recursos investidos na área, a maior parte, R$ 24,1 milhões, vem do município. Os outros R$ 22 milhões são originários de contratos com o governo federal e incluem recursos do Ministério das Cidades (Programa de Aceleração do Crescimento e Orçamento Geral da União) e Caixa Econômica Federal.

O programa habitacional do município vem atuando de forma gradativa no bolsão, desde 2003. A intervenção se intensificou nos dois últimos anos e, de acordo com o presidente da Cohab, Mounir Chaowiche, deverá ter continuidade nos próximos anos. "Trata-se de uma área extensa, populosa e complexa, que deve passar por uma completa transformação", diz ele.

Uma das melhorias já implantadas na área é um sistema de contenção de cheias, que inclui dois diques com 2,5 quilômetros de extensão, bombas para escoamento da água e um canal que acompanha o rio Iguaçu. Este sistema tem sido colocado à prova com as chuvas dos últimos meses, impedindo a formação de pontos de alagamentos nas Vilas Audi e União. A obra será complementada com uma rede de microdrenagem a ser implantada.

Além da construção dos diques e do canal, também foi executado um aterro para a construção de 419 casas destinadas ao reassentamento de famílias que estão em condição crítica na área. As unidades estão em obras e parte delas já foi ocupada pelos reassentados.

Para construir os diques e executar o aterro foram utilizados 453 mil metros cúbicos de terra, ou o equivalente a 37,5 mil caminhões basculantes. Se todos eles fossem carregados na mesma hora e colocados em fila, formariam uma linha com quase 380 quilômetros de extensão - ou o mesmo que a distância entre Curitiba e Londrina.

Os diques têm 12 metros de largura, 1,5 metro de altura e 2,5 quilômetros de extensão total (de uma ponta a outra da área), e possuem, numa das extremidades, um sistema de bombeamento para controlar o volume de água na área. O canal, entre o rio e os diques, tem a função de melhorar o escoamento da água das chuvas e será ligado à rede de microdrenagem a ser implantada.

Uma rua estruturante, paralela a um dos diques, foi implantada com dupla finalidade: organizar o sistema viário local e criar uma barreira física, isolando a faixa de preservação permanente do rio Iguaçu e impedindo uma nova ocupação indevida do local. Outra melhoria prevista no projeto de urbanização é a execução da rede de esgoto.

A atuação no local também inclui o Parque da Imigração Japonesa, projeto da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que será implantado numa área de 500 mil metros quadrados, paralela ao rio Iguaçu, entre a BR-277 e a avenida das Torres.