segunda-feira, 30 de março de 2015

PMDB decide nesta segunda-feira sobre expulsão de Pessuti



Ivan Santos/BemParana



A Comissão de Ética do Diretório Regional do PMDB se reúne nesta segunda-feira (30) para avaliar processo de expulsão do ex-governador Orlando Pessuti do partido. Ele é acusado pelo grupo do senador Roberto Requião de infidelidade partidária nas eleições de 2014. Durante a campanha, Pessuti apareceu no programa eleitoral do governador e candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB), pedindo aos eleitores que não votassem em Requião, candidato peemedebista ao governo. 
Pessuti divulgou ontem nota afirmando que a convocação da reunião da comissão feita pela relatora do processo disciplinar contra ele, a vereadora Márcia Ferreira, de Pinhais, seria irregular. “Só quem pode convocar a reunião da comissão é o seu presidente, Sérgio Marchauek, e não a Márcia (Ferreira), a relatora do processo. Essa convocação é irregular, não tem cabimento, o querem é criar um fato político sem respaldo legal”, disse o ex-governador. Para Pessuti, todo processo disciplinar contra ele “é um ato claro de truculência, uma agressão a todos os peemedebistas”.
A briga de Pessuti e Requião vem desde 2010, quando o senador vetou a candidatura ao governo de seu ex-vice, levando o PMDB a apoiar a candidatura do então senador Osmar Dias (PDT). Em dezembro de 2012, Pessuti se aliou aos deputados e derrotou Requião na eleição do Diretório Regional do partido, tornando-se secretário-geral da legenda, em chapa encabeçada pelo deputado federal Osmar Serraglio como presidente.
Na eleição do ano passado, Pessuti tentou disputar a indicação de candidato do PMDB ao governo do Estado. Acabou desistindo para defender o apoio do partido à reeleição do governador Beto Richa (PSDB), de quem sonhava ser vice. Requião venceu a convenção para ser o candidato da legenda ao governo.
Em junho, o grupo de Requião afastou Pessuti e Serraglio dos cargos de comando da legenda, destituindo a Executiva Estadual do PMDB, e colocando o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures como presidente. Pessuti então não só se recusou a fazer campanha para o senador como apareceu no programa eleitoral de Richa pedindo que os eleitores não votassem Requião. Por conta disso, foi suspenso da legenda pela direção estadual, que abriu ainda seu processo de expulsão.
O alinhamento a Richa rendeu ao ex-governador a indicação para um cargo de diretor no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que Pessuti assume hoje.
“Banho-maria” - Desde a derrota de Requião na eleição para o governo, vencida no primeiro turno por Richa, o processo contra Pessuti havia sido colocado em “banho-maria”. Aliados do ex-governador tentavam por “panos quentes” na briga, sob o argumento de seria preciso recompor a unidade do partido após a eleição. Ao mesmo tempo, o grupo de Pessuti tentou retomar o comando do partido na Justiça, sem sucesso.
Por trás da nova queda de braço está também a articulação para as eleições municipais de 2014. Requião pretende retomar o controle do partido na Capital, hoje presidido pelo ex-deputado estadual Reinhold Stephanes Jr, seu adversário interno e aliado de Pessuti, para lançar o filho, o deputado estadual Maurício Requião Filho, como candidato à sucessão do prefeito Gustavo Fruet (PDT). Já Pessuti quer manter o comando do diretório municipal de Curitiba sob seu grupo, para evitar que Requião tenha sucesso na indicação.