quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Kirchner se reencontra com militantes e ataca "abutres"


Folhapress


FELIPE GUTIERREZ BUENOS AIRES, ARGENTINA -
A presidente da Argentina fez ontem  sua primeira aparição pública depois de sua internação por causa de uma infecção no intestino. O quadro clínico a deixou afastada da sua rotina na Casa Rosada por quase um mês - ela foi internada em um hospital no dia 2 e, depois que saiu, estava descansando. Cristina Kirchner compareceu a um encontro do setor da construção civil no país e, na saída, interagiu com cerca de 300 militantes que foram recebê-la.
Na conferência, que aconteceu no hotel Sheraton em Buenos Aires, Cristina fez um discurso em que falou sobre as negociações com os sindicatos, que querem desconto no imposto de renda de fim de ano, e sobre a crise da dívida com os fundos "abutres".
"Nenhum abutre financeiro nem um carcará judicial vai me extorquir", disse a presidente argentina, que é dona de uma empresa que está sendo investigada por um juiz argentino.
Cristina fez uma piada sobre o tempo em que ficou ausente, chamando suas internações em 2012, 2013 e a deste ano em hospitais de "férias anuais". A
o sair do evento, ela foi recebida por cerca de 300 militantes que não puderam entrar no evento e que a aguardavam na porta do hotel, cantando músicas peronistas e segurando bandeiras. Assim que pisou fora da porta de vidro, ela gesticulou para que os militantes na rua cantassem com mais energia. "Está uma deusa, toda de branco", disse uma militante do grupo La Cámpora, que apoia o governo.
A assistente social Jacqueline Gomez, 27, foi uma das que foram ao encontro. Ela pertence à Nuevo Encuentro, outra organização pró-Kirchner. Ela relata que dificilmente vai a um evento se não pode ver o discurso de Cristina, como o desta terça (25), mas que, como fazia muito tempo que ela não vai a nenhum ato, resolveu ir a esse. "Foi legal porque reencontrei os companheiros", afirma.
Outra militante, a vereadora da cidade de Malvinas Argentinas, Eliana Balma, do grupo Descamisados, disse que ela e seus colegas leram todos os informes médicos da presidente enquanto ela estava internada e que, por isso, não se preocupou com a saúde de Cristina.