quarta-feira, 8 de julho de 2009

Uso da internet deve dominar debate sobre reforma eleitoral



NA REDE
Saiu na Gazeta do Povo


Sucesso de campanha de Obama nos EUA chama atenção no Brasil. Novas regras liberariam uso de Orkut, Twitter e blogs em campanhas
07/07/2009 | 17:21 | REUTERS

A utilização da internet na campanha eleitoral será um dos temas mais polêmicos na votação da proposta da reforma eleitoral que deve acontecer nesta semana na Câmara dos Deputados. O projeto, se sancionado antes de setembro, será válido para todos os candidatos na eleição de 2010.
A controvérsia, segundo o coordenador da elaboração do projeto, deputado Flávio Dino (PCdoB-MA), não tocará na liberação da internet para a propaganda no pleito, mas no nível desta liberação.
• Projeto que libera campanha na internet vai a votação na Câmara
O projeto, feito por um grupo de líderes de partidos é fruto da consolidação de diversas propostas que tramitavam na Câmara. A proposta também ganhou sugestões dos partidos e de bancadas da Casa. A tramitação, no entanto, é longa, passando por debates na Câmara e depois no Senado, que enfrenta crise em função de uma sequência de denúncias sobre a gestão da Casa.
"Há quem considere o projeto muito restritivo", afirmou Dino. Ele cita como um exemplo do que poderá gerar discordâncias a proibição de propaganda paga pelos candidatos a meios de comunicação privados da rede.
O sucesso da campanha eleitoral virtual do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no ano passado, alertou os deputados para o uso da internet como meio de aproximar o candidato do eleitor.
Novidades
Com a nova regra, candidatos e apoiadores poderiam fazer campanha de forma espontânea e gratuita para o candidato que tiver preferência em, por exemplo, sites de relacionamento como o Orkut e o Twitter ou até mesmo em blogs. De acordo com a legislação vigente, a conduta não é permitida.
Mesmo antes da aprovação desta regulamentação e apesar de regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) bem mais restritivas, vários políticos usam o Twitter e outros têm páginas de apoiadores no Orkut. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), por exemplo, usa o Twitter.
O líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (PSDB-SP), defende a ampliação do uso da rede mundial de computadores e julga que o instrumento é "poderosíssimo" para a participação do cidadão no processo eleitoral.
"Acho que tem que permitir o uso da internet na campanha pelo cidadão (...) como um instrumento para a cidadania", afirmou, destacando o direito do eleitor de manifestar a sua preferência de candidato na rede.
Entre outros pontos, a proposta permite doações em dinheiro para candidatos pela internet e também define outros critérios para a propaganda eleitoral antecipada e o horário eleitoral gratuito de rádio e televisão.
O projeto de reforma eleitoral muda dispositivos da Lei dos Partidos Políticos (1995) e da Lei das Eleições (1997) além de regulamentar resoluções da Justiça Eleitoral.